Conselho Regional de Farmácia alerta que empresas estão associando testes rápidos a segurança quanto à imunização, o que não poderia ser feito (foto: ADEK BERRY/AFP )
Mesmo com os resultados positivos nos testes rápidos de COVID-19, certificando que a pessoa já foi contaminada pelo vírus, não há como garantir que a imunidade a protegerá de nova infecção pelo novo coronavírus. Da mesma forma que um diagnóstico negativo pode não ser definitivo - já que a doença pode estar apenas no início, gerando um "falso negativo". Por isso, não há segurança para visita a parentes e amigos. A advertência é do Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais (CRF-MG)
O Conselho alerta sobre propagandas com informações equivocadas que podem comprometer a segurança do paciente e da população. Nelas as empresas "informam erroneamente e recomendam que a pessoa estará segura para visitar parentes e amigos após a realização de um teste rápido para a COVID-19."
Ocorre que os testes imunológicos, também chamados testes rápidos, não são suficientes para estabelecer a segurança imunológica do paciente e predizer que a pessoa não é capaz de transmitir o vírus.
Tais testes são baseados na detecção de anticorpos produzidos pelo organismo, após alguns dias da contaminação pelo coronavírus. Contudo, cada pessoa pode apresentar uma resposta imunológica diferente.
Assim, dependendo do dia do teste e do estado do paciente, é possível que o organismo não apresente anticorpos em quantidade suficiente para serem detectados, gerando o falso negativo. Ou seja, a pessoa está contaminada, mas o teste informa que não.
Além disso, o coronavírus é um vírus novo, que pode sofrer mutação e infectar a mesma pessoa novamente, como acontece com a dengue. “Induzir o paciente sobre uma falsa segurança, levando-o a diminuir os cuidados de isolamento e circular livremente, é um problema grave para a saúde coletiva”, alerta a presidente do CRF-MG, Júnia Célia de Medeiros.
Qual a utilidade dos testes rápidos?
Ela informa que os testes rápidos são úteis para investigação imunológica, mas devem ser feitos com critério e orientados por um profissional da saúde.
Presidente do CRF-MG, Júnia Célia de Medeiros diz que isolamento social é essencial nos casos em que a pessoa tem sintomas, mas o teste dá negativo (foto: Fábio Souza/CRF-MG)
Pessoas que apresentarem sintomas da COVID-19 devem manter o isolamento social e fazer o teste somente após 10 dias do início da manifestação da doença, tempo mínimo necessário para produção de anticorpos.
“Ainda não temos uma vacina. O ideal é que todos continuem mantendo os cuidados com a higiene, usando máscara facial e mantendo o máximo distanciamento social possível”, conclui a presidente do CRF-MG.
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte. Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.