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Estado de Minas UMA FILA DE INTERROGAÇÕES

COVID-19: vacinação lenta de idosos levanta dúvidas em Minas e BH

Autoridades dizem seguir plano nacional, enquanto STF exige detalhamento à União


10/02/2021 06:00 - atualizado 10/02/2021 11:15

Ansiosa pela vacina, Meri Wajnsztok credita a demora à 'briga política entre o governos federal e de São Paulo' e já questiona:
Ansiosa pela vacina, Meri Wajnsztok credita a demora à 'briga política entre o governos federal e de São Paulo' e já questiona: "Será que teremos a segunda dose?" (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)


De um lado, a vacina. Do outro, o braço à espera. E, no meio, uma longa distância entre definições das autoridades da área de saúde e a aplicação do imunizante contra a COVID-19. Por que está demorando tanto a chegar a homens e mulheres acima de 60 anos, não institucionalizados (não acolhidos em asilos), em Minas, a primeira dose da CoronaVac/Butantan ou da AstraZeneca/Fiocruz? A pergunta é feita pelos mais interessados, os idosos, e por especialistas que não conseguem entender o porquê de muitos estados estarem à frente, alguns até aplicando a segunda dose, enquanto a capital mineira começou o cadastramento e aplicação na segunda-feira (8/2) para quem tem 89 ou mais.

Ontem, o estado de São Paulo chegou a mais de um milhão de pessoas vacinadas, enquanto o Rio de Janeiro registra 270 mil e Minas Gerais, 317,4 mil. Em MG, já foram imunizados 19,6 mil idosos, a maioria institucionalizados. No Rio, a prefeitura decidiu estender a vacinação este mês para pessoas de até 75 anos. De acordo com o calendário original, 220 mil idosos de 80 anos ou mais seriam vacinados, mas, com a chegada de 32,6 milhões de doses do imunizante, que serão distribuídos ainda em fevereiro, a prefeitura antecipou a vacinação da próxima faixa etária.
 
Segundo monitoramento disponibilizado pelo Ministério da Saúde, o estado do Rio de Janeiro já vacinou 23.893 pessoas acima de 80 anos, enquanto entre mineiros foram imunizados 8.966 na mesma faixa etária. Os dados de São Paulo não estão disponíveis na plataforma, que não faz distinção entre imunizados em asilos ou instituições semelhantes e a população em geral. Com dados mais atualizados, mas sem especificar idade, o governo de Minas informa já ter vacinado 19.658 idosos.
 
"Essa é a grande questão que não consigo entender, é a pergunta, no momento, a que as autoridades da área de saúde devem responder. A campanha de vacinação tem uma evolução diferente no Rio de Janeiro e em São Paulo, estados que estavam vacinando, há mais tempo, idosos não institucionalizados. Só agora, em Belo Horizonte, começou o cadastramento para quem tem 89 anos, então precisamos saber o que está ocorrendo, se se refere à organização", diz o professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), médico infectologista Geraldo Cunha Cury.
 
Vale destacar que, de acordo com o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra COVID-19, lançado pelo governo federal em 16/12/2020,  estavam como grupos prioritários os trabalhadores de saúde, as pessoas de 75 anos ou mais, pessoas de 60 anos ou mais institucionalizadas, população indígena ladeada em terras demarcadas, comunidades e povos tradicionais ribeirinhos e pessoas de 60 a 74 anos. Pelo visto, esse último grupo vai ter que esperar muito pela primeira agulhada – ainda sem hora H nem dia D marcados.
 
Em Belo Horizonte, o Estado de Minas apurou que o prefeito Alexandre Kalil (PSD) busca formas de acelerar, junto à Secretaria Municipal de Saúde, o processo de aplicação das injeções.

Confusão


Moradora do bairro Gutierrez, na Região Oeste de BH, a aposentada e "calígrafa" Meri  Wajnsztok acredita que o atraso na imunização pela "bendita vacina" decorre "de muita briga política entre o governos federal e de São Paulo".  Na tarde de ontem, contou estar ansiosa para receber a primeira dose. "Mas com essa situação toda, minha grande pergunta é: será que teremos a segunda dose?". Meri, judia filha de poloneses, revela que está "presa" dentro de casa desde o início da pandemia do novo coronavírus, saindo apenas para o estritamente necessário. Um dos seus maiores confortos, e fonte de conhecimento e boa companhia, está nas aulas on-line do Instituto de Longevidade Motivato, de BH, com turmas de 60 a 90 anos.

