
A fala de Kalil é uma resposta indireta à decisão do Ministério da Saúde, a partir de determinação do presidente, de alterar a forma de divulgação dos boletins diários da COVID-19. Desde a semana passada, as atualizações sobre o avanço da doença, além de divulgadas apenas por volta das 22h, não informam mais os números totais de casos e óbitos. São mencionadas, somente, as infecções e mortes ocorridas nas 24 horas anteriores.
“O presidente falou a verdade. Os prefeitos têm autonomia. Os meus óbitos (de BH) ninguém esconde. Eu os tenho no dia a dia, de hora em hora. Os meus leitos a mesma coisa. Então, quem está com ele é que deve responder isso. Meus óbitos e as minhas decisões são de minha responsabilidade. E, todo prefeito que assumiu isso, que as tenha”, afirmou Kalil.
O prefeito de Belo Horizonte disse não saber se a declaração de Bolsonaro tem o objetivo de intimidar gestores locais, mas garantiu que não vai mudar o modo de atuação. “Posso falar por mim: não sou frouxo. No meu colo, cai o que é meu. A responsabilidade é minha. Se há prefeitos ou governadores frouxos, não sei. Mas Belo Horizonte não tem prefeito frouxo”.
‘Lembrete’
Nesta segunda, pela rede social, o presidente alegou estar sendo alvo de “forças nada ocultas” e, mais uma vez, atacou a imprensa.Momentos antes, ele havia atribuído aos gestores locais atitudes como as medidas de distanciamento social. "Lembro à Nação que, por decisão do STF, as ações de combate à pandemia (fechamento do comércio e quarentena, por exemplo) ficaram sob total responsabilidade dos governadores e dos prefeitos.", argumentou.
- Lembro à Nação que, por decisão do STF, as ações de combate à pandemia (fechamento do comércio e quarentena, p.ex.) ficaram sob total responsabilidade dos Governadores e dos Prefeitos.
%u2014 Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) June 8, 2020
