Taça do Mineiro será entregue ao campeão após a final entre Cruzeiro e Atlético, neste domingo -  (crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)

Taça do Mineiro será entregue ao campeão após a final entre Cruzeiro e Atlético, neste domingo

crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press

O Cruzeiro tem uma boa vantagem na decisão deste domingo, do fraco, falido e ultrapassado Campeonato Mineiro: de jogar pelo empate. Construiu isso com a melhor campanha na competição e consegui se manter invicto na casa do Galo, onde já venceu duas vezes e empatou uma, num jogo em que foi muito mal no primeiro tempo e poderia ter perdido a taça. Recuperou-se na fase final, empatou por 2 a 2 e chega ao Mineirão, ou “Toca 3”, como preferem os cruzeirenses.


Não deve jogar pela vantagem, pois, toda equipe que entrar pensando em empatar, acaba perdendo. Deverá usar lá pelos 38 do segundo tempo, se a parada estiver empatada. O técnico cruzeirense, Nicolás Larcamón, poupou o time todo na estreia na Sul-Americana e vai com força máxima em busca da taça.

 


A competição não vale nada, mas para quem perde é sempre um desgaste muito grande. E o Cruzeiro, que foi jogado na lama pela diretoria indiciada por corrupção, precisa mostrar novamente a sua força no estado.


O Galo está mordido por não vencer o rival na nova arena. Vai jogar ouvindo mais de 60 mil vozes cantando e empurrando o Cruzeiro. Os próprios torcedores atleticanos estão reclamando que na sua arena a torcida não canta, não incentiva, não empurra o time. Isso tem pegado muito mal, pois a massa do Galo é considerada uma torcida atuante.


O técnico Gabriel Milito fez o seu papel, e a equipe goleou o Caracas, na Venezuela – sendo a única equipe brasileira e vencer na estreia na Libertadores. Se o adversário era péssimo, não é problema dos jogadores alvinegros. Eles fizeram muito bem seu papel e golearam. Milito poupou alguns titulares na fase final, principalmente Bataglia e Igor Gomes, que jogaram muito bem em Caracas. O alvinegro busca o pentacampeonato, o que não acontece desde a década de 1980.

 


A China Azul, e quando digo isso falo dos quase 14 milhões de cruzeirenses, anônimos espalhados pelo mundo, promete uma festa incrível, cantando do começo ao fim do jogo. Não há outra expectativa que não seja a conquista da taça, mas os jogadores sabem que o Galo vai entrar mordido. Só a vitória interessa ao rival, mas acredito que, por ter a vantagem do empate, Larcamón vai querer que sua equipe jogue para vencer.


Exemplo: se o Cruzeiro faz dois gols no primeiro tempo, o Galo teria que fazer três na segunda etapa, para ser campeão. A melhor defesa é o ataque, e a esperança do torcedor azul é de que o Cruzeiro entre para ganhar, como se precisasse do resultado. Um gol do Galo acaba com a vantagem, e repito: toda equipe que entrar para empatar, acaba sendo derrotada. É preciso pensar em vencer e só usar a vantagem no final da partida, caso persista o empate.


Que possamos ter um clássico da paz, que os “bandidos, travestidos de torcedores” estejam longe do estádio e suas imediações e que o melhor vença e seja campeão. Aquele que propuser melhor o jogo. Felizmente, esses estaduais vão acabar, de Norte a Sul do país, pois a gente perde quatro meses do ano, com essas competições que deveriam ter sido extintas há tempos.

 

 


Não há razão de existirem, a não ser pelo fato de as federações elegerem o presidente da CBF. O dia em que isso não acontecer mais, e a CBF cuidar apenas da Seleção Brasileira, os clubes cuidarem da Liga e de seus próprios destinos, aí, sim, essas competições não terão mais espaço, assim como as federações. Elas inexistem nos países onde o futebol é levado a sério.


Enfim, o pesadelo termina neste domingo, e espero que não volte em janeiro do ano que vem. Precisamos nos modernizar e pensar no que realmente vale a pena: Copa do Brasil, Brasileiro, Libertadores e Mundial. Os estaduais são apenas “perfumaria”, com o diria meu amigo e grande jornalista Chico Maia.