MÚSICA

Lô Borges deixou prontos quatro álbuns de inéditas

Os trabalhos, feitos nos últimos três anos, trazem parcerias com o irmão Márcio Borges e a médica Manuela Costa

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Lô Borges, que morreu nesse domingo (2/11), aos 73 anos, deixou, ao menos, quatro álbuns finalizados. Todos de inéditas.

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O primeiro é “A estrada”, só com letras de seu irmão, Márcio Borges; o segundo e o terceiro, resultados de sua parceria com a médica brasiliense Manuela Costa; e o quarto só dele – letra e música –, algo inédito em sua carreira.

O disco com Márcio está pronto desde 2022, mas Lô tinha preferido lançá-lo em 2026, quando o irmão completa 80 anos. Foi o que ele disse em sua última entrevista ao Estado de Minas, em agosto.

Outro álbum, também gravado e mixado, é uma espécie de continuação de seu álbum de 2024, “Tobogã”. Foi neste trabalho que Lô inaugurou parceria com a pediatra Manuela Costa, de 41 anos.

Ela é uma antiga fã do Clube da Esquina, que conheceu Lô há 20 anos, quando estava de férias em BH. Os dois beatlemaníacos iniciaram amizade – se encontraram não mais do que meia dúzia de vezes, pois os contatos eram principalmente por e-mail.

Artista criterioso 

Ao EM, Manuela contou que o segundo disco era chamado por Lô de “Tobogã 2”. “Em 2022, ele fez 24 músicas (todas com letras dela) no intervalo de três meses. Gravou com a banda dele as 24 de uma vez. O Lô era bem criterioso, passava meses ouvindo as gravações para definir a ordem das músicas.”

As 12 primeiras saíram no álbum do ano passado – o título foi inspirado em “Tobogã” (1987), livro de memórias de seu pai, Salomão Borges. “Em ‘Tobogã’, fizemos uma homenagem ao pai dele. No disco que a gente brincava que seria o ‘Tobogã 2’ , fizemos uma homenagem à mãe dele, dona Maricota, em ‘Passarins na janela’. O Seu Salomão se referia a ela como sua melhor metade”, conta Manuela.

A última vez que ela e Lô se viram foi em junho de 2023, durante a Cine OP – Mostra de Cinema de Ouro Preto. Na ocasião, foi lançado o documentário “Lô Borges – toda essa água”, de Rodrigo de Oliveira, e produzido por Vânia Catani.

Manuela e Lô iriam se encontrar em Brasília, dez dias atrás – ele faria um show em 25 de outubro com Beto Guedes na capital federal; como estava internado, foi substituído por Wagner Tiso. “Ele tinha conseguido antecipar a viagem e ia chegar um dia antes para encontrarmos”, conta Manuela.

Os dois se falaram pela última vez em 15 de outubro. “Ele estava muito feliz, o filho tinha se mudado para o prédio dele (próximo à Praça da Liberdade). Estava numa fase muito boa”, acrescenta.

Novas composições


A parceria entre os dois não se limitou às 24 canções. Em janeiro deste ano, ela foi retomada. A primeira música se chama “Cara comum” e traz os seguintes versos: "O vento sempre é bom/Vento é a casa do pássaro".

“Quando me veio esse verso, fiquei tão emocionada que liguei pra ele, contei que tinha colocado no Google e que ninguém nunca tinha escrito esse verso antes. Ele vibrou comigo, com muito entusiasmo, repetindo que era isso mesmo, que ele era um pássaro e que o vento era a casa dele”, continua Manuela.

Este álbum, também gravado, mas não mixado, reúne dez músicas: seis com letra da Manuela e quatro que o próprio Lô letrou. “Ele me deu as dez músicas, mas era um pouco impaciente. Acabou fazendo quatro ele mesmo”, conta ela, acrescentando.

“Nas letras, ele colocava detalhes de seu dia a dia”. Uma delas é “Cabe você também”, que traz como referência um sino de ventos de metal com a figura de um elefante, que tem na entrada da casa do próprio Lô.


“Assim que terminava uma canção, ele corria para o estúdio (Frangonobafo, de Henrique Matheus e Thiago Corrêa) para gravar. Fizemos um rap para o Luca (o único filho de Lô), uma canção flamenca, alguns mantras. Músicas que eram a cara do Lô Borges, outras que eram a cara do John Lennon... Uma que brincávamos que era para Rita Lee, outra que torcíamos para um dia o Ney Matogrosso interpretar”, acrescenta Manuela, que destaca a "bondade, simplicidade, alegria e entusiasmo" de Lô.

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A derradeira parceria dos dois é de agosto, foi gravada por Lô de forma caseira. Ele musicou um poema de Manuela que começa assim: “Dependendo da palavra, rio/Dependendo da palavra, choro/Dependendo da
palavra, grito/Cada palavra tem um signo/Qual o mal de senti-lo?”.

O quarto disco pronto de Lô é só dele e de mais ninguém. Lô fez poucas letras. No álbum solo de estreia, “Lô Borges” (o chamado “disco do tênis”), ele havia assinado sozinho nove das 15 faixas. Posteriormente, ainda fez algumas, porém um álbum completo, não. As dez faixas desse disco foram gravadas em 2024.

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