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Estado de Minas CORONAVÍRUS

Mortes por COVID-19 acendem alerta em grandes cidades do estado

Com BH à frente no número de mortes e casos de coronavírus, Minas tem seis municípios que já ultrapassaram barreira de 1 mil vidas perdidas


06/06/2021 06:00 - atualizado 06/06/2021 08:56

Uberlândia, no Triângulo Mineiro, segue como segundo maior em número de casos de mortes por COVID-19 em Minas Gerais(foto: Danilo Henriques/Secom/PMU)
Uberlândia, no Triângulo Mineiro, segue como segundo maior em número de casos de mortes por COVID-19 em Minas Gerais (foto: Danilo Henriques/Secom/PMU)


Belo Horizonte, por ter a maior população no estado, naturalmente é o município que lidera hoje o número de mortes pela COVID-19 em Minas. Na sexta-feira, a capital computou 5.182 vidas perdidas pela doença e 212.178 pessoas contaminadas. Em seguida, aparece Uberlândia, no Triângulo Mineiro, com 2.397 óbitos por infecção.

Outras cidades mineiras também já romperam a barreira de mil mortos, como Contagem e Betim, na Região Metropolitana de BH, Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira, Uberaba, no Triângulo Mineiro, e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce.

Puxado principalmente pelos números registrados nos municípios mais populosos do estado, Minas já registra 41.479 mortes pelo novo coronavírus. Em 24 horas, foram 5.893 casos e 61 óbitos, conforme boletim divulgado ontem pela Secretaria de Estado da Saúde.

O Estado de Minas conversou com prefeituras e secretarias municipais de Saúde de municípios com mais de 1 mil mortes para traçar um quadro do avanço da COVID-19 e das medidas que estão sendo tomadas para conter a proliferação do vírus.

Contagem segue com restrições

Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), não faz parte do Programa Minas Consciente do governo do estado, mas se encontra sob decretos com medidas restritivas que se igualam à onda vermelha.

A prefeita Marília Campos (PT) diz adotar a política do diálogo entre os vários setores da cidade para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus. A cidade já ultrapassou a marca de 1,5 mil mortes pela COVID-19.

Todo o comércio está, atualmente, aberto, mas com restrições nos horários de funcionamento e a exigência do distanciamento. Casas de festas funcionam com eventos de duração máxima de 5 horas e não podem se estender depois das 23h.

Ainda estão proibidos os eventos com venda de ingressos e danceterias, boates e salões de dança. Atividades educacionais presenciais em todos os níveis de ensino estão suspensas. Além da utilização integral da região da orla da Lagoa Vargem das Flores.

Em março deste ano, a cidade abriu 10 leitos de UTI e 73 de enfermaria exclusivos para o tratamento de pacientes com COVID-19. Com a ampliação, Contagem passou a contar com 80 leitos de UTI e 115 de enfermaria para casos de coronavírus.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Fabrício Simões, a flexibilização do comércio só é possível enquanto todos os setores acatarem as regras e há um monitoramento constante.

“Nós tivemos em Contagem uma expansão de leitos para que tivéssemos uma tranquilidade maior, para dar assistência à população.  Existe a possibilidade de uma nova onda, temos monitorado isso muito de perto com o nosso Comitê de Enfrentamento”, diz.

“Estamos em alerta e não podemos baixar a guarda. Estamos em um patamar alto que gostaríamos que estivesse mais baixo, mas o município tem feito uma estratégia de muito diálogo com todos os setores envolvidos.

O último boletim epidemiológico divulgado pela secretaria municipal de Saúde, na quarta-feira (2/6), aponta que Contagem já ultrapassou a marca de 1,5 mil mortes pela COVID-19. A cidade soma 35.632 casos confirmados, sendo 33.967 já recuperados e 1.513 óbitos pela doença.

