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Estado de Minas AGLOMERAÇÃO

Feira Hippie fica lotada, mas feirantes ainda reclamam das vendas

Avenida Afonso Pena, no Centro de Belo Horizonte, foi tomada por milhares de pessoas que, no entanto, preferem segurar o bolso, afirmam os comerciantes


22/11/2020 11:45 - atualizado 22/11/2020 17:28

(foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)

Milhares de pessoas tomaram a Avenida Afonso Pena, no novo (e maior) trecho em que contempla a Feira de Arte, Artesanato e Produtores de Variedades, conhecida como Feira Hippie, na manhã deste domingo (22). E mesmo com o movimento intenso, comerciantes reclamam da baixa nas vendas.

A comerciante Sílvia Pinto Coelho conta que tem feito de tudo para tentar atrair os clientes, que, em sua grande maioria, só olham. “Até o preço a gente tenta reduzir. As pessoas só estão passando, não estão comprando”, diz.

(foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)


Na profissão há 30 anos, ela comenta que nunca viu uma crise como essa. “Com fé em Deus nós vamos vencer. A expectativa é melhorar, porque senão vai ficar difícil”, completa.

O comportamento dos clientes indica que o Natal pode ser apertado durante a pandemia. Uma das primeiras feirantes do tradicional comércio de BH, Iracema Martins acredita que as pessoas só estão comprando o necessário por causa da dificuldade financeira.

“Vendo artigos de Natal. Em outros anos era melhor, tudo que a gente trazia, a gente vendia. Mas agora quando vende um pouquinho a gente já fica alegre”, conta a comerciante há mais de 30 anos.

(foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)


Renato Humberto Perez, vendedor há 21 anos, reforça o discurso das vendas em baixa, mas diz que é melhor “pingar do que secar”.

“O pessoal está mais observando, não está comprando muito. Mas a esperança é a última que morre, né? Entrando o Natal agora, quem sabe as vendas melhoram. A venda só não pode parar. Já estão ruins as vendas, imagina se parar?”, ele indaga.
 
(foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)
 

Os índices de controle do novo coronavírus em BH preocupam Renato. “É perigoso. Fica nas mãos de Deus. Quem sou eu para falar pra ficar aberto ou fechar. A gente precisa trabalhar, mas a vida é mais importante”, afirma.

Feira diferente

Em 27 de setembro, a Avenida Afonso Pena voltou a ser fechada para o trânsito de carros para dar espaço aos artesãos que ficaram seis meses em casa por causa do isolamento social necessário para conter a pandemia do novo coronavírus.

Naquela data não foi registrada aglomeração, já que o espaço foi ampliado, com maior distanciamento entre as barracas. Com as novas normas, a feira ocupa um espaço maior, indo desde a Praça Sete, no quarteirão entre as ruas Carijós e Rio de Janeiro, até a Rua dos Guajajaras.

No entanto, parece que a reabertura das atividades econômicas na capital deixou os belo-horizontinos menos cuidadosos com a prevenção ao novo coronavírus e o cenário foi mudando aos poucos. No último dia 1º, a lotação não era a mesma de antes da pandemia, mas, nos corredores, centenas de pessoas circulavam sem usar a proteção facial ou com ela colocada de forma indevida no queixo. 

Vale ressaltar que, ao liberar a retomada da feira, a Secretaria Municipal de Saúde incluiu uma série de cuidados como regra, como o uso obrigatório de máscara por todos os frequentadores, inclusive os feirantes; higienizar as mão dos visitantes todas as vezes que requisitarem uma mercadoria e a proibição dos provadores.

Além disso, os comerciantes ficam responsáveis por direcionar as filas e demarcar os espaços para evitar aglomerações, observando o distanciamento de dois metros entre as pessoas. 

Shows de música ao vivo, dança e apresentações teatrais também não são permitidos, pois podem gerar concentração de pessoas. Já no setor de alimentação, os cuidados na manipulação dos alimentos devem ser reforçados.

As pessoas não podem consumir comidas e bebidas no entorno das barracas, apenas sentados em mesas e cadeiras que devem ser limpas e higienizadas, após a troca de clientes.

Aglomeração preocupa

Na última sexta (20), a Prefeitura de Belo Horizonte anunciou mais uma vez a suspensão de cirurgias eletivas diante do aumento nos casos. Belo Horizonte já ultrapassou 52 mil casos confirmados de COVID-19. Ao todo, 1.610 pessoas já perderam a vida na capital por causa da doença.

Os números mais recentes de leitos mostram que a demanda por vagas na terapia intensiva tem subido, chegando 37% até a última atualização divulgada na sexta (20). Unidades de enfermaria, no entanto, tiveram uma leve queda, de 35,6% para 34,2%. No começo da semana, as taxas estavam em 31,8% e 29,8%, respectivamente. Apesar do aumento, os dois parâmetros permanecem na fase controlada, abaixo dos 50%. A prefeitura considera no índice a rede SUS e a suplementar (privada). 

Médicos de unidades de terapia intensiva (UTIs) de hospitais públicos e privados de Belo Horizonte alertaram nessa semana para o aumento de casos graves envolvendo pacientes contaminados pelo novo coronavírus, em carta aberta divulgada no site do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG).

De acordo com o comunicado, após 13 semanas de queda progressiva no número de leitos de UTI ocupados por pessoas com a COVID-19, que saiu de 555 para 200, e as três semanas seguintes de relativa estabilidade, houve rápida elevação dos atendimentos.

Em Minas também

O alerta dos intensivistas contraria afirmação feita pelo secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, descartando uma tendência de Minas Gerais enfrentar segunda onda da COVID-19. “O fato de ter um pequeno aumento (do número de casos de contaminação pelo novo coronavírus) não significa uma tendência. Não temos evidência de aumento ou segunda onda no momento. Flutuações estão sendo observadas”, sustentou Amaral.

O secretário Eduardo Amaral ressaltou que cuidados não devem ser deixados de lado. “Vimos mudança de comportamento na sociedade recente e isso pode mudar também o perfil da epidemia”, alertou Amaral. “A pandemia não acabou. Se tomarmos cuidados, principalmente, não aglomerarmos, continuaremos na onda verde, que significa uma vida próxima do que era antes. Isso enquanto não temos vacina definida”, concluiu o secretário.
 
Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que, as ações de fiscalização sanitária são feitas regularmente em feiras da capital. Afirmou que, irregularidades em relação aos protocolos foram detectadas na Feira Hippie. Disse ainda que a equipe de fiscalização da Vigilância Sanitária produziu um relatório destacando estes pontos. "O documento está sendo analisado e deve ser utilizado no direcionamento para novas ações nas feiras em Belo Horizonte", escreveu. 

O que é o coronavírus

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp



Como a COVID-19 é transmitida?


A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?



Como se prevenir?


A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê



Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

Vídeo explica porque você deve aprender a tossir

Mitos e verdades sobre o vírus


Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência

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