
Na visão do chefe do Executivo da capital mineira, os pensamentos negacionistas de Bolsonaro geraram mais despesas aos cofres públicos federais.
“O negativismo foi um desastre para o Brasil. E agora tem que derramar trilhões por conta de uma ‘gripezinha’ que não é uma ‘gripezinha’. Se fosse, não haveria toda essa despesa”, salientou. Em março, vale lembrar, o presidente classificou a doença como “gripezinha”.
Segundo Kalil, a decisão do Supremo Tribunal (STF), que deu autonomia aos estados e municípios para tomar medidas de contenção do vírus, é fruto da postura presidencial.
Assim como fez em meados de junho, durante outra entrevista ao EM, Kalil destacou que assume a responsabilidade pelas determinações vigentes na capital mineira.
Polêmicas prejudicaram isolamento
Para Kalil, justamente a ausência de uma “liderança nacional” fez com que as medidas restritivas tomadas por governadores e prefeitos perdessem força. Se houvesse adesão da União, projeta, a quarentena teria sido mais eficaz em todo o território nacional.
“O distanciamento social seria mais sério. Teríamos presidente, prefeitos e governadores falando a mesma coisa. Uma linha (de pensamento) só, no Brasil inteiro, e já teríamos passado por isso”.
‘Compromisso com o erro’
Ainda segundo o prefeito de BH, Bolsonaro piorou a situação ao não tentar corrigir os equívocos cometidos.
“O presidente teve o compromisso com o erro. E, como o Juscelino Kubitschek dizia, não temos compromisso com o erro. Errou? Volte atrás”, avaliou.
O número de óbitos em virtude da infecção agrava o cenário. “Ele errou. E errou feio. E, agora, está gastando uma fábula. Se ele assumisse a liderança firme do país, talvez tivesse gasto a metade do dinheiro que gastou, está gastando e vai gastar. É um erro duplo. Está fazendo, agora, um trabalho enorme, que tem que ser reconhecido como despesa gigantesca para o país e, de repente, se calou. Diante de (quase) 60 mil mortes, não há argumento que aguente”, pontuou.
A entrevista
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, concedeu entrevista exclusiva ao Estado de Minas. Na conversa, ele falou sobre a pandemia da COVID-19 e as providências da PBH para reduzir casos, mortes e o impacto da doença no sistema de saúde da capital mineira. Kalil ainda foi questionado sobre ações para a retomada da economia da cidade, eleições municipais, política estadual e nacional. As reportagens serão publicadas ao longo dos próximos dias no portal e nas páginas impressas do Estado de Minas.
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