A taxa de ocupação dos leitos de enfermaria segue em sinal de alerta com 67% de ocupação. No momento, dos 100 leitos disponíveis, 67 estão ocupados. Já os leitos de UTI estão na bandeira vermelha com 91% de ocupação, dos 80 leitos disponíveis, 72 estão com pacientes.

Contagem já recebeu um total de 244.491 doses de imunizantes para a COVID-19. Dessas, 195.687 já foram aplicadas.


Betim endurece fiscalização

Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), com mais de 440 mil habitantes, vem demonstrando pulso firme quando o assunto é a fiscalização das medidas restritivas de combate ao avanço da pandemia do novo coronavírus. Apesar de não abrir mão da rigidez, com multas e interdições a quem promove aglomerações em seus estabelecimentos, o número de óbitos já chegou a 1.131.

Dados da COVID-19 de 2021 apontam que a doença está mais agressiva nas faixas etárias mais jovens. Estatística da Prefeitura de Betim, em números contabilizados de janeiro a maio, mostram que a mortalidade na população acima de 80 anos caiu pela metade, devido ao “efeito vacina”. Em janeiro, foram 28 óbitos desse grupo, em maio 14.

Já entre a população de 40 a 59 anos, houve aumento de 153% de mortes pelo novo coronavírus. Em janeiro, foram 12 óbitos, e em maio, 59 pessoas morreram por complicações da doença. O grupo de 0 a 39 anos também teve significativo aumento de gravidade. O número de mortes quase dobrou, pulando de 4,7% em janeiro para 8,4% em maio.

Em Betim, as medidas restritivas continuam vigentes até 30 de Junho. As atividades essenciais estão funcionando sem restrições de horário. Já o comércio não essencial pode abrir das 10h às 16h. Restaurantes, lanchonetes e bares das 10h às 20h, sendo permitida a venda de bebida alcoólica, mas proibido o seu consumo local, inclusive em vias públicas.

Betim conta com duas estruturas de atendimento exclusivo para a COVID-19. O Hospital de Campanha (Cecovid-2), no Fiat Clube, tem 60 leitos clínicos. A outra é o Centro de Cuidados Intensivos (Cecovid-4), instalado no Centro Materno-infantil, com 130 leitos em de UTI. Os leitos atendem outras 13 cidades da microrregião de Saúde de Betim.

Segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, na quarta-feira (2/6), nos leitos clínicos destinados à COVID-19 havia 54 internados, representando 90% de ocupação. Nos leitos de UTI, no momento, 113 pacientes seguem em tratamento, o que representa 87% de ocupação.

O prefeito de Betim, Vittorio Medioli (PSD), tem feito severas críticas ao estado quanto à distribuição das vacinas contra a COVID-19. Segundo ele, a cidade tem sido desfavorecida em números de doses recebidas em comparação a outras. Betim já recebeu 142.091 doses. Dessas, 114.221 já foram aplicadas, sendo 79.294 primeiras doses e 34.927 segundas doses.



Cenário estável em Uberlândia

Uberlândia segue como segundo maior em número de casos de mortes por COVID-19 no estado. Por outro lado, segundo a prefeitura local, a quantidade de óbitos está sob controle mesmo com abertura do comércio há dois meses. O monitoramento aponta variação de 15% nas últimas quatro semanas, dentro dos padrões esperados.

Os números mais recentes do boletim epidemiológico municipal mostram que a Uberlândia registrou 2.397 mortes por infecção de coronavírus, além de 95.904 casos confirmados. “O cenário é estável”, classifica o secretário municipal de Gestão Estratégica, Raphael Silveira. Ele disse também que a taxa de transmissão da cidade, que em 17 de maio estava em 1,12%, na última semana teve ligeira queda e baixou para 1,08%.

Ele informou ainda que Uberlândia tem 61 mortes por semana, em média, o que mostra uma desaceleração de óbitos por COVID-19 se comparar com o período mais crítico da doença, até março deste ano. Em meados daqueles mês, a localidade ultrapassou os 2 mil óbitos do tipo, dobrando essa estatística em dois meses. Antes disso, foram precisos quase 10 meses para chegar a mil mortes por coronavírus.

