Em 2025, diversos crimes que ocorreram em Minas Gerais chocaram o estado e até mesmo o país. Entre os casos que repercutiram e causaram comoção, está o homicídio do gari Laudemir de Souza Fernandes, que trabalhava quando levou um tiro, cujo acusado de ter disparado é Renê da Silva Nogueira Júnior. Os crimes de feminicídio também ocuparam as manchetes em muitos dias. Entre as vítimas, estão a professora Soraya Tatiana, Alice Martins Alves, Clara Maria e Priscilla Mundim. 

Relembre a seguir 15 crimes ocorridos no estado que tiveram grande repercussão:

1 - Gari morto a tiro 

Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, suspeito de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, em BH, está preso no Presídio de Caeté

Polícia Civil/ Divulgação

O gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, foi morto com um tiro no abdômen no momento em que realizava a coleta de lixo no Bairro Vista Alegre, Região Oeste de BH, no dia 11 de agosto deste ano. O tiro teria sido disparado por Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, com a arma da esposa dele, a delegada da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), Ana Paula Lamego Balbino. 

No dia do homicídio, Renê teria se irritado com o caminhão de lixo que transitava na frente dele e, de acordo com a investigação da PCMG, chegou a ameaçar a motorista do veículo de coleta, Eledias Aparecida Rodrigues. Após o tiro que matou Laudemir ter sido disparado, Renê seguiu normalmente a rotina, foi para o trabalho, casa e, em seguida, academia, onde foi preso em flagrante pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). 

Renê se tornou réu em 15 de setembro, quando a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), e responde por quatro crimes – ameaça, porte ilegal de arma de fogo, fraude processual e homicídio qualificado. Ele segue preso preventivamente. Já Ana Paula Lamego Balbino foi indiciada por porte ilegal de arma de fogo, por ter cedido a arma ao marido e por prevaricação.

Desde o momento de sua prisão, Renê já apresentou várias versões sobre o que teria acontecido na manhã de 11 de agosto.

2 - Filho mata mãe professora

Matteos França, de 32 anos, é acusado de matar a mãe Soraya Tatiana

Reprodução redes sociais

A professora Soraya Tatiana Bonfim França, de 56 anos, foi encontrada morta embaixo de um viaduto no Bairro Conjunto Caieiras, em Vespasiano, na Região Metropolitana de BH, no dia 20 de julho. No dia anterior, o filho dela, Matteos França Campos, registrou um boletim de ocorrência do desaparecimento da mãe e deu depoimentos afirmando que não sabia o que poderia ter acontecido com Soraya. Ele chegou a ir no velório, onde chorou em cima do caixão.

No dia 25 de julho, Matteos foi preso como principal suspeito do crime. Na ocasião, ele confessou que matou a mãe com um golpe de mata-leão após uma discussão entre eles. No entanto, com a conclusão do inquérito, a PCMG revelou que o homicídio foi premeditado. Em depoimento no dia da prisão, Matteos alegou estar em colapso financeiro por empréstimos e dívidas com apostas on-line.

Em setembro, ele foi indiciado por feminicídio - com dois agravantes, meio que dificultou a defesa da vítima e motivo torpe, ocultação de cadáver e fraude processual. Em 22 de setembro, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ofereceu denúncia contra o indiciado, que foi aceita pelo 1º Tribunal do Júri em Belo Horizonte.

3 - Caso Alice: mulher trans morta por agressão

A jovem Alice, vítima do feminicídio pelo qual dois garçons se tornaram réus em Minas Gerais.

Reprodução/Arquivo Pessoal

Alice Martins Alves, mulher trans de 33 anos, foi vítima de espancamento na madrugada do dia 23 de outubro no Bairro Savassi, Região Centro-Sul de BH. No dia 9 de novembro, ela foi submetida a uma cirurgia de emergência e morreu por infecção generalizada. De acordo com a Polícia Civil, a motivação do crime foi mascarada por uma conta de R$ 22 não paga pela vítima em uma pastelaria, mas áudios de uma câmera de segurança e a intensidade das agressões comprovaram que Alice foi espancada por transfobia.

Após a agressão, Alice perdeu a consciência e foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Em um primeiro momento, ela foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento Centro-Sul e liberada. Em 2 de novembro, Alice foi novamente levada a um pronto atendimento, onde foram constatadas fraturas nas costelas, cortes no nariz e desvio de septo. Em 8 de novembro, em nova internação, ela foi diagnosticada com perfuração no intestino.

