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Estado de Minas CORONAVÍRUS

COVID-19 em BH: população aprova Natal longe da família e adia viagens

Pesquisa revela que 68,33% dos belo-horizontinos não pretendem participar de festas de fim de ano com pessoas além das que já moram com eles


13/12/2020 04:00 - atualizado 13/12/2020 21:47

Pandemia de COVID-19 vai afetar as comemorações de Natal e réveillon(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Pandemia de COVID-19 vai afetar as comemorações de Natal e réveillon (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

A pandemia de COVID-19 vai afetar as comemorações de Natal e réveillon em Belo Horizonte, e muitos belo-horizontinos vão abrir mão de viagens de férias por receio da doença que vem aumentando o registro de casos nas últimas semanas. É o que mostra pesquisa encomendada pelo Estado de Minas à F5 Atualiza Dados, instituto de pesquisa parceiro dos Diários Associados. O resultado da amostra coletada no mês passado indica que 68,33% dos moradores de BH não pretendem participar de festas de fim de ano com pessoas da família além das que moram e convivem diariamente.

De acordo com a pesquisa, o comportamento do belo-horizontino deve ser o de ficar em casa durante nesse período. Pelo menos 75% dos entrevistados responderam que não pretendem viajar nos feriados de Natal ou réveillon. As viagens que aumentam durante o período de férias escolares também podem ser reduzidas e, quando ocorrer, devem ser sob restrições. Isso porque 83,67% das pessoas se dizem a favor de regras rígidas para evitar aglomerações em destinos turísticos.

Para o infectologista Unaí Tupinambás, voluntário no Comitê de Enfrentamento à Pandemia da COVID-19 montado pela Prefeitura de Belo Horizonte, os resultados da pesquisa refletem o comportamento obediente da sociedade às autoridades sanitárias. Apesar de não ser completamente contra as reuniões, o especialista faz recomendações.

“É difícil não falar em festa. Eu remeto ao início da epidemia do HIV, quando falávamos de abstnência de sexo. Mas tem que dar uma solução para o desejo. Na pandemia tem que procurar fazer uma festa pequena, com no máximo 10 pessoas, em ambiente aberto, uma varanda, quintal, garagem, uma área ampla. Caso tenha pessoa com alguma vulnerabilidade, que ela fique mais isolada, com distanciamento de dois metros e faça uso de máscara e o protetor facial face shield”, recomenda o professor da UFMG.

Belo-horizontinos mantêm máscara e esperam vacina pública


Segundo Unaí, essas condições citadas por ele permitem reduzir danos. “A gente queria estar num réveillon na praia, mas infelizmente não dá. Não podemos transformar a festa de fim de ano em festa de despedida. É preciso esperar mais um pouco. A gente tá cansado, mas o vírus não está de cansado da gente. A gente vai caminhando devagar. É uma crise. E a vacina está próxima”, acrescenta o especialista.

Planos adiados

Com receio da doença, os natais cheios de parentes vão ter que diminuir. Vai ser assim na família de Alda Reis, de 66 anos. Acostumada a viajar para Diamantina, ontem mora a irmã, este ano a escolha é segura: cada uma na sua casa. “Nosso Natal vai ser em total recolhimento. Sem viagem, sem aglomeração”, conta. “Somos idosos, eu e meu marido, e estamos muito preocupados. Depois que passar essa confusão, a gente passeia, porque viajar nessa preocupação não compensa. Quanto mais se resguardar, melhor”, afirma.
"Nosso Natal vai ser em total recolhimento. Sem viagem, sem aglomeração. Quanto mais se resguardar, melhor", Alda Reis, 66 anos, aposentada (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Na casa de Paloma de Araujo Vale Bertolini, de 45, o Papai Noel pela primeira vez vai deixar poucos presentes. Como uma boa anfitriã, a empresária recebeu cerca de 30 pessoas em seu apartamento no ano passado. Já neste mês, a ceia será dividida apenas com o marido e os dois filhos. “Vai ser um natal diferente, mas não triste. A gente não precisa estar perto pra estar junto”, ela comenta.

As férias de família também serão em confinamento. Dona de uma agência de turismo, ela se vê na contradição com o negócio familiar. “Não vamos viajar, ainda não me sinto confortável em entrar em um avião com a minha família para lazer. Gostaria muito, porque as crianças sentem falta, mas ainda não está nos nossos planos”, ressalta Paloma.

Carnaval só em 2022

As festividades de rua do carnaval, previstas antes da pandemia para 16 de fevereiro, também estão em debate. De acordo com os entrevistados, o apoio para o adiamento da data é massivo, com 82,67% dos votos. Para o infectologista, não é cedo para falar sobre o assunto: “Tem que cancelar”, enfatiza. “Não dá pra fazer carnaval de jeito nenhum, é impossível. Temos de entender a gravidade da situação. Sendo muito otimista, a vacinação começa em fevereiro, mas ainda estará só começando. Até vacinar a população toda leva tempo. Sem chance de ter carnaval. Não tem jeito”, defende Unaí.

A notícia de não ter carnaval é difícil para quem gosta da data. A jornalista Maria Vitória Mazão, de 23, diz que a pandemia mudou a vida dela em todos os sentidos. Recém-formada, ela ainda nem sabe como vai fazer para pegar o tão sonhado diploma. Além disso, um grande amigo da família morreu por causa da COVID-19 e ela ainda sente falta da convivência com os amigos e avós.
Apesar de gostar do Carnaval, a jornalista Maria Vitória Mazão, de 23, defende cancelamento da data em 2021(foto: Arquivo Pessoal)
Apesar de gostar do Carnaval, a jornalista Maria Vitória Mazão, de 23, defende cancelamento da data em 2021 (foto: Arquivo Pessoal)

“Fui uma das pessoas que curtiu bastante o carnaval 2020, mas acredito que um carnaval em 2021 é inaceitável. Não pode acontecer. A gente mal pode ficar quatro pessoas em uma mesa. Como vai suportar milhares de pessoas na rua? Todo mundo se encostando, se beijando?”. “Sou contra, primeiro porque não tem clima, segundo porque não é saudável neste momento. Como vamos fazer uma festa com o mundo inteiro nessa situação triste? O carnaval fica pra 2022 e vamos torcer”, defende.

O que é o coronavírus


Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 é transmitida? 

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?


Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus. 

Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência

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