O panorama ainda mostra que 95% dos leitos de UTI da cidade estão ocupados e se olhar aqueles destinados para casos de COVID-19, a ocupação é de 90% na rede municipal de saúde.

Uberlândia aplicou 249.621 unidades de vacinas contra a doença até aqui, sendo 167.862 em primeira dose e 81.159 em segunda dose. De acordo com o secretário municipal de Gestão Estratégica, nesse momento existe a preocupação da variante indiana ser disseminada pelo estado, uma vez que as cepas de Manaus e do Reino Unido tem sido um dos grandes problemas na segunda onda em Uberlândia.

Números crescentes em Uberaba

A segunda maior cidade do Triângulo Mineiro tem até aqui 1.016 mortes por COVID-19. Foi na ultima semana que o município ultrapassou a barreira dos mil óbitos pela doença. Até agora, são 29.937 casos de contaminação da doença confirmados, segundo boletim epidemiológico mais recente.

A chamada segunda onda no município começou em dezembro do ano passado, quando os 839 novos casos saltaram para 2.511 em janeiro deste ano. A partir de então, foram contabilizados 2.918 novos casos em fevereiro, depois 3.861 em março e números perto de 5 mil novos casos nos últimos dois meses. Ainda de acordo com números do município, há 87 dos 108 leitos de UTI especificamente para pacientes com o novo coronavírus ocupados. Uberaba aplicou 79.314  vacinas contra COVID-19 em primeira dose e 37.103 pessoas estão entre as que já receberam as duas doses de imunizantes contra a doença.

Atenção máxima em Valadares

Governador Valadares ainda está no nível de Alerta Alto, a classificação própria para aplicar medidas de combate à COVID-19, e que equivale à onda vermelha do Plano Minas Consciente. Esta classificação, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) permanece desde 17 de abril, com o fim da onda roxa, em função dos indicadores de assistência à saúde influenciados pela COVID-19.

O número de óbitos por COVID-19 no município apresentou queda acentuada entre os dias 25/4 e 1º/5, voltando a subir na semana seguinte – 2/5 a 8/5. A incidência diária da COVID-19 também apresentou queda considerável de pouco mais de 80 em 28/4 para número próximo de 40 por 100 mil habitantes em 28/5.

O colapso registrado em março e abril, com a ocupação 100% dos leitos UTI COVID-19 caiu dias atrás, mas voltou a subir. No sábado (5/6), a ocupação nas UTI COVID-19 SUS chegou a 94% nos hospitais públicos. Nos outros dois hospitais particulares, a ocupação chegou a 88% no sábado. Valadares tem 54 leitos UTI COVID-19.

Juiz de Fora na faixa vermelha

Desde 25 de maio, Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, permanece na faixa vermelha do programa municipal de enfrentamento à COVID-19. A cidade não segue o programa Minas Consciente do governo de Minas.



Dessa forma, o comércio de rua e shoppings seguem abertos conforme os protocolos de enfrentamento da pandemia. Os bares podem atender  no sistema delivery e restaurantes funcionam sem self-service. A regressão para a faixa vermelha ocorreu devido à classificação de “risco alto”.

No último 27 de maio, o primeiro caso da nova cepa indiana no estado foi registrado em Juiz de Fora. O homem de 33 anos que estava internado na Santa Casa teve alta no domingo. De acordo com a secretária de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora, Ana Pimentel, a cidade vem refletindo os picos de casos que ocorrem em nível nacional.

Ela ressalta que, devido à localização geográfica – entre as cidades de Belo Horizonte e Rio de Janeiro –, a cidade fica mais vulnerável. “No pior momento de pico, nós conseguimos ampliar o número de leitos em até 68%, mas precisamos manter os protocolos de distanciamento e uso de máscaras.”


Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.


Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas

[VIDEO4]

 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.


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