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Estado de Minas COVID-19

Montes Claros cancela antecipação de feriado da Semana Santa após polêmica

Recuo da prefeitura ocorre após reação da Igreja Católica contra mudança em relação à sexta-feira da Paixão


17/03/2021 15:33 - atualizado 17/03/2021 19:53

Dom João Justino de Medeiros, arcebispo metropolitano de Montes Claros, criticou a decisão da prefeitura(foto: Junior Sá/Arquidiocese de Montes Claros)
Dom João Justino de Medeiros, arcebispo metropolitano de Montes Claros, criticou a decisão da prefeitura (foto: Junior Sá/Arquidiocese de Montes Claros)

O prefeito de Montes Claros, Humberto Souto (Cidadania), cancelou a antecipação do feriado da sexta-feira da Paixão na cidade, dentro das medidas restritivas para impedir o avanço da COVID-19. O recuo do chefe do Executivo ocorreu após forte reação da Igreja Católica contra a alteração do feriado da Semana Santa.

Na noite de segunda-feira (15/03), a Prefeitura de Montes Claros publicou decreto com a antecipação de cinco feriados. Com a medida, o feriado prolongado foi iniciado nesta quarta-feira (17/03) e vai até segunda-feira (22/03).

Desde 7 de março, a cidade entrou na onda roxa, a mais restritiva do Plano Minas Consciente, do governo do estado, e que foi estendida a todos os 853 municípios nesta quarta-feira (17/03). Entre as restrições da onda roxa, estão o fechamento do comércio não essencial e o toque de recolher no horário noturno (das 20h às 5h).
O decreto estabeleceu a antecipação de três feriados de comemorações católicas: sexta-feira da Paixão (2 de abril), Corpus Christi (3 de junho) e Finados (2 de novembro). Também foram antecipados os feriados do aniversário da cidade (3 de julho) e do Dia da Consciência Negra (20 de novembro).
 
A mudança em relação à sexta-feira da Paixão provocou muitas reclamações entre os católicos. Por meio de nota, divulgada na tarde de terça-feira (16/03), o arcebispo metropolitano de Montes Claros, dom João Justino de Medeiros, criticou a decisão da Prefeitura de Montes Claros de ter antecipado três feriados das comemorações da Igreja Católica e lembrou que uma das “frentes de batalhas” para superar a pandemia da COVID-19 é o “suporte da fé”.

“Lamentamos essa decisão, que fere a sensibilidade religiosa e cultural de grande parte da população. A pandemia precisa ser vencida em muitas frentes de batalha. Uma delas, com sua significativa parcela de importância, é o suporte da fé”, diz dom João Justino.

Ele também destacou que as celebrações litúrgicas da Semana Santa continuariam normalmente para o período originalmente previsto, sem a presença de público e com transmissão pelas redes sociais.

Após a reação da Igreja Católica, nesta quarta-feira, a Prefeitura de Montes Claros publicou decreto em edição extra do Diário Oficial do Município, na qual cancela alteração da sexta-feira da Paixão.

A municipalidade mantém a antecipação dos cinco feriados, garantindo o “feriadão” entre esta quarta-feira  e a próxima segunda-feira. Na antecipação, a sexta-feira da Paixão foi “trocada” pela data de 3 de julho de 2022 (Aniversário da Cidade).

No novo decreto, o Executivo municipal justifica que foi feita a mudança “considerando a necessidade de preservação das comemorações da sexta-feira santa, com a possibilidade de substituição mediante a antecipação de outro feriado municipal”.
 
Ouvido pelo Estado de Minas, o prefeito Humberto Souto confirmou que cancelou a antecipação do feriado da sexta-feira da Paixão devido ao mal-estar gerado com a Igreja Católica.

“Não existia necessidade de causar polêmica como esta. Houve um mal-entendido por parte dos fiéis. O objetivo não é acabar com a sexta-feira da Paixão, mas apenas antecipar o feriado, como estratégia para fechar o comércio no momento de uma crise (sanitária) grave. Mas, para evitar uma polêmica desnecessária, simplesmente mandei substituir (o feriado antecipado). Não tem nenhuma coisa mais”, assegurou Souto.
 

“Exploração política”

Ele reclamou que, diante da reação dos católicos, houve uma tentativa de exploração politica da polêmica  diante da gravidade da pandemia do coronavírus na cidade. Desde 2 de março, o município enfrenta a ocupação máxima de leitos clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes da COVID-19. 
 
“Pessoas aproveitaram (da situação) para fazer uma contestação. O importante é obetivo principal, o foco. E qual é o foco? O foco é combater a doença. Porque não temos mais um leito (disponível). Não temos nada. Tivemos que tomar providência. E a providência é esta: evitar a contaminação das pessoas”, enfatizou Humberto Souto.

O prefeito de Montes Claros fez um apelo para as pessoas deixarem de lado “as picuinhas” e todos se unirem nas medidas preventivas e no combate ao coronavirus, com objetivo de impedir as mortes provocadas pela doença. 

“Não é momento de polêmica. Nem de discussão. Nem de picuinha. Nem de politicagem. Nem de fuxicada. É momento de união, de todo mundo dar as mãos, de todo mundo saber que o foco principal são (as medidas para evitar) as mortes, que estão batendo às portas de todo mundo porque não tem uma vaga nos hospitais”, alertou Souto.

Por outro lado, o prefeito da cidade-polo do Norte de Minas afirmou que tem a esperança de que a pandemia será superada. “Vamos pra frente. Isso terá fim. Nós vamos chegar adiante. Para isso, temos que ter cuidados. Temos que preservar a vida. Se não, não chegaremos lá” .
 
Souto enalteceu a importância da vacinação em massa da população. “O ideal mesmo é a vacina, é que todos sejam vacinados. Esta é a luta. Por isso que entrei em consórcio municipal para comprar vacinas. Todas as medida Montes Claros adotou”, concluiu.

Boletim da COVID-19 em Montes Claros

De acordo com a Secretaria de Saúde local,  nesta quarta-feira (17/03), Montes Claros teve a confirmação de 271 casos da COVID-19 e cinco mortes provocadas pela doença.

Houve uma redução dos registros em relação aos dois dias anteriores, sendo que na última segunda-feira (15/03) foram confirmados 435 novos casos e 16 mortes – as maiores quantidades de novos casos e de óbitos decorrentes do coronavírus registradas no município em um único dia desde o início da pandemia.

Montes Claros contabiliza, até agora, 22.601 casos e 401 mortes causadas pela doença.

O que é o coronavírus


Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 é transmitida? 

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?


Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus. 

Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência

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