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Estado de Minas PANDEMIA

COVID-19 avança na RMBH: só oito cidades não têm casos confirmados

Isolamento social continua na receita para tentar barrar a pandemia, que chega a novos municípios. Mas já há quem adote medidas de flexibilização


postado em 15/05/2020 04:00 / atualizado em 15/05/2020 11:09

A Região Metropolitana de Belo Horizonte, composta por 34 municípios, já soma 1.425 casos confirmados e 37 mortes pelo novo coronavírus. Dessas cidades, apenas oito se mantêm sem nenhum caso confirmado de COVID-19. São elas: Baldim, Capim Branco, Confins, Florestal, Nova União, Rio Acima, Rio Manso e Taquaraçu de Minas. A única cidade de Minas Gerais com mais de 100 mil habitantes sem registro da doença era Vespasiano, que entrou ontem para a triste estatística quando a prefeitura confirmou dois pacientes infectados. Em Rio Acima, prefeitura começa a flexibilizar isolamento social após dois meses de quarentena.
 
O primeiro caso da COVID-19 em Minas Gerais foi confirmado em 8 de março. Tratava-se de uma mulher, de 47 anos, com município de residência em Divinópolis, na Região Oeste do estado, que esteve na Itália. Na capital mineira, o diagnóstico número um da doença só foi confirmado no dia 16. Um dia depois, veio a notícia do primeiro caso de transmissão comunitária – incapaz de identificar a relação de transmissão do vírus. Depois disso, os números só aumentaram. De acordo com o último balanço da SES-MG, Belo Horizonte tem 1.048 casos confirmados. Em todo estado são 3.950 infectados.
 
Entre Confins e a capital mineira são cerca de 38 quilômetros de distância. No município que sedia o aeroporto internacional, de acordo com a prefeitura, a COVID-19 também não chegou. O último boletim epidemiológico divulgado na quarta-feira dá conta de que nove casos suspeitos foram notificados e apenas um está  em investigação. Os outros oito foram descartados. Há um mês – antes mesmo da capital mineira – a cidade estabeleceu uso obrigatório de máscaras e suspendeu, por tempo indeterminado, os alvarás de localização e funcionamento e autorização emitidos para funcionamento de estabelecimentos comerciais.

No grupo de municípios sem casos confirmados da COVID-19, Rio Acima começa a afrouxar medidas de isolamento depois de instalar barreiras sanitárias(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )
No grupo de municípios sem casos confirmados da COVID-19, Rio Acima começa a afrouxar medidas de isolamento depois de instalar barreiras sanitárias (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )

 
Florestal é uma cidade pequena que fica há cerca de 65 quilômetros da capital e onde vivem 7.200 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a administração municipal, não há nenhum caso confirmado de COVID-19 e apenas dois em investigação. “Já foram publicados dois decretos para abarcar medidas sanitárias para os comerciantes, funcionalismo e cidadãos”, informou a prefeitura em nota. A cidade informa que está investindo em medidas de isolamento social – orientando a população por meio de carros de som e agentes municipais. Além disso, na cidade, é obrigatório o uso de máscaras nas ruas e comércios, bem como de álcool em gel em todos estabelecimentos comerciais.
 
“Os comércios estão funcionando sob fiscalização da Vigilância Sanitária. Os templos religiosos funcionam parcialmente, uma vez por semana, com operação máxima de 30 minutos, lotação máxima de 30 pessoas, distanciamento mínimo de dois metros e uso de termômetro”, disse. Embora o município seja de pequeno porte e possua apenas uma Unidade Básica de Saúde (UBS), a cidade providenciou instalação de um leito para atendimento de casos de COVID-19 dotado de respirador mecânico.
 

Rio Acima flexibiliza medidas

A cidade de Rio Acima fica a apenas 37 quilômetros de Belo Horizonte. Apesar da proximidade, não tem nenhum caso confirmado do novo coronavírus e, por isso, a prefeitura começa a afrouxar as medidas de isolamento social. Segundo o município, 117 casos suspeitos foram notificados e 25 descartados por meio de exames.

Autorizados por decreto publicado esta semana, as secretarias, departamentos e setores públicos voltaram a funcionar com sistema de trabalho presencial em horário integral para os servidores. Desde março, como forma de evitar a transmissão em larga escala do coronavírus, as repartições públicas estavam no sistema de rodízio de servidores e regime de home office.
 
Como medidas de prevenção ao contágio da COVID-19, a administração municipal instalou barreira sanitária, determinou o funcionamento do comércio em horários predeterminados com medidas de precaução (uso obrigatório de máscaras, oferta de álcool gel para os clientes, limitação de número de pessoas dentro dos estabelecimentos, distanciamento nas filas), e também realiza sanitização de ruas com solução clorada a cada dois dias.


 
A estudante Juliana Nogueira mora em Rio Acima há quatro anos e, mesmo sem acompanhar o noticiário, percebeu a redução no número de pessoas nas ruas, mas mostra certa descrença quanto à amplitude da pandemia. “Acompanho o dia a dia da cidade. As pessoas têm uma boa linha de raciocínio quanto à situação por ser uma cidade do interior. Não acho que a pandemia seja tão grave como diz a imprensa, mas não desacredito de tudo", disse.
 
O pedreiro Fernando Gonçalves, de 65, integra o grupo de risco e cobra colaboração da sociedade. “Se um não ajudar o outro não adianta um usar máscara. Quanto mais gente usar, mais rápido vamos passar por isso. Os ‘caras velhos’ fazem caminhada sem máscara… pra quê?”, questionou o morador, preocupado também com a flexibilização da cidade vizinha. “Aqui ainda pode melhorar, mas não pode acontecer ‘que nem’ em Nova Lima. O que não pode é a gente ficar aqui cuidando e o povo indo beber lá”, adverte, referindo-se ao movimento detectado em estabelecimentos da cidade vizinha.
 
A autônoma Tatiana Cristina também se diz preocupada com a pandemia. "Muitas coisas não estão funcionando, muitas em horário reduzido. A população está orientada e seguindo as medidas sem problemas. Mas a pandemia é grave e vai ser ainda pior daqui pra frente", observa a moradora.


 
No restaurante Fim da Trilha, na Região Central da cidade, a comerciante Priscila da Costa Maximo teve de se adaptar para atender os clientes e, mesmo assim, sofre com a redução da arrecadação. “Agora só trabalho com almoço. À noite não posso funcionar. Está bem difícil porque a gente paga aluguel e não é barato. Acho que deveria ter um pouquinho de abertura, com respeito e consciência”, disse a empresária, que mora em Rio Acima há 12 anos e é a favor da flexibilização com responsabilidade para o movimento voltar ao que era antes. “Acho que a pandemia é séria. Aqui já foi uma