Zema rebate Lula e diz que Minas está 'vacinada do PT'
Governador rebateu entrevista de Lula ao Estado de Minas e TV Alterosa, e disse que que Minas ficou "arrasada" nas gestões petistas
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O governador Romeu Zema (Novo) reagiu, nesta sexta-feira (12/12), às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) feitas durante entrevista exclusiva ao EM Minas, programa do Estado de Minas, Portal UAI e TV Alterosa. Em vídeo publicado nas redes sociais, o governador respondeu às críticas do petista e ampliou os ataques ao Partido dos Trabalhadores (PT), ao governo federal e ao legado das gestões petistas em Minas Gerais.
Em sua resposta, Zema elevou o tom. O governador afirmou que, enquanto o presidente se preocupa com o episódio em que ele comeu banana com casca, ele se sente incomodado com a presença de Lula na Presidência diante de denúncias de que o filho do petista teria recebido valores indevidos de esquemas de corrupção ligados ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
"Enquanto o Lula se incomoda comigo comendo banana, eu me incomodo muito mais de ver ele na presidência com seu filho sendo acusado de receber mesada de 300 mil reais por mês do chefe do esquema de corrupção que roubou o dinheiro dos velhinhos do INSS", atacou.
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A fala se refere à denúncia de que Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, recebia uma mesada de R$ 300 mil de Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, apontado pela Polícia Federal (PF) como um dos operadores do esquema bilionário de desvios de aposentadorias e pensões, com descontos para bancar associações. A fraude teria gerado um prejuízo de até R$ 6,3 bilhões para aposentados e pensionistas, segundo a investigação.
Zema também direcionou críticas à política econômica do governo federal, que, segundo Zema, opera com uma gastança desenfreada em Brasília com o objetivo de "comprar o povo", mantendo o país atrasado e com juros elevados. "Eu me incomodo muito também com a gastação desenfreada pra tentar comprar o povo que está vivendo num país atrasado com os juros abusivos. Essa turma não tem vergonha mesmo, continuam metendo a mão no brasileiro", disparou.
Ao ampliar o ataque, o governador comparou promessas de campanha de Lula, como a da picanha, com o que classificou como a má qualidade da merenda escolar de gestões anteriores. Ao defender sua administração, Zema sustentou que a população mineira já está "vacinada" contra o modo de governar do PT, o qual descreveu como irresponsável e enganoso.
"Aqui em Minas está todo mundo vacinado desse jeito irresponsável de governar do PT. Esse jeito de enganar o povo fingindo ser do social. Esse jeito de falar que vai dar picanha, mas entregar uma merenda ruim de arroz com água pras crianças como faziam. Esse jeito de criar dívida pro sucessor e fingir que a culpa é do outro", emendou.
Ele ainda afirmou que sua reeleição em primeiro turno, nas eleições de 2022, e sua avaliação positiva entre os eleitores mineiros se devem ao cansaço do eleitor com "falsas promessas" e à busca por um gestor que trabalhe, em oposição a um presidente focado apenas na próxima eleição.
"Nós precisamos de um gestor que arregace as mangas e trabalhe de verdade pelo povo, e não de um presidente que só fique no discurso, que faz promessas apenas pensando na próxima eleição", disparou.
Zema também provocou Lula em relação às visitas ao estado. Para o governador, o presidente deveria convidar o ex-governador Fernando Pimentel (PT) para acompanhá-lo nessas agendas, atribuindo ao petista a responsabilidade por agravar os problemas fiscais dos municípios mineiros.
Ao destacar que não faz distinção partidária em seu governo, Zema afirmou que entrou na política para fazer a diferença, e não para participar de "jogos sujos". Na sequência, destacou feitos de sua gestão, como recordes na criação de empregos, a atração de investimentos e avanços na saúde.
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Por fim, o governador exigiu "respeito" a Minas e aos mineiros. Ele acusou Lula de vir ao estado repetir o mesmo discurso de sempre e de tentar se aproveitar de um ambiente de prosperidade que, segundo Zema, foi construído após a superação da crise deixada pelo próprio PT. O governador concluiu garantindo que não permitirá que o estado volte à situação de "terra arrasada" do passado.
"O que eu espero é muito simples: respeite Minas e os mineiros, porque quando você vem aqui é sempre a mesma ladainha. Você vem aqui para aproveitar do ambiente de prosperidade que eu e os mineiros criamos nesses últimos anos e esquece que foi você e a sua turminha que fez a gente sofrer na pele a maior crise de todos os tempos. Hoje, graças a Deus, e a muito trabalho, já estamos bem melhor. E não vamos permitir que Minas volte a ser a terra arrasada que você e a companheirada do PT deixaram no passado", disparou.
Lula rebate Zema
Na entrevista ao EM Minas, Lula havia rebatido declarações anteriores de Zema, que comparou o governo federal a uma "bomba-relógio". O presidente argumentou que a verdadeira bomba estaria na gestão estadual, citando o aumento da dívida pública mineira de R$ 100 bilhões para mais de R$ 200 bilhões sob o comando do Novo.
Lula também mencionou o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), articulado pelo ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), como a solução para os juros da dívida, sugerindo que Zema precisaria parar de fazer "política na internet".
"Quando ele fala que o meu governo é uma bomba-relógio, ele deve estar olhando para o governo dele. Porque ele pegou esse governo com uma dívida de cento e poucos bilhões e deixou com duzentos e poucos bilhões. Ele passou oito anos sem pagar a dívida. E quem fez um acordo para resolver o problema da dívida de Minas fomos nós. E aí outra vez, com a ajuda do senador Rodrigo Pacheco, que trabalhou muito para a gente fazer o Propag", disse Lula.
"Esse tipo de gente que faz política na internet, contando mentira, comendo jaca com casca, abacaxi com casca, melancia com casca, banana com casca, não dá certo na hora da verdade. Eu prefiro comer um pão com mortadela do que comer banana com casca. Eu desde pequeno aprendi a descascar banana. Nem macaco come banana com casca; tira a banana, porque é uma coisa civilizatória", emendou.
O presidente classificou 2026 como o "ano da verdade" e disse que Zema deverá apresentar seus resultados e convencer o eleitorado nacional caso queira ocupar o Planalto. “O ano que vem é o ano da verdade”, afirmou, em referência à eventual disputa entre ambos.
Lula também observou que, se o confronto ocorrer nas urnas, pretende apresentar o impacto de suas políticas de inclusão social em Minas e compará-las ao desempenho do governo estadual. Segundo ele, caberá ao eleitor definir “quem cuida dos pobres” no estado.
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“Se o Zema é pré-candidato à presidência, o ano que vem será a hora da verdade. A gente vai ver o que ele fez em Minas Gerais e o que eu fiz”, disse. “É uma diferença muito grande. Ele vai ter que ir para a rua, vai ter que convencer o povo, vai ter que explicar o que ele fez em Minas Gerais, sabe? E eu, sinceramente, prefiro comer um pão com mortadela do que comer banana com casca. Eu desde pequeno aprendi a descascar banana”, completou.