
As restrições relacionadas à COVID-19 provocaram um grande estímulo para o comércio eletrônico no ano passado, mas não para todas as empresas - revela uma pesquisa da ONU.
Em um estudo, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla em inglês) observa que o setor registrou um "avanço espetacular" em um contexto de restrições de deslocamento, apesar de a pandemia ter destruído setores inteiros da economia.
Mas efeitos negativos da pandemia foram registrados nos serviços de compartilhamento de veículos, ou de viagens, indica a instituição, que baseia o relatório em estatísticas de sete países (Austrália, Canadá, China, Coreia do Sul, Singapura, Reino Unido e Estados Unidos). Juntos, eles representam quase dois terços das vendas on-line de empresas ao consumidor (chamadas B2C).
Os dados relativos a estes países mostram que as vendas no varejo on-line aumentaram 22,4% ano passado, a US$ 2,45 trilhões, enquanto em 2018-2019 havia registrado um avanço de 15,1%.
"Entre 2018 e 2019, a participação do on-line nas vendas totais do varejo aumentou 1,7 ponto percentual, enquanto entre 2019 e 2020 aumentou 3,6 pontos percentuais. O avanço é mais do que duas vezes mais rápido", explica o autor do estudo, Torbjorn Fredriksson, à AFP.
A evolução depende, porém, do país: na Austrália, as vendas on-line avançaram 59%; no Reino Unido, 46,7%; e nos Estados Unidos, 32,4%. Já na China foi apenas 14,6%.
A UNCTAD ainda não dispõe de dados mundiais para 2020, mas vários estados sugerem um forte crescimento do comércio eletrônico em outras regiões, segundo Fredriksson.
O grupo latino-americano do comércio on-line Mercado Livre registrou uma alta de 40% em média nas buscas efetuadas por cada usuário no conjunto de suas atividades da América Latina entre o fim de fevereiro e o fim de maio de 2020.
Jumia, gigante do setor na África, registrou um crescimento de mais de 50% do volume de transações nos seis primeiros meses de 2020 na comparação com o mesmo período de 2019, afirmou o especialista.
- Alibaba continua líder -
Em 2019, as estatísticas mostram que as vendas mundiais do comércio eletrônico alcançaram quase US$ 26,7 trilhões, um aumento de 4% na comparação com 2018.
O valor inclui tanto as vendas entre empresas (B2B) - que representam a grande maioria (82%) do comércio eletrônico - e de empresa a consumidor (B2C) e equivale a 30% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial do ano, segundo o estudo.
"As estatísticas mostram a importância crescente das atividades on-line. Também destacam a necessidade de os países, sobretudo dos países em desenvolvimento, disporem destas informações enquanto reconstroem suas economias após a pandemia de COVID-19", destacou a diretora de tecnologia e logística da UNCTAD, Shamika Sirimanne.
Os dados relativos às 13 principais empresas do comércio pela Internet - dez delas da China e dos Estados Unidos - apontam, no entanto, que a pandemia provocou "uma mudança considerável da situação para as plataformas que oferecem serviços como o compartilhamento de carros e viagens", constatou a agência da ONU.
As empresas que operam nestes setores registraram uma forte queda do volume bruto das mercadorias, com um retrocesso correspondente no ranking mundial de empresas B2C.
Por exemplo, a Expedia passou de 5º, em 2019, para 11º lugar, em 2020; Booking Holdings, do 6º para 12º; e Airbnb, que abriu o capital em 2020, de 11º para 13º.
Os quatro primeiros lugares no ranking permanecem os mesmos do ano anterior: Alibaba, Amazon, JD.com e Pinduoduo, nesta ordem.
Apesar da redução do volume bruto de mercadorias (VGM) das empresas de serviços, o VGM total das 13 primeiras empresas de comércio eletrônico B2C cresceu 20,5% em 2020, mais do que em 2019 (17,9%). Os lucros foram especialmente importantes no caso do Shopify e do Walmart, segundo a UNCTAD.
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Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
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Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
Entenda as regras de proteção contra as novas cepas