Dois garçons da pastelaria, de 20 e 27 anos, foram indiciados pela morte de Alice no dia 4 de dezembro. Em 10 de dezembro, o 1º Tribunal do Júri Sumariante de Belo Horizonte aceitou a denúncia do MPMG por feminicídio qualificado por motivo fútil. Em 19 de dezembro, um dos réus foi preso preventivamente. 

4- Caso Clara Maria

Clara Maria Venancio Rodrigues, de 21 anos, foi vítima de homicídio em março deste ano

Reprodução redes sociais

Clara Maria Venancio Rodrigues, de 21 anos, foi vítima de homicídio em março deste ano. A jovem desapareceu no dia 9 daquele mês e foi encontrada morta três dias depois, com o corpo coberto por uma camada de concreto, nos fundos de uma casa no Bairro Ouro Preto, na Pampulha, em BH. 

São réus confessos pelo crime Thiago Schafer Sampaio, de 27 anos, e Lucas Rodrigues Pimentel, de 29. Eles estão presos desde o dia 12 de março e vão a júri popular. Eles serão julgados pelos crimes de feminicídio com asfixia, em recurso que dificultou a defesa da vítima; motivo torpe; ocultação e vilipêndio de cadáver; furto mediante fraude e abuso de animal doméstico.

Segundo a denúncia, Thiago decidiu matar Clara porque, em data anterior, a vítima resistiu a investidas amorosas dele. Ele também queria se livrar de uma dívida de R$ 400 que tinha com ela. Lucas se uniu a Thiago no crime porque queria retaliar Clara, uma vez que, também em data anterior, a vítima o teria repreendido após saudações, piadas e sinais de apologia ao nazismo.

5- Policial penal mata namorada

Priscila Azevedo Mundim foi morta pelo namorado policial penal Rodrigo Caldas no Bairro Padre Eustáquio, na região Noroeste de BH

Reprodução

O policial penal Rodrigo Caldas Fonseca, de 45 anos, é suspeito de matar a namorada Priscilla Azevedo Mundim, auxiliar administrativa de 46 anos, estrangulada no dia 16 de agosto. Ela foi encontrada morta no apartamento dele no Bairro Padre Eustáquio, na Região Noroeste de Belo Horizonte. 

Na época, parentes de Priscilla relataram que ela tentou se separar, mas o namorado, com quem estava havia cinco meses, não aceitou e era possessivo. A vítima deixou o filho Lucas Mundim, de 22 anos, e uma filha de 11. A família dela segue pedindo por justiça.

Rodrigo Caldas Fonseca estava afastado do cargo desde janeiro de 2024 por “problemas psiquiátricos". No dia do crime, ele se esfaqueou no abdômen, mas sobreviveu. Em 18 de agosto, a Justiça decretou a prisão preventiva dele. 

6- Adolescente morta por pastor 

O corpo de Stefany Vitória, de 13 anos, foi encontrado em estado de decomposição no dia 11 de fevereiro. O pastor João das Graças Pachola, de 54, confessou ter matado a menina

PCMG/Redes sociais

O corpo de Stefany Vitória, de 13 anos, foi encontrado em estado de decomposição no dia 11 de fevereiro em uma região de mata, localizada na divisa entre as cidades de Esmeraldas e Ribeirão das Neves, na Grande BH. A adolescente havia desaparecido dois dias antes. 

O pastor João das Graças Pachola, de 54, confessou ter matado a menina e foi indiciado pelos crimes de feminicídio e ocultação de cadáver, com previsão de aumento da pena em função do meio cruel empregado no crime, a asfixia, e pela vítima ser menor de 14 anos. Ele está preso. 

À polícia, João das Graças afirmou que matou a adolescente depois de ela dar um tapa em seu rosto. Ele negou que tenha abusado sexualmente da vítima. Os laudos da PCMG para verificar se Stefany Vitória sofreu violência sexual foram inconclusivos devido ao avançado estado de decomposição do corpo.

7- Menina indígena estuprada  

Dorca, de 12 anos e indígena da etnia Warao, morreu, em julho deste ano, em decorrência de complicações de uma gestação resultante de estupro. Ela deu entrada no hospital com 32 semanas de gestação e em estado grave, após sofrer uma série de convulsões durante a noite anterior. Um adolescente de 16 anos, da mesma comunidade, foi identificado como o pai do bebê, que sobreviveu.

