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Estado de Minas PANDEMIA

'Ele tá com falta de ar', 'não tem leito': desespero em Ribeirão das Neves

Pacientes internados com o novo coronavírus em Neves estão sendo transferidos para unidades de atendimento em Belo Horizonte


10/03/2021 12:20 - atualizado 10/03/2021 16:11

Paciente com COVID-19 sendo transferida de Ribeirão das Neves para Belo Horizonte(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
Paciente com COVID-19 sendo transferida de Ribeirão das Neves para Belo Horizonte (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
Desespero é a palavra usada por familiares de pacientes com COVID-19 em Ribeirão das Neves, na Grande BH. A cidade atingiu 100% de internações em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e agora muitos aguardam na fila a disponibilidade em outras cidades.

Esse é o caso de Maria Pereira de Santos, de 63 anos, que conseguiu vaga em um hospital do Barreiro, em Belo Horizonte, na manhã desta quarta-feira (10/3). Segundo o filho, Wenderson Pereira da Silva, de 38, a mãe está internada há três dias na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Joanico Cirilo de Abreu, no Centro de Neves.
 
 

'É muito preocupante ter que aguardar vaga em outra cidade porque Neves não tem leito disponível. Vai ficar difícil ter que ir para lá sem dinheiro de passagem, é muito longe'

Wenderson Pereira


A situação de Adaelton Ferreira da Silva, de 57, é outra, mas a frustração é a mesma. Ele está há uma semana com sintomas de febre e falta de ar, mas, ao chegar na UPA, os médicos receitaram apenas medicamento para regular a temperatura do corpo.

"Fizemos a consulta com os profissionais do SUS pelo atendimento on-line. Ele fez o teste de COVID-19 e deu positivo, agora ele está com falta de ar e a única resposta que temos todas as vezes que vimos aqui é de medicação pra febre", desabafou a esposa, Silvana Pereira Rodrigues, que trabalha em um hospital e já está vacinada contra o vírus.

Outro caso informado pela Secretaria Municipal de Saúde é o de uma família internada na UTI. O pai está em Ribeirão das Neves, a mãe e a filha estão separadas dele, em Belo Horizonte. 

De acordo com dados obtidos pela prefeitura, na segunda-feira (8/3) foi registrado 100% de taxa de ocupação dos leitos de uti (havia pessoas em situações 'improvisadas' em enfermaria). Na terça-feira (9/3) o número caiu para 78%. Nesta quarta-feira (10/3) a cidade está com 9 dos 10 leitos de UTI ocupados e 94% dos referentes à enfermaria. 
 

O boletim epidemiológico mais atualizado da cidade divulgado na segunda-feira (9/3), informa que Ribeirão das Neves tem 8.737 casos confirmados do novo coronavírus. Também foram confirmadas 270 mortes por complicações da doença. 

Frear a disseminação

Ribeirão das Neves aderiu à Onda Lilás, sugerida pela Associação dos Municípios da Região Metropolitana (Granbel) em reunião na segunda-feira (8/3). Agora, a cidade vai ter toque de recolher entre 20h e 5h tendo restrições de funcionamento do comércio e circulação de pessoas.
 

Outra medida que faz parte da onda lilás é a proibição de venda de bebidas alcoólicas para consumo no local (bares, lanchonetes e restaurantes), além dos supermercados estarem proibidos de comercializar bebidas alcoólicas geladas.

Locais com potencial de aglomeração de pessoas, como instituições bancárias, casas lotéricas e supermercados, deverão funcionar com medidas de restrição e controle de público e clientes, bem como adoção das demais medidas estabelecidas pelas autoridades de saúde de prevenção ao contágio e contenção da proliferação do coronavírus.

Segundo o secretário de saúde municipal, Rodrigo Augusto, a expectativa a partir deste decreto é de diminuir a proliferação do vírus na cidade. “Neves ficou 122 dias com o comércio fechado. Tivemos reuniões com comerciantes para encontrar uma melhor solução e neste primeiro momento temos este decreto. Esperamos ver a diminuição de casos, caso isso não aconteça teremos que tomar medidas mais rígidas”, disse.
 
Secretário Municipal de Saúde de Ribeirão das Neves, Rodrigo Augusto(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
Secretário Municipal de Saúde de Ribeirão das Neves, Rodrigo Augusto (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
 
 
Para ele, o fechamento do comércio em Belo Horizonte, leva a um movimento maior nas cidades da Região Metropolitana. “No ano passado percebemos que quando BH fechou, Neves teve uma maior movimentação, assim como as cidades em volta. Agora vimos a mesma coisa, por isso nos reunimos para fechar um acordo entre as cidades”, explicou.

Ele ressalta que a população precisa contribuir. “Aqui em Neves vemos muita aglomeração, bares cheios, festas em sítio. Neste fim de semana a polícia interrompeu uma lotada de pessoas. Por causa disso, estamos vendo o crescimento do número de casos em jovens entre 18 e 40 anos”, desaprova o secretário.

Rodrigo informou que a cidade está preparada para o colapso na saúde, mas está fazendo de tudo para evitar. “Dentro das nossas condições, estamos fazendo de tudo para atender a população, remanejando leitos de enfermaria, fazendo rearranjo, temos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), tem um planejamento maior de oxigênio”, reforçou. “Mas, isso vai depender da resposta que vamos ter da população, se a cidade não colaborar não vamos conseguir dar conta de atender todos”, destacou.

Ao percorrer a cidade, a reportagem do Estado de Minas se deparou com muitas pessoas andando nas ruas sem máscara ou utilizando o equipamento de proteção contra a COVID-19 no queixo. “Pedimos a toda população que utilizem máscara, álcool em gel, evite aglomerações e tomem todo cuidado possível para contribuir com a saúde municipal”, finalizou o secretário. 

Vacina

Conforme a doença avança, a cidade toma medidas para conter o aumento no número de casos e mortes. A partir deste sábado (13/3), começa a vacinação de idosos acima dos 85 anos. 

O vacinômetro da cidade até a última sexta-feira (5/3) registrou 3.697 pessoas que receberam a primeira dose e outras 1.317 já garantiram também a segunda dose, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde.

Para garantir a dose do imunizante, a prefeitura reforça que é necessário levar o comprovante de endereço, documento de identidade comprovando a idade e o CPF. Caso contrário, a pessoa não terá acesso ao imunizante.
 

O que é o coronavírus


Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 é transmitida? 

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?


Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus. 

Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência

Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:

 

 


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