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Estado de Minas COVID-19

Médicos veterinários reclamam por não receberem vacina contra a COVID-19

Profissionais que trabalham com cães e gatos foram excluídos do grupo prioritário na capital mineira


07/05/2021 12:46 - atualizado 07/05/2021 13:39

Profissionais não estão recebendo a vacina contra o coronavírus, em BH(foto: Divulgação)
Profissionais não estão recebendo a vacina contra o coronavírus, em BH (foto: Divulgação)
 
Médicos veterinários, que integram o grupo prioritário de profissionais da saúde, não estão sendo vacinados contra a COVID-19 em Belo Horizonte. A justificativa, segundo a prefeitura, é que somente aqueles que trabalham em ambulatórios e unidades básicas de saúde podem receber o imunizante.

Para a médica veterinária Maria Luiza Tanos dos Santos, que trabalha com atendimentos a cães e gatos em domicílio, a categoria tem o direito de se vacinar, mas o Executivo Municipal não reconhece. “A prefeitura está priorizando os médicos que trabalham na zoonoses e discriminando os demais, não nos deixando vacinar. Temos o direito e tomara que a prefeitura pare de priorizar só quem trabalha para eles”.
 
 
Segundo a profissional, os médicos estão sendo barrados nos postos. “Fiquei a manhã toda no posto de saúde, como outros colegas também, e simplesmente proibiram de vacinar os médicos veterinários”.

“Proibiram os profissionais dos postos de vacinar os médicos veterinários. A gerente do posto recebeu uma ligação de alguém da secretaria de saúde de Belo Horizonte alegando que não era mais para vacinar os médicos veterinários. Uma colega já estava dentro da sala para ser imunizada e alegaram que não podiam mais vacinar. Ela teve que sair constrangida da sala. Isso é um desaforo”, completou.

O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais (CRMV-MG), Dr. Bruno Divino, disse que no início da pandemia os médicos veterinários foram convocados como profissionais de saúde para um treinamento no Ministério da Saúde para o atendimento de pacientes com COVID-19.

“Parte dos equipamentos de hospitais veterinários, como sedativos, ventiladores, da UFMG, foram cedidos ao Hospital Risoleta Neves. Os medicamentos e EPIs da escola veterinária também foram disponibilizados para o Hospital das Clínicas. Então desde o começo estamos trabalhando juntos oferecendo todo o nosso serviço”, afirmou.

De acordo com o presidente, a prefeitura de BH excluiu os profissionais que trabalham com cães e gatos do grupo prioritário. “Isso está causando uma grande confusão. Estamos cientes e temos trabalhado intensamente com a prefeitura mostrando para eles tecnicamente, não só para a prefeitura mas para o governo estadual, que os médicos correm risco. 20% dos médicos veterinários tiveram COVID-19. Outras cidades também estão com esse problema, como Juiz de Fora, Divinópolis." 

Na semana que vem, o presidente terá uma reunião com o secretário municipal de saúde de Belo Horizonte, Jackson Machado Pinto, na qual será mostrada as informações e os dados que comprovam que os médicos veterinários devem, sim, receber a vacina.

“Vou apresentar os levantamentos que fizemos no Conselho. Com esses dados, vamos mostrar a parte legal e a evidência prática que os profissionais são grupo de risco, mas estamos nessa negociação. Pensamos em entrar com um mandado de segurança, mas a Justiça determinou que quem define grupo prioritário é a secretaria estadual e não adianta judicializar”, explicou.

O que diz a prefeitura

A Prefeitura de BH, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informou:

“A Prefeitura de Belo Horizonte informa que segue rigorosamente as orientações do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, do Ministério da Saúde. A Secretaria Municipal de Saúde informa que para receber a vacina, os trabalhadores da saúde, com 18 anos ou mais, devem ter se cadastrado no portal da Prefeitura até 28 de abril às 23h59.

Podem se imunizar apenas os médicos veterinários que atuam em estabelecimentos de assistência, vigilância à saúde humana/ saúde pública e regulação e gestão à saúde humana/ saúde pública na cidade de Belo Horizonte. Ou seja, que trabalham em ambulatórios e unidades básicas de saúde, além dos que atuam em atividades de supervisão de campo das ações de prevenção e controle de doenças que podem atingir a população humana, como dengue e leishmaniose, por exemplo. Caso o profissional trabalhe em Clínicas Veterinárias, não poderá ser vacinado.”

Sobre o caso de estudantes de Medicina Veterinária se vacinarem primeiro que os médicos veterinários, a Secretaria disse que “eles devem estar em estágio em hospitais, atenção básica, clínicas ou laboratórios, e não apenas matriculados em instituições”.

“No caso de estudantes de cursos da área da saúde, os mesmos precisam estar em estágio em hospitais, atenção básica, clínicas ou laboratórios, e não apenas matriculados em instituições. Para ser vacinado, o aluno precisa apresentar uma declaração de matrícula e um comprovante oficial de vínculo ativo como trabalhador de saúde de Belo Horizonte, atestando a sua atuação em hospitais, redes de atenção básica, clínicas e laboratórios. Qualquer situação que não esteja nos critérios de elegibilidade para vacinação de trabalhadores de saúde é passível de adoção de medidas legais cabíveis”.

