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Estado de Minas FACT-CHECKING

Checamos: Hospital do Anhembi tinha pacientes na data de gravação de vídeo

Imagens compartilhadas em redes sociais milhares de vezes por deputada estadual mostra áreas vazias, mas alegação é falsa, segundo prefeitura de SP


06/05/2021 15:48 - atualizado 07/05/2021 07:45

Uma gravação na qual uma deputada estadual mostra o Hospital Municipal de Campanha do Anhembi, em São Paulo, criado para atender pacientes com covid-19, e afirma que a instalação está vazia, foi compartilhada mais de 4,5 mil vezes nas redes sociais em junho de 2020 e começou a circular em outros idiomas em 2021.

Mas essa alegação é falsa. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, foram filmadas áreas que ainda não estavam ativadas e, naquela data, “havia 397 pacientes na enfermaria [e] 10 em estabilização”.
“E AI JOÃO DÓRIA , O POVO QUER SABER !! TEM EXPLICAÇÃO?? Hospital de Campanha do Anhembi! Vazio ...Assistam! TRANSMISSÃO AO VIVO REALIZADA DIA 04/06 POR VOLTA DAS 16H”, diz a legenda de uma das publicações, que contém o vídeo visualizado mais de 239 mil vezes no Facebook (1, 2), no Instagram (1), no Twitter (1) e no YouTube

Uma versão mais curta da gravação também circulou em português assim como em espanhol, inglês e malaio. Em outros idiomas é indicado que a pessoa que narra o vídeo é uma enfermeira ou médica.

Na sequência de quase 20 minutos de duração, uma mulher usando traje de proteção, que se identifica aos 17 minutos e 25 segundos como Adriana Borgo, deputada estadual pelo Partido Republicano da Ordem Social (PROS), mostra o que deveriam ser vários leitos e diz, ironicamente: “Olha quanta gente doente de covid, meu Deus”.

A deputada relata que houve confusão em sua entrada e de outros deputados no Hospital de Campanha do Anhembi, e continua: “Tudo vazio... tem alguém aqui?”. Em seguida, Borgo chama duas pessoas - “Neri e Telhada” -, em referência aos deputados estaduais Sargento Neri (Avante) e Coronel Telhada (PP).

Em 4 de junho de 2020, o grupo de deputados estaduais (1, 2, 3) entrou no Hospital de Campanha do Anhembi a fim de fiscalizar o local, desencadeando um conflito com os seguranças, como indicado por Borgo.

O vídeo viralizado nas redes é parte de uma transmissão ao vivo feita na página de Borgo no Facebook em 4 de junho de 2020, mas que não está mais disponível. Em sua conta no Instagram, por sua vez, é possível encontrar alguns trechos da gravação (1, 2, 3).

Hospital vazio?

Em diferentes momentos da gravação, Borgo afirma: “Quanta gente ‘tá’ doente mesmo? Tudo vazio... Vou até tirar a máscara, não tem ninguém doente aqui porcaria nenhuma” e “é por isso que não queriam deixar a gente entrar, viemos sem avisar, o medo, o desespero, mentira, dinheiro público jogado no lixo”.

Uma consulta ao site da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo permite acessar os boletins epidemiológicos de coronavírus emitidos diariamente. Na data em que o vídeo foi feito, 4 de junho de 2020, havia no Hospital Municipal de Campanha do Anhembi 407 pacientes internados. Até aquela data, mais de 3 mil pessoas receberam alta após passar por esses hospitais.

No mesmo boletim é informado que mais de 123 mil casos de covid-19 haviam sido confirmados no estado até aquele momento, e mais de 73 mil no município. São Paulo também registrava mais de 8 mil mortes e a capital, mais de 4 mil.

Em um outro vídeo publicado nas redes da deputada no mesmo 4 de junho já inviabiliza a tese de que as instalações estavam vazias. Borgo vai até uma ala onde havia pacientes internados e conversa com alguns. Um deles pergunta à deputada o que ela estava fazendo lá, ao que ela responde: “Eu ‘tô’ cuidando do seu dinheiro”, em referência à ação dos deputados.
Captura de tela feita em 5 de maio de 2021 de uma publicação no Twitter
Captura de tela feita em 5 de maio de 2021 de uma publicação no Twitter

Na seção de “fake news” do site da Prefeitura de São Paulo há uma nota na qual explica que “os parlamentares filmaram as alas do HMCamp do Anhembi que ainda não foram ativadas, mas que estão prontas para serem colocadas em funcionamento caso seja necessário”.

Em um vídeo publicado no dia seguinte à ida dos parlamentares ao hospital de campanha, o governador João Doria e o prefeito Bruno Covas publicaram um vídeo no Facebook esclarecendo o motivo pelo qual alguns leitos se encontravam desativados: “A existência de leitos não utilizáveis ou sem colchões, ou sem equipamentos, é exatamente para uma medida preventiva, se necessário for a sua utilização. [...] Havendo a necessidade, serão equipados imediatamente”.

Em 15 de maio de 2020, o programa “Hoje em Dia”, da TV Record, transmitiu uma reportagem sobre a rotina dos profissionais da saúde no Hospital de Campanha do Anhembi e mostrou as instalações, inclusive algumas delas ainda desativadas.

Os hospitais de campanha


Em março de 2020 (1, 2) foi anunciado que o estádio do Pacaembu e o Anhembi seriam transformados em hospitais de campanha com leitos de média e baixa complexidade para lidar com a pandemia de covid-19 no município.



Em 11 de abril de 2020, o Hospital de Campanha do Anhembi recebeu o primeiro paciente e, segundo a Prefeitura de São Paulo, tratava-se de uma unidade de “portas fechadas”, ou seja, as pessoas não podiam ir diretamente ao local, pois os pacientes diagnosticados com covid-19 seriam encaminhados, exclusivamente, “por ambulância de equipamentos de saúde do município (Hospitais, Prontos-Socorros, Unidades de Pronto Atendimento e Assistências Médicas Ambulatoriais)”.


Alguns meses depois, em setembro do mesmo ano, o prefeito Covas anunciou o fechamento do Hospital de Campanha do Anhembi, já que não estavam sendo recebidos novos pacientes.

O AFP Checamos já verificou outra alegação sobre supostos leitos vazios em um hospital.

Um conteúdo semelhante foi checado pela equipe do Fato ou Fake e do Boatos.org.

O que é um lockdown?

Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.


Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.


Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas



 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.


Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:



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