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Estado de Minas PANDEMIA

Relatório aponta procedimentos inadequados na vacinação em Juiz de Fora

Documento da Secretaria Estadual de Saúde vem à tona após a perda de mais de 10 mil doses de vacinas no município; prefeitura emitiu nota se defendendo


10/06/2021 14:10 - atualizado 10/06/2021 21:43

Problema de perda de doses teria sido causado por problemas com agulhas, que não permitiam a retirada do líquido total da última dosagem, segundo a Prefeitura de Juiz de Fora(foto: Tânia Rego/Agência Brasil)
Problema de perda de doses teria sido causado por problemas com agulhas, que não permitiam a retirada do líquido total da última dosagem, segundo a Prefeitura de Juiz de Fora (foto: Tânia Rego/Agência Brasil)
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou, nessa quarta-feira (9/6), que constatou procedimentos realizados de forma inadequada em algumas etapas do processo de vacinação contra a COVID-19 em Juiz de Fora, na Zona da Mata.

O relatório de inspeção vem à tona após a visita de técnicos da Vigilância Sanitária e da Vigilância Epidemiológica da Regional de Saúde em uma sala de vacinação do município, no dia 2 de junho, para averiguar a perda de 10.769 doses do imunizante.  
 
Conforme a SES-MG, a inspeção apontou que “a contagem de doses da vacina CoronaVac extraídas dos frascos é realizada por meio de processo que pode apresentar fragilidades”.

Também foi identificada a não observância da anotação do número de doses extraído em todos os recipientes.
 
A partir do relatório emitido pelos técnicos da Vigilância, as seguintes ações foram recomendadas para o município:
  • Implementar instrumento de registro das perdas técnicas e físicas na vacinação extramuros;
  • Realizar novo treinamento com as equipes de imunização com base nas orientações do fabricante da vacina CoronaVac;
  • Monitorar e avaliar as perdas técnicas/físicas por unidade, lote e tipo de vacinador para que possam ser identificadas possíveis falhas.
 
A pasta também informa que, na terça-feira (7/6), 90 unidades de cada lote de seringas foram coletadas na Central Estadual de Rede de Frio para serem encaminhadas à Fundação Ezequiel Dias (Funed).

“A instituição fará análises de rotulagem, teste de esterilidade e volumetria dos insumos, com previsão de 30 dias para conclusão”, informa a SES.
 
Segundo a prefeitura, o problema foi causado pelas agulhas enviadas pelo estado, que não permitiam a retirada do líquido total da última dosagem. 
 

Prefeitura de Juiz de Fora se posiciona

Apesar de a SES-MG apontar inadequações, a administração municipal destacou, em sua defesa, um pequeno trecho do documento de quatro páginas afirmando que a aplicação das vacinas obedece “as boas práticas de vacinação, não sendo observado o emprego de técnicas incorretas”.

Em relação às recomendações apontadas no relatório, a prefeitura disse que “manifesta interesse em estudá-las”.
 
Leia o comunicado na íntegra:
 
“Sobre o relatório da Superintendência Regional de Saúde a respeito do processo de vacinação na cidade, a Prefeitura de Juiz de Fora vem a público manifestar sua satisfação pelo mesmo confirmar que a aplicação de doses obedece "as boas práticas de vacinação, não sendo observado o emprego de técnicas incorretas", como indica o ponto 2 do item IV do documento. O mesmo item ainda ressalta que "não foi notado ajustes de dose fora do frasco ou excessivos", confirmando a eficiência do processo de aplicação do imunizante.
 
O documento ainda atesta, em seu ponto 6 (do mesmo item IV), a presença do volume morto nas seringas, confirmando mais uma vez o que havia sido informado pela Secretaria Municipal de Saúde e causa última da perda técnica em debate. Desse modo, o relatório faz cair por terra a possível interpretação de que há imperícia no processo de aplicação de doses.
 
Lembramos que a equipe que realizou a visita técnica ao ponto de vacinação se constituía como autoridade competente no local. Caso fosse constatada alguma irregularidade, os técnicos seriam obrigados a interromper o processo de vacinação imediatamente, o que não ocorreu.
 
Sobre as recomendações sugeridas no documento, a Prefeitura manifesta interesse em estudá-las.”
 

Histórico do caso

O vereador Sargento Mello (PTB) denunciou em suas redes sociais, no dia 26 de maio, a perda de 17.789 doses de vacinas no município desde o início da imunização.

Em nota, a assessoria da prefeitura disse que desse total informado pelo parlamentar, 10.769 seriam doses que já deveriam ter chegado, mas não foram entregues ao município.

As outras 7.020 foram perdas técnicas. Posteriormente, a secretária municipal de Saúde, Ana Pimentel, atualizou esse número no dia 28 de maio, informando que 9.485 doses foram tecnicamente perdidas.
 
A secretária, durante reunião com vereadores, explicou que havia uma incompatibilidade das seringas com o frasco do imunizante CoronaVac, produzido pelo Butantan.

Ana Pimentel detalhou que as agulhas não permitiam a retirada do líquido total da última dosagem.
 
"Em vários lotes que recebemos não era possível ter acesso a esse quantitativo porque a seringa que foi disponibilizada pelo estado não aspira as 10 doses esperadas. Então, o município comunicou essa quantidade de doses perdidas e solicitou a reposição. Isso quer dizer que, do total de vacinas que recebemos, 10% é perdido por conta da agulha", explicou na oportunidade.
 
Anteriormente, a SES-MG já havia informado que as seringas encaminhadas pela secretaria a todos os municípios do estado têm registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

Logo, os materiais, conforme a pasta, seguem todas as recomendações técnicas.


Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.


Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas

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Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.


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