Neusa e Edison:
Neusa e Edison: "Vou pedir para aplicar no braço direito, no esquerdo (... ). Depois da segunda dose, vou comemorar tanto que vou dormir até no banco da praça", brinca ela (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

 
A pedagoga aposentada Neusa Costa e Silva, de 74, aguarda "a tão desejada vacina", e credita o atraso a questões "de logística, confusões políticas e trapalhadas no governo". Moradora do bairro Cidade Nova, na Região Nordeste de BH, ela e o marido, Édison Luiz Silva, contador, de 76, que tem problemas cardíacos, se dizem ansiosos para se vacinar. Bem-humorada e aluna assídua dos cursos do Motivato, Neusa não vê a hora de receber a injeção. "Quando chegar minha vez, vou pedir para aplicar no braço direito, no braço esquerdo... e já falei para meu marido que, depois da segunda dose, vou comemorar tanto que vou dormir até no banco da praça".
 
Não bastassem desencontros, circulam na internet notícias sobre um falso cadastramento na capital. Sobre isso, a PBH divulgou nota: "Mensagens com um cronograma de datas e idades de pessoas a serem vacinadas que estão circulando pelas redes sociais são falsas. Qualquer informação sobre a campanha em Belo Horizonte pode ser acessada no portal da Prefeitura".

Explicações


Em nota,  a PBH, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informa que não há atraso na vacinação no município. "A prefeitura segue o cronograma nacional com os critérios definidos pelo Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a COVID-19, do Ministério da Saúde. É fundamental que novas remessas de vacinas continuem chegando a Belo Horizonte para que os públicos imunizados sejam ampliados cada vez mais. Com isso será possível melhorar a situação epidemiológica e a pressão na assistência no município." E mais: "Na segunda-feira (8/2), foi iniciada vacinação, após realização de cadastro, de idosos a partir de 89 anos”.
 
Com a primeira remessa de vacinas recebidas pelo município, em 19 de janeiro, foram imunizados trabalhadores de 49 hospitais – da rede pública, filantrópica e privada –, e das nove unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) e no Samu da capital, em função do maior risco para a contaminação por COVID-19. A maioria dessas instituições conta com leitos de internação para atendimento a pacientes com a COVID-19, além de outras doenças. Esses trabalhadores estão mais expostos ao vírus e por esse motivo estão sendo priorizados. Consequentemente, espera-se a manutenção das equipes multiprofissionais de trabalho, garantindo o atendimento da população de Belo Horizonte e das cidades do interior.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

 
Com o recebimento da segunda remessa de vacinas, o público foi ampliado para os trabalhadores dos Centros de Saúde, idosos e profissionais das Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), trabalhadores lotados nos 16 Centros de Referência em Saúde Mental (adulto, álcool e outras drogas e infantil), moradores e profissionais (cuidadores, equipe de enfermagem, auxiliar de serviços gerais e quem realiza a manipulação dos alimentos) dos Serviços de Residência Terapêutica (SRT) e moradores acima de 18 anos e profissionais (cuidadores, equipe de enfermagem, auxiliar de serviços gerais e quem realiza a manipulação dos alimentos) das residências para pessoas com deficiência.
 
Já a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) esclarece que segue as orientações do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde. "As novas doses de CoronaVac distribuídas às unidades regionais de saúde (URS) a partir de ontem (9/2) – 315.600 – são destinadas à vacinação de profissionais de saúde e de idosos de 90 anos ou mais. Serão contemplados 107.931 idosos com mais de 90 anos e 42.353 profissionais de saúde.
 
O número de mineiros vacinados pode ser acompanhado, em tempo real, por meio do site coronavirus.saude.mg.gov.br/vacinometro. (Colaboraram Guilherme Peixoto e Gabriel Ronan)



O que é o coronavírus


Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 é transmitida? 

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?


Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus. 

Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência

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