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Estado de Minas SAÚDE

COVID-19: Cientistas relatam manifestações e mecanismos gastrointestinais

Alguns estudos feitos pelo mundo comprovam a manifestação de sintomas gastrointestinais em infecções pelo novo coronavírus. Especialista explica


18/03/2021 13:54 - atualizado 18/03/2021 15:08

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

É sabido que em quadros clínicos de infecção por COVID-19 é comum haver sintomas como febre, tosse, perda de paladar e olfato e dor de garganta, entre outros possíveis sinais. Porém, um artigo publicado na "Nature Reviews Gastroenterology and Hepatology", pelos professores Zhu Shu, da Universidade de Ciência e Tecnologia da China (USTC), e Richard Flavell, da Universidade de Yale, traz uma nova perspectiva: sim, manifestações gastrointestinais também se fazem presentes nos pacientes com o vírus Sars-Cov-2. 

A pesquisa, que resume as manifestações gastrointestinais em pacientes com COVID-19, explorou possíveis mecanismos de sintomas intestinais causados pela contaminação pelo novo coronavírus.

Os resultados? Cerca de 50% dos pacientes com positivos para a doença apresentaram RNA do vírus detectável em amostras fecais. A evidência de infecção intestinal pelo novo coronavírus também foi relatada em vários estudos in vitro e em animais. 

“Vários estudos relataram sintomas gastrointestinais em pacientes com COVID-19”, lembra o professor de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná Rubens de Fraga Júnior.

Segundo ele, diarreia, náuseas, vômitos, anorexia e dor abdominal são descritos como os principais sintomas gastrointestinais na maioria dos estudos, embora outros sintomas gastrointestinais, como refluxo ácido, sangramento gastrointestinal superior, hematoquezia, constipação e melena, também tenham sido relatados em alguns casos. 

Entre eles, a diarreia é o sintoma mais comum nos casos de COVID-19. Porém, o mecanismo desse sintoma ainda é amplamente desconhecido. “Estudos experimentais de outros vírus indicam que vários fatores podem levar à diarreia, incluindo alterações na microbiota intestinal, diarreia osmótica devido à má absorção ou inflamação que é secundária a danos de enterócitos, liberação de proteínas virulentas ou toxinas, e líquido intestinal induzido por vírus e secreção de eletrólitos por ativação do sistema nervoso entérico”, explica. 

O que muda, então, na transmissibilidade da doença? De acordo com o estudo e com as conclusões obtidas, tem-se, assim, um risco de transmissão fecal-oral da doença. 

“Gotículas respiratórias e contato próximo mostraram ser as principais vias de transmissão do Sars-Cov-2. No entanto, em um estudo incluindo 96 pacientes na China, 59% dos pacientes eliminaram RNA viral nas fezes, o que levantou preocupações sobre uma possível rota de transmissão fecal-oral para vírus em humanos. Desse modo, três questões devem ser discutidas para determinar se pode sim estabelecer a transmissão fecal-oral.” 

“Em primeiro lugar, é preciso determinar se o novo coronavírus pode tolerar a exposição ao ácido gástrico para posteriormente estabelecer uma infecção intestinal. Em segundo lugar, se as partículas infecciosas do vírus podem tolerar o fluido intestinal e, então, ser eliminadas pelas fezes. E, finalmente, se as partículas de vírus em fômites têm concentração e infectividade suficientes para a transmissão subsequente”, elucida Rubens de Fraga Júnior. 

Há, ainda, um outro questionamento nesse cenário: o novo coronavírus pode manter a concentração e infectividade em objetos inanimados ou substâncias fecais? “Vários estudos investigaram a infecciosidade do vírus em várias condições ambientais. Um estudo relatou que o Sars-Cov-2 foi capaz de manter a viabilidade por 3 ou 5 dias em superfícies de vidro secas e por 7 em solução em temperatura ambiente.” 

“Além disso, o RNA do vírus foi detectado em esgotos na Austrália, EUA e França. Embora faltem estudos sobre o isolamento de vírus infecciosos em esgotos, a capacidade de manter a infectividade em líquidos torna possível que o novo coronavírus possa ser transmitido pelo esgoto. Além disso, ele pode sobreviver por mais tempo em baixas temperaturas. Portanto, a detecção de RNA viral em frutos do mar embalados destacou o risco de transmissão fecal-oral”, afirma. 

E AGORA? 


Nesse cenário, mais estudos se fazem necessários para quantificar com precisão a proporção de pacientes que liberam RNA viral positivamente nas fezes e têm replicação viral ativa no intestino. Além disso, também permanece desconhecido por quanto tempo a infecção intestinal ativa por COVID-19 pode persistir. 

Ainda, segundo ele, é importante comparar a proporção de sintomas gastrointestinais entre pacientes com ou sem infecção intestinal medindo o RNA genômico viral, e os transcritos de RNA viral subgenômico eliminados nas fezes pode ser informativo sobre a contribuição da infecção intestinal direta para esses sintomas gastrointestinais.

"Portanto, vale a pena examinar mais detalhadamente para determinar se a infiltração inflamatória intestinal elevada ou a disbiose mais grave da microbiota estão correlacionadas com níveis séricos mais elevados de citocinas e gravidade da doença em pacientes com COVID-19”, opina. 

*Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram 
 

O que é um lockdown?

Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.


Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.


Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas



 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.


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