Conselho Regional de Medicina Veterinária

"O Ministério da Saúde, através do Ofício n° 8/2021/DIDT/SVS/MS, confirmou que os profissionais da Medicina Veterinária estão inseridos nos grupos prioritários, justificando ainda que 'os médicos-veterinários atuam em diversas frentes, inseridos em clínicas, hospitais, defesa sanitária, desempenhando atividades que vão desde a gestão até a vigilância em zoonoses, vigilância ambiental em saúde, epidemiológica e sanitária, o que os torna mais suscetíveis à doença'”.

Desta forma, respeitando a prioridade daqueles que atuam na linha de frente no combate à Covid-19, dos idosos, indígenas, dentre outros, os médicos-veterinários, devem ter acesso igualitário aos serviços de vacinação, estando inseridos nos grupos prioritários, assim como os demais profissionais e auxiliares de outras áreas de saúde.

O CRMV-MG, desde o início da vacinação contra a COVID-19 no Brasil, vem recebendo diversos questionamentos de veterinários em nosso estado, referentes à exclusão da categoria no grupo prioritário de profissionais da saúde para a vacinação em alguns municípios mineiros.

A disparidade na definição, por cada município, dos profissionais de saúde que serão vacinados gera grande ansiedade nos veterinários que observam colegas de terem o acesso à vacinação, enquanto em seu próprio município são excluídos do grupo prioritário sem o fornecimento de uma justificativa fundamentada.

A respeito do assunto o esclarecemos que, embora sejam regulados pelos próprios municípios os critérios técnicos e epidemiológicos que norteiam as decisões nos chamamentos para vacinação, desde o início da campanha de vacinação contra Covid-19 foram publicados diferentes manuais orientativos pelo Ministério da Saúde. Dentre eles, destaca-se o PLANO NACIONAL DE OPERACIONALIZAÇÃO DA VACINAÇÃO CONTRA A COVID19 publicado pelo Ministério da Saúde, em 25/01/2021, que define diretrizes para apoiar as Unidades Federativas (UF) e municípios no planejamento e operacionalização da vacinação contra a doença. Dentre seus objetivos o plano pretende apresentar a população-alvo e grupos prioritários para vacinação, conforme consta, claramente, no anexo I, página 71: “Compreendem como trabalhadores dos serviços de Saúde todos aqueles que atuam em espaços e estabelecimentos de assistência e vigilância à saúde, sejam eles hospitais, clínicas, ambulatórios, laboratórios e outros locais.
 
Compreende tanto os profissionais da saúde (ex. médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, biólogos, biomédicos, farmacêuticos, odontólogos, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, profissionais da educação física, médicos veterinários e seus respectivos técnicos e auxiliares), quanto os trabalhadores de apoio (ex. recepcionistas, seguranças, trabalhadores da limpeza, cozinheiros e auxiliares, motoristas de ambulâncias e outros), ou seja, todos aqueles que trabalham nos serviços de saúde. Inclui-se ainda aqueles profissionais que atuam em cuidados domiciliares (ex. cuidadores de idosos, doulas/parteiras), bem como funcionários do sistema funerário que tenham contato com cadáveres potencialmente contaminados. A vacina também será ofertada para acadêmicos em saúde e estudantes da área técnica em saúde em estágio hospitalar, atenção básica, clínicas e laboratórios.

O CRMV-MG esclarece também que a medicina veterinária é uma ciência que trabalha sob o conceito de saúde única, pois considera a indissociabilidade entre a saúde humana, animal e ambiental. De forma que os profissionais desta área entendem que a saúde de uma população deve ser vista de forma ampla e multidisciplinar, transcendendo o simples atendimento médico-hospitalar. Os médicos-veterinários além de terem competência para trabalhar com ações diretas de combate à Covid-19 nas unidades de vigilância em saúde nos estados e municípios, podem executar atividades de prevenção e controle de doenças transmissíveis entre homens e animais, trabalhar na vigilância sanitária, na fiscalização da qualidade higiênico-sanitária dos alimentos que serão consumidos pela população, atuar na vigilância epidemiológica, na investigação de surtos e epidemias, em especial de doenças emergentes.
 
Estamos atravessando um momento de perdas e dores incalculáveis, milhares de famílias choram a perda de seus entes queridos. O momento, mais do que nunca, requer de todos nós mais empatia, cautela e compaixão. O CRMV-MG respeita os critérios que são definidos, com base na ciência, como estratégias de vacinação da população e estamos à disposição para dialogar com as equipes técnicas que definem o plano de imunização nos municípios mineiros.

Neste sentido, esperando poder contar com sensibilidade que deve ser inata aos Gestores Públicos, nos colocamos à disposição para quaisquer informações complementares que forem julgadas necessárias."
 
* Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.  
 

O que é um lockdown?

Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.


Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.


Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas



 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.


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