A delegada Patrícia Soares Godoy, responsável pelo inquérito, informou que o jovem alegou não saber que se tratava de um crime. Com a finalização das investigações, a PCMG concluiu pela prática de ato infracional análogo ao crime de estupro vulnerável e recomendou a aplicação de medidas socioeducativas.

8- Caso Yara Karolaine

No dia 8 de março, Yara Karolaine, de 10 anos, foi encontrada morta. Valdenilson Pereira da Silva confessou ter enforcado a vítima depois de levá-la para a casa dele

Reprodução redes sociais

No dia 8 de março, Yara Karolaine, de 10 anos, foi encontrada morta em um matagal em São Pedro do Suaçuí, no Vale do Rio Doce, após quatro dias desaparecida. O corpo dela foi achado em um matagal a 55 quilômetros do local do desaparecimento, enrolado em um saco plástico e com marcas de violência. No dia 9 de março, Valdenilson Pereira da Silva, de 56 anos, que trabalhava como motorista para a Prefeitura de Água Boa, foi preso suspeito de cometer o homicídio. 

Para a polícia, ele confessou ter enforcado a vítima depois de levá-la para a casa dele. De acordo com a PMMG, Valdenilson havia tido um relacionamento com a mãe da menina. O laudo do corpo de Yara indicou politraumatismo na região cervical como causa da morte. Em maio deste ano, Valdenilson foi indiciado pela PCMG por homicídio triplamente qualificado (motivo fútil, meio que dificultou a defesa da vítima e por ela ser menor de 14 anos), ocultação de cadáver, crimes contra a dignidade sexual, peculato, dano ao erário municipal e fornecimento de bebida alcoólica à criança.

9- Advogada morta com 20 tiros

A advogada criminalista Kamila Cristina Rodrigues dos Santos, de 32 anos, foi morta com 20 tiros no dia 22 de setembro em BH

Reprodução redes sociais

A advogada criminalista Kamila Cristina Rodrigues dos Santos, de 32 anos, foi morta com 20 tiros no Bairro Ermelinda, Região Noroeste de Belo Horizonte, no dia 22 de setembro deste ano. Ela foi assassinada quando chegava em casa, onde morava com o companheiro. No momento do crime, ela estava numa Fiorino amarela, usada para fazer entregas da empresa. O autor chegou em um carro, cercou a mulher entre um veículo e a calçada, disparou e fugiu em seguida.

À época, a PCMG trabalhava com pelo menos duas hipóteses para o crime. Uma delas, a de que o autor é um cliente insatisfeito com o trabalho do escritório da advogada. Outra hipótese é que o crime tenha sido cometido pelo ex-marido, que é ex-presidiário. As investigações continuam e, até o momento, nenhum suspeito de cometer o crime foi preso.

10- Policial morto por detento em hospital 

O policial penal Euler Pereira da Rocha, de 42 anos, foi morto com dois tiros por um detento no Hospital Luxemburgo, na Região Centro-Sul da capital mineira, na madrugada do dia 3 de agosto. Shaylon Christian, de 24, do Presídio Inspetor José Martinho Drumond, é suspeito de ter matado a vítima e fugido usando o uniforme do policial. O detento foi preso pouco depois de fugir, em um veículo de aplicativo.

Shaylon estava internado no hospital em tratamento. Euler deveria estar acompanhado por outro policial penal na ocasião, uma vez que as escoltas de detentos são feitas em dupla. Mas, segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp), o colega da vítima teria abandonado o posto de trabalho sem qualquer comunicação prévia ao Departamento Penitenciário. O agente que fazia dupla com a vítima se apresentou à Corregedoria da Sejusp no dia 5 de agosto. 

11- Estudante morta por colegas dentro de sala de aula 

A estudante Melissa Campos, de 14 anos, foi morta com golpes de faca no tórax dentro de uma sala de aula de uma escola particular em Uberaba, no Triângulo Mineiro, no dia 8 de maio. Dois adolescentes de 14 anos, colegas da menina, foram detidos no dia do crime. Um deles é suspeito de ter desferido as facadas e outro seria coautor do crime. A dupla responde por ato infracional análogo ao crime de homicídio triplamente qualificado.

Em junho deste ano, os dois adolescentes foram encaminhados à internação pelo prazo de três anos. A medida socioeducativa foi determinada pela Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Uberaba. O promotor André Tuma afirmou que a motivação do crime teria sido inveja. 

