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Estado de Minas ASSÉDIO

Médico preso no Egito oferecia consultas em Portugal sem ter autorização

Cada consulta custava até R$ 2,1 mil


04/06/2021 20:39 - atualizado 04/06/2021 21:13

O médico brasileiro oferecia consultas, em Portuga, mesmo sem ter diploma validado no país (foto: Victor Sorrentino/Divulgação)
O médico brasileiro oferecia consultas, em Portuga, mesmo sem ter diploma validado no país (foto: Victor Sorrentino/Divulgação)
O médico brasileiro Victor Sorrentino, preso no Egito por assédio a uma vendedora, oferecia consultas em Portugal mesmo sem ter autorização para exercer a medicina no país europeu. Cada consulta custava até 350 euros, cerca de R$ 2.100.

 

 


Segundo a Folha de São Paulo, o médico tinha em seu site uma área reservada para agendamento de consultas em Portugal. Além disso, os atendimentos nas cidades de Lisboa e Portugal eram divulgados em suas redes sociais. 

Porém, a página foi removida nesta sexta-feira (4/6), depois do questionamento feito pela reportagem. Ainda de acordo com a Folha, o nome de Victor Sorrentino não consta na lista dos profissionais que podem exercer a medicina legalmente no país europeu.

A entidade responsável por regular o setor, a Ordem dos Médicos, confirmou que o nome de Sorrentino não está entre os profissionais registrados em Portugal.

Validação do diploma e palestras

Para poder atuar em Portugal, médicos formados em universidades brasileiras precisam passar por um rigoroso processo de validação do diploma. Além da análise dos documentos, eles precisam se submeter a exames teóricos e práticos.

A Ordem dos Médicos só pode abrir processos e punir profissionais que estejam devidamente registrados. Já denúncias de eventual exercício ilegal da medicina devem ser encaminhadas à Justiça.

A reportagem da Folha teve acesso a e-mails trocados entre uma brasileira interessada nas consultas em Portugal e a mulher que cuidava da agenda do médico, no país europeu. 

“As consultas serão contínuas, ou seja, os profissionais virão de 2 a 3 vezes ao ano para Portugal, dessa forma garantindo o acompanhamento e eficácia nos tratamentos dos pacientes”, diz um trecho da mensagem de março de 2018.

Para garantir a vaga, o paciente precisava enviar o comprovante de pagamento adiantado da consulta, no valor de 350 euros.

Um médico português, que não quis ser identificado, contou que os atendimentos de Sorrentino sem diploma validado são conhecidos há mais de dois anos entre vários profissionais do setor.

Ele relata sua indignação e de outros colegas, já que, em Portugal, uma consulta com um médico especialista custa normalmente em torno de 100 euros (aproximadamente R$ 616) em consultórios privados.

Além das consultas, o médico também reunia grandes grupos em palestras com ingressos pagos, que são eventos que não exigem validação de diploma.

Questionada pela reportagem sobre as consultas em Portugal e sobre a especialização médica de Victor Sorrentino, a família do médico informou, via assessoria de imprensa, que não vai se pronunciar sobre questões profissionais neste momento.

“As questões profissionais envolvendo o Dr. Victor Sorrentino serão tratadas e respondidas em momento oportuno. Neste momento, a equipe do médico, assim como as pessoas da família, estão concentradas em resolver e esclarecer a situação ocorrida no Egito”, diz a nota.

O médico brasileiro tem quase 1 milhão de seguidores no Instagram, incluindo celebridades e até uma deputada portuguesa. A rede social de Sorrentino passou a ter acesso restrito após a polêmica no Egito.

Desde o começo da pandemia, Sorrentino defende o uso de tratamentos comprovadamente ineficazes contra a COVID-19 e já apoiou publicamente o uso de hidroxicloroquina contra o coronavírus. Além disso, ele se declara apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Assédio e prisão 

O médico e youtuber brasileiro foi preso no último domingo (30/5), segundo informações divulgadas pelo Ministério do Interior do Egito. Ele é acusado de assediar uma vendedora da cidade de Luxor, localizada no sul do país. 

Em suas redes sociais, Sorrentino postou um vídeo em que faz comentários sexistas e de cunho sexual contra a mulher.

Logo após sua prisão, o médico gravou um vídeo chorando

“Eu não suporto injustiça, pessoas que não te conhecem falando de ti”, reclamou. No entanto, ele diz que tudo “já passou” e afirmou: “Eu assumo tudo”.

Com a repercussão do caso, surgiu um novo vídeo em que o médico repete a mesma conduta de assédio, mas desta vez com uma australiana

Nessa quinta-feira (3/6), a família do médico divulgou uma carta com um pedido de desculpas em inglês e árabe à vítima e ao Estado do Egito. O texto foi publicado na conta de Instagram da irmã dele, Patricia Sorrentino, e foi assinado por familiares e pela esposa, Kamila Monteiro.
 
*Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira
 

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