nossa história, nosso patrimônio

Esplendor barroco bem perto dos olhos

Igreja de Córregos, em Conceição do Mato Dentro, tem estrutura e elementos artísticos restaurados. Forro impressiona pela beleza

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Conceição do Mato Dentro – A primeira vez que estive no distrito de Córregos, em Conceição do Mato Dentro, fiquei encantado com a harmonia entre natureza, casario e clima de tranquilidade. E igualmente surpreso com a história da padroeira local, Nossa Senhora Aparecida de Córregos, bem diferente da protetora do Brasil, Nossa Senhora da Aparecida.

Con­for­me a tra­di­ção oral, em 1722 “apa­re­ceu” no ce­mi­té­rio, on­de de­pois foi er­gui­da a Ma­triz Nossa Senhora Aparecida de Córregos, uma ima­gem da Virgem Maria. Ela te­ria si­do dei­xa­da por um ban­dei­ran­te, em bus­ca de ou­ro, que foi embora, se­guin­do o Rio San­to An­tô­nio, por não con­se­guir gran­des ri­que­zas. Após a conclusão da igreja, a imagem foi para o altar. Agora, o templo se encontra em fase final de obra – estrutura e elementos artísticos – com inauguração em meados de fevereiro (em data a ser marcada).

Ao entrar recentemente na matriz, meu encantamento aumentou: o forro da capela-mor ressurgiu sob camada de tinta branca em primoroso trabalho de restauração. É um esplendor do Barroco, creditado ao artista Gonçalo Francisco Xavier e realizado durante sua permanência em Minas entre 1742 a 1775. “Os moradores desconhecem essa pintura original, pois estava encoberta certamente há 100 anos”, explica a arquiteta-assistente Taís Stephanie Pereira Morais, da A3 Atelier de Arte Aplicada, empresa encarregada da intervenção iniciada em janeiro de 2023.

SERVIÇOS

De acordo com o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), responsável pelo tombamento em 1985 e, agora, pelos recursos disponibilizados para o restauro (provenientes de medida compensatória) e acompanhamento técnico, a obra contempla, na parte arquitetônica, estrutura, alvenarias, esquadrias, cobertura, forros, piso. E ainda instalações complementares (instalações elétricas, hidráulicas, e de proteção contra descargas atmosféricas, prevenção e combate a incêndio, sonorização, alarme contra intrusão e drenagem).

Já no restauro de elementos artísticos: altar-mor, pinturas parietais da capela-mor, forro da capela-mor, arco cruzeiro, altares colaterais, altares das capelas laterais, lavabo, painel do órgão e púlpito. No período de obras, a comunidade, a convite do Iepha, tem visitado o templo, que fica no Núcleo Histórico do distrito, a 24 quilômetros do Centro de Conceição do Mato Dentro.

CONHEÇA O PROJETO DA CASA MAP...

Duplamente reconhecida pela Unesco – como Patrimônio Mundial, pelo conjunto arquitetônico moderno projetado por Oscar Niemeyer, e Paisagem Cultural, incluindo o espelho d’água –, a Pampulha tem no Museu de Arte (MAP), da década de 1940, um dos seus destaques. Após anos de espera, o projeto de restauração começa a decolar. Como novidade, está em fase final de construção a Casa MAP, espaço fundamental para acolher adequadamente as obras artísticas enquanto o museu recebe as intervenções. Publicamos aqui, em primeira mão, o desenho da fachada da futura Casa MAP.

 ...À BEIRA DA LAGOA DA PAMPULHA

A Casa MAP (Museu de Arte da Pampulha) será uma das mais modernas reservas técnicas do país, segundo informações da PBH, via Secretaria Municipal de Cultura e Fundação Municipal de Cultura. O prédio, que vai abrigar ainda a biblioteca e o Centro de Documentação, ocupará também a antiga estação de bombeamento de água da Pampulha, na Avenida Otacílio Negrão de Lima, 2.202, inaugurada na década de 1940. Nesse local, ficará a recepção, pequena galeria e o Programa Educativo. O projeto é do arquiteto Gregório Fiorotti, da Grená Arquitetura.

PAREDE DA MEMÓRIA


Há exatos 26 anos, o patrimônio de Minas sofria um dos seus mais duros revezes. Na tarde de 20 de janeiro de 1999, um incêndio consumiu parte da Igreja Nossa Senhora do Carmo, no Centro Histórico de Mariana. Erguido em pedra e cal a partir de 1783, o templo figura como um dos mais belos exemplares do rococó.

Além dos altares laterais – um com o calvário, a imagem de Santa Terezinha e sua relíquia, o outro com São João da Cruz e Imaculada Conceição –, uma das maiores perdas foi a pintura do forro da nave, feita por Francisco Xavier Carneiro, que retratava Nossa Senhora do Carmo entregando o escapulário a São Simão Stock. Para apagar o fogo, veio ajuda do Corpo de Bombeiros de Ouro Preto, pois a cidade não dispunha desse serviço.

O restauro começou em abril de 2000. Em três anos, as portas foram reabertas, com a primeira missa, em 27 de janeiro de 2002, presidida pelo então arcebispo de Mariana, dom Luciano Mendes de Almeida (1930-2006).

Tudo indica que a culpa das labaredas foi de uma lâmpada. Houve explosão, curto-circuito e as faíscas se propagaram a partir de substâncias inflamáveis usadas na eliminação de cupins. Sem perícia conclusiva, restaram hipóteses.

ARQUITETURA E ARTE  

Um belo recorte da terra do poeta Carlos Drummond de Andrade está no livro “Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Itabira: história, arquitetura e arte”, de autoria do padre Júlio César Santos. Fruto de trabalho iniciado no curso de pós-graduação em história da arte, na Faculdade Dom Luciano Mendes, a obra descreve bens móveis e integrados do templo, com ênfase na nave da edificação, no acervo da capela-mor e na pintura do forro. Ainda pouco pesquisada, a igreja tem grande valor religioso, histórico e cultural por ser uma das primeiras construções do século 18, na região, diz o padre itabirano. Interessados em adquirir o livro (R$ 50) devem enviar email para juliocesarsantosita@gmail.com.

ROMARIA EM BRUMADINHO

No próximo sábado (25), quando se completam seis anos do rompimento de barragem de rejeitos de mineração em Brumadinho, haverá a 6ª Romaria da Arquidiocese de Belo Horizonte pela Ecologia Integral. O encontro será no Santuário Nossa Senhora do Rosário, das 9h às 14h, com missa e posterior caminhada ao letreiro da cidade e ato em memória das vítimas da tragédia. A promoção é do Vicariato Episcopal para Ação Social, Política e Ambiental da Arquidiocese de BH.

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SANTO PROTETOR

Hoje, dia de São Sebastião, tem festa para o mártir que protege, conforme a devoção popular, contra a peste, a fome e a guerra. Dono de uma legião de devotos, especialmente no meio rural do estado, o santo receberá homenagens nas paróquias dos bairros Barro Preto e Betânia, na capital, e nas cidades de Lagoa Santa, Contagem, Brumadinho, Betim e Santa Luzia, na Grande BH. Mais informações no site da Arquidiocese de Belo Horizonte.

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