Em julho deste ano, o Projeto de Lei (PL) Melissa Campos foi protocolado no Congresso Nacional, por meio do deputado federal Fred Costa (PRD-MG). A ementa propõe que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), instituído pela Lei 8.069, de 13 de julho de 1990, seja alterado para estabelecer novos regramentos para a medida socioeducativa da internação.

12- Homem teria simulado acidente para ocultar homicídio de mulher 

A investigação da Polícia Civil de Minas Gerais aponta que Henay Amorim, de 31 anos, já estava morta até duas horas antes do acidente registrado na MG-050, em Itaúna, no Centro-Oeste de Minas, no dia 14 de dezembro. O companheiro dela, o empresário Alisson de Araújo, confessou uma série de agressões durante o trajeto pela rodovia, mas nega que tenha provocado o acidente para ocultar um crime de feminicídio.

Os laudos periciais indicam que a causa da morte pode ter sido traumatismo craniano ou asfixia, com lesões identificadas na cabeça e no pescoço. Diante dos indícios, a polícia contesta a versão apresentada pelo suspeito.

13- Mulher trans espancada até a morte pelo ex

Christina Maciel Oliveira, mulher trans de 45 anos, foi espancada e morta pelo ex-companheiro em plena luz do dia na Rua Padre Pedro Pinto, Região de Venda Nova, em Belo Horizonte, em 20 de outubro.

Reprodução rede sociais

Christina Maciel Oliveira, mulher trans de 45 anos, foi espancada e morta pelo ex-companheiro em plena luz do dia na Rua Padre Pedro Pinto, Região de Venda Nova, em Belo Horizonte, em 20 de outubro. Matheus Henrique Santos Rodrigues, de 24 anos, suspeito de cometer o homicídio, está preso preventivamente.

A agressão contra Christina foi gravada por uma câmera de vigilância. As imagens mostram que a vítima foi surpreendida e atacada por trás. Em poucos segundos, a mulher recebe vários golpes, cai e continua sendo chutada depois de ter caído. Após o ataque, a vítima permanece imóvel, enquanto o agressor sai caminhando lentamente, aparentando tranquilidade.  

14- Homem joga tijolo de viaduto e acerta mulher 

O tijolo revestido de concreto atravessou o teto solar de um carro e feriu uma mulher de 38 anos que estava no banco do passageiro

Reprodução

Yuri Henrique de Oliveira, de 30 anos, foi preso suspeito de ter arremessado o tijolo revestido de concreto que atravessou o teto solar de um carro e feriu uma mulher de 38 anos que estava no banco do passageiro. O caso ocorreu no dia 19 de outubro em Belo Horizonte. A mulher ficou em estado grave e precisou passar por cirurgia de reconstrução facial. No carro atingido, havia duas crianças no banco de trás, além do motorista. 

No dia 17 de novembro, a Justiça de Belo Horizonte aceitou denúncia do Ministério Público contra Yuri, que está preso preventivamente desde o dia 20 de outubro. O acusado é réu por tentativa de homicídio contra quatro pessoas, entre elas uma criança menor de 14 anos. Na época do crime, Yuri estava em situação de rua. De acordo com a Polícia Militar de Minas Gerais, o suspeito já tinha cerca de 30 passagens pela polícia, a maioria por dano e furto. 

15- Avó, mãe e filha mortas

Duplo homicídio qualificado seguido de suicídio. Essa é a conclusão das mortes da idosa Cristina Lúcia Teixeira, de 68 anos, sua filha Daniela Teixeira Antonini, de 42, e da neta Giovana Antonini Vasconcelos, de 1 e 7 meses. Elas foram encontradas mortas, no dia 9 de maio, em um quarto no apartamento em que viviam, no 13º andar do prédio da Rua Mato Grosso, no Bairro Barro Preto, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Também foram encontrados quatro cães mortos no mesmo cômodo.

Na ocasião, vizinhos da família sentiram cheiro de gás vindo do apartamento onde as três moravam. A investigação foi feita por policiais da Delegacia de Homicídios Centro-Sul, que concluíram que o crime foi planejado por Daniela. 

Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia

Centro de Valorização da Vida (CVV)

A recomendação dos psiquiatras é de que a pessoa que pensa em suicídio busque um serviço médico disponível. O Centro de Valorização da Vida (CVV) dá apoio emocional e preventivo ao suicídio. Voluntários atendem ligações gratuitas 24h por dia no número 188, por chat, via e-mail ou diretamente em um posto de atendimento físico.

compartilhe