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EUA reabrem para turistas após 20 meses: o que brasileiros precisam para viajar

Enxurrada de visitantes estrangeiros é esperada com fim das duras restrições devido à pandemia de covid-19


08/11/2021 09:18 - atualizado 08/11/2021 09:57


Aeroporto
Enxurrada de visitantes estrangeiros é esperada com fim das duras restrições devido à pandemia de covid-19 (foto: Getty Images)

A partir desta segunda-feira (8/11), viajantes estrangeiros totalmente vacinados, incluindo brasileiros, vão poder entrar nos Estados Unidos.

No entanto, será necessário apresentar certificado de vacinação (leia mais abaixo) e um teste negativo para covid-19 realizado com, no máximo, 72h de antecedência. Menores de 18 anos não precisam comprovar imunização, mas a exigência do teste permanece. Não é necessário fazer quarentena.

A obrigatoriedade de visto para brasileiros está mantida.

Os Estados Unidos aceitam todas as vacinas aprovadas para uso emergencial no país ou pela Organização Mundial da Saúde (OMS), incluindo a CoronaVac, produzida no Brasil pelo instituto Butantan. Também será permitida a entrada de pessoas que tenham tomado as duas doses de imunizantes diferentes.

A reabertura das fronteiras encerra uma proibição de 20 meses que havia sido imposta pelo ex-presidente Donald Trump devido à pandemia de covid-19.

A medida afetou cidadãos não americanos de mais de 30 países, incluindo o Brasil, separando famílias e paralisando o turismo.

As companhias aéreas estão esperando uma enxurrada de visitantes à medida que as restrições são suspensas para aqueles que estão totalmente vacinados e passam por testes e rastreamento de contato.

"É uma sensação boa, é uma sensação boa!", diz Jérôme Thomann, chefe da operadora de turismo Jetset Voyages, com sede em Paris, disse à agência de notícias Reuters, acrescentando que sua equipe viu um "aumento incrível" nas reservas.

Em um esforço para impedir a disseminação do coronavírus, as fronteiras dos EUA foram inicialmente fechadas para viajantes da China no início de 2020. Posteriormente, as restrições foram estendidas a outros países.

As regras proibiam a entrada da maioria dos cidadãos não americanos que estiveram no Reino Unido e em vários outros países europeus, bem como na China, Índia, África do Sul, Irã e Brasil.

A companhia aérea United Airlines informou esperar um aumento de 50% no número de passageiros internacionais, enquanto o CEO da Delta, Ed Bastian, alertou os viajantes sobre longas filas.

"Vai ser um pouco complicado no início. Posso garantir que haverá filas, infelizmente", disse.

As fronteiras terrestres dos EUA com os vizinhos Canadá e México também serão reabertas para quem estiver totalmente vacinado.

No sul do México, uma nova caravana de milhares de migrantes da América Central — muitos deles crianças — cruzou de Chiapas para o estado de Oaxaca, com o objetivo final de chegar à fronteira e ser aceito nos EUA.

O Migrant Alliance Group, ONG com sede no México, alertou que informações falsas estão sendo espalhadas sobre as novas regras em algumas comunidades — com muitos requerentes de asilo presumindo que agora receberão um tratamento mais favorável dos oficiais de fronteira.

As empresas em cidades ao longo da fronteira com o México esperam um impulso depois de lutar contra as restrições induzidas pela covid.

Crise migratória

Os EUA vivem uma crise migratória sob o governo de Joe Biden sem precedentes.

Mais de 1,7 milhão de pessoas tentaram atravessar ilegalmente a fronteira do México com os Estados Unidos durante o ano fiscal de 2021 (que vai de outubro de 2020 a setembro de 2021), das quais quase 57 mil brasileiras, um recorde histórico.

No caso do Brasil, o auge da imigração irregular aos EUA havia acontecido em 2019, quando 18 mil brasileiros completaram a travessia e foram detidos.

Com isso, o Brasil já é a sexta nação com o maior número de imigrantes detidos pelas autoridades americanas na fronteira sul do país, atrás do México, Honduras, Guatemala, El Salvador, Equador, nessa ordem.

Está à frente, por exemplo, de países como Nicarágua, Cuba, Colômbia e Venezuela que, historicamente, enviavam mais imigrantes irregulares aos EUA.

Para se ter ideia do tamanho desse fluxo registrado em 12 meses, é como se, em média, 156 brasileiros fossem detidos por dia ao tentar acessar os EUA a pé pela fronteira com o México.

Em meados de outubro, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, conversou com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos França, para discutir a imigração regional "sem precedentes" e maneiras de colaborar para diminuir o número de imigrantes indo para o norte, informou o Departamento de Estado do EUA.

Na conversa, Blinken e França discutiram "os movimentos migratórios irregulares sem precedentes pelo hemisfério", e como os dois países podem trabalhar juntos para "conter o fluxo descontrolado e crescente de imigrantes irregulares na região", segundo o porta-voz do órgão, Ned Price.

O México, por sua vez, deve passar a exigir visto para visitantes brasileiros, de acordo com um documento do Ministério do Interior mexicano. Desde 2004, o país não exige o documento para brasileiros, o que torna mais fácil a entrada dos imigrantes e, consequentemente, sua jornada rumo ao norte.

Segundo a agência de notícias Reuters, Washington tem, desde julho, pedido ao México a imposição de exigência de vistos para brasileiros.

Como comprovar a vacinação

Turistas brasileiros precisam apresentar um comprovante de vacinação completa antes de embarcar — o mesmo que é oferecido pelo Ministério da Saúde por meio do app Conecte SUS.

No certificado, devem constar obrigatoriamente:

•Nome completo e data de nascimento

•Centro de aplicação da vacina

•Nome da vacina

•Doses administradas

•Datas de aplicação

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