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Estado de Minas CORONAVÍRUS

Janeiro foi pior mês da pandemia da COVID-19 em Minas e no Brasil

A cada 14 minutos, uma pessoa perdeu a vida para a COVID-19 em Minas Gerais nos primeiros dias do ano. Especialista aponta comemorações como vilãs


01/02/2021 06:00 - atualizado 01/02/2021 07:24

Um dos redutos preferidos dos mineiros, a Praia do Morro, em Guarapari, registrou aglomerações no início do ano. Festas de Natal e réveillon também impactaram os números (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Um dos redutos preferidos dos mineiros, a Praia do Morro, em Guarapari, registrou aglomerações no início do ano. Festas de Natal e réveillon também impactaram os números (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)

Enquanto o Brasil assistiu esperançosamente o início da vacinação contra a COVID-19, a pandemia teve seu auge no mês de janeiro: 16,6% do total de casos e 13,1% do contingente de mortes ligadas ao novo coronavírus aconteceram nos primeiros dias de 2021 no país. Em Minas e em BH, o ápice também ocorreu no período. Para efeito de comparação, 26% dos casos da doença registrados em toda a pandemia no estado foram nesse intervalo de tempo. Em BH, 28,5%.

Nas 853 cidades mineiras, o governo registrou 191.577 diagnósticos no total, média de 4,3 infecções por minuto no mês. Quanto às mortes, a estatística assusta ainda mais: a cada 14 minutos, uma pessoa perdeu a vida para a COVID-19 na unidade federativa no período: 3.158 em número absoluto.

E a onda teve as festas de fim de ano, quando aglomerações foram registradas por todo Brasil, como vilãs, segundo especialista ouvido pelo Estado de Minas.

O caos vivido pelo Brasil em janeiro tem como maior símbolo o colapso do sistema de saúde em Manaus. Além das festas de fim de ano, a capital do Amazonas enfrenta o surgimento de uma nova variante do vírus, bem mais transmissível. Para o infectologista Geraldo de Cunha Cury, no entanto, a alta no país, com reflexos em Minas e em BH, tem como causa as aglomerações durante as férias, o réveillon e o Natal, sem grande impacto da nova variante.

“Essa alta que nós estamos observando agora está ligada às festas de fim de ano, muito mais que qualquer variante. Essa nova cepa do Amazonas está concentrada em Manaus. Pelo que se sabe até agora, ela não causa reinfecção, então penso que a diminuição do isolamento social e o não uso da máscara são as principais causas desse aumento”, afirma o professor da Faculdade Ciências Médicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

E o especialista avisa: os reflexos da virada do ano ainda não acabaram. De acordo com ele, muitas pessoas que se infectaram não apresentaram sintomas, o que causou uma transmissão em massa do coronavírus. Como o contágio é exponencial, a tendência é que a alta se prolongue por mais algumas semanas.

Ao mesmo tempo que os casos e as mortes dispararam, os estados brasileiros começaram em janeiro a vacinação contra a COVID-19. Até aqui, a maioria dos imunizados recebeu doses da CoronaVac, produzidas pelo Instituto Butantan, em São Paulo, com a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech.

Hoje, segunda-feira, primeiro de fevereiro, Minas inicia a distribuição das ampolas da AstraZeneca, que têm a chancela da Oxford. Porém, uma incerteza paira no ar: as pessoas vão manter os cuidados sanitários com a chegada das vacinas? E como fica essa nova flexibilização do comércio em BH?

Prevenção


Para o especialista Geraldo Cury, é preciso alertar a população para que o distanciamento social não despenque com a chegada da vacina. “Nós precisamos alertar para que isso não aconteça. Se a pessoa tomar a primeira dose da vacina, tem que esperar a segunda. Depois, tem que continuar usando máscara. Não se sabe ainda se a pessoa imunizada pode transmitir a doença para outras pessoas”, afirma.

Quanto à reabertura da atividade comercial em BH, iniciada hoje, o professor da UFMG afirma que a prefeitura tem feito um bom trabalho até aqui, o que lhe dá segurança para um novo fechamento caso os indicadores voltem a crescer.

“BH tem tido uma atitude muito responsável. Isso (a flexibilização) foi feito agora porque a transmissão do vírus está abaixo de 1 (estágio controlado). Então, o que se espera é que a ocupação das UTIs diminua (o índice ainda está na fase crítica). Isso vai ser acompanhado. Não é uma decisão estática”, diz.

Em todo janeiro, Belo Horizonte registrou 25.289 diagnósticos de COVID-19. Arredondando, um morador da capital se infectou pelo vírus a cada dois minutos na cidade. Quanto às mortes, a média foi de uma vida perdida a cada duas horas na capital mineira: 364 no total. Se o número de diagnósticos foi recorde, o de óbitos não: em agosto, a gestão Alexandre Kalil (PSD) computou 451 mortes pelo vírus na cidade.

(foto: Arte/Paulinho Miranda)
(foto: Arte/Paulinho Miranda)

Brasil

O mês de janeiro também foi de recorde de casos no Brasil: até ontem, o Ministério da Saúde contabilizou 1.528.758 diagnósticos no país. Esse consolidado resulta em uma média aproximada de um caso a cada dois segundos no primeiro mês do ano. O número de mortes, por sua vez, foi o terceiro maior de um mês desde o início da pandemia: em janeiro, 29.555 pessoas morreram no Brasil por COVID-19. Em junho, foram 30.280, enquanto em julho 32.881.

“Esse número tende a cair nos próximos meses caso a vacinação avance. A verdade é que o Brasil deveria ter iniciado a imunização ainda em dezembro. Estamos muito atrasados. Essa primeira fase (idosos e deficientes institucionalizados, indígenas, quilombolas e profissionais de saúde) já deveria estar toda protegida”, diz.

Para Geraldo Cury, os próximos presidentes da Câmara e do Senado, que devem ser definidos hoje, devem cobrar o governo Jair Bolsonaro (sem partido) por acelerar os processos de compra de insumos para garantir a produção da CoronaVac em massa. “Temos um senador mineiro (Rodrigo Pacheco, do DEM) como um dos favoritos no Senado. Ele deve cutucar o governo por uma solução célere. O país não pode perder mais tempo”, afirma o infectologista.

O que é o coronavírus


Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 é transmitida? 

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?


Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus. 

Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência

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