
Em São Paulo, um dos estados com recordes de casos de COVID no Brasil, as forças de segurança pública contabilizaram 2.475 autuações por funcionamento irregular de comércios e festas clandestinas. Isso entre março e abril deste ano – mês em que as mortes totais quadruplicaram no país. No Rio Grande do Sul, dados de Segurança Pública locais registraram, em 6 de março, 708 ocorrências de pessoas que ignoravam a gravidade da pandemia. O que inclui a realização de qualquer evento que promova aglomerações e, consequentemente, a circulação do novo coronavírus.
A farmacêutica e presidente do Conselho de Farmácia do DF (CRF-DF) Gilcilene Chaer, 46 anos, é uma das pessoas que luta contra o negacionismo em relação à COVID-19. Ela explica que a visão negativa da população tem forte influência política. “Esse negacionismo começou com políticos dos Estados Unidos e se propagou para o Brasil, que, também por razões políticas e ideológicas, não acreditaram e ainda continuam negando a doença apesar de todas as mortes já contabilizadas”, lamenta.
A presidente do CRF-DF também destaca os jovens entre os que mais negligenciam a doença. “Os jovens negligenciam a doença porque os mais acometidos, em um primeiro momento, foram os idosos e portadores de comorbidades, como obesidade, diabetes e hipertensão. Outro fator preponderante é a crise econômica que está levando trabalhadores e empresários ao desespero, que, necessitando trabalhar acabam por passar por cima das medidas, comprovadamente, eficazes na prevenção da covid-19”, explica.
O negacionismo em relação à COVID-19 tem afetado diretamente no controle da pandemia, tanto no Brasil como mundo afora. O colapso na saúde pública brasileira e o elevado número de mortes são apenas alguns dos resultados que a população sofre por conta do descontrole ao seguir as normas de segurança.
Para a farmacêutica Gabriela Freitas, 25 anos, que atua na linha de frente contra a covid em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no DF, a politização das informações é um dos fatores que têm interferido no trabalho dos profissionais da saúde. “Acredito que hoje, por existirem muitas fontes de informação, as pessoas tenham dificuldade de identificar o que é verdadeiro ou não, além da politização de questões que deveriam ser relacionadas exclusivamente à saúde e à ciência. O Brasil sofreu muito com influências ruins nesse contexto, quando pessoas com grande visibilidade mostram descrença em algo é muito difícil de fazer com que a população que não possui um conhecimento técnico na área da saúde enxergue de maneira diferente”, cita.
Gabriela ainda deixa um alerta para que a população não caia em descrédito e orienta para que as medidas de restrição contra o vírus sejam seguidas corretamente. “Evitem aglomeração sempre que puderem, se isolem quando houver algum sintoma, busquem informações em fontes confiáveis e se cuidem, pois a melhor opção é não pegar o vírus”, aconselha.
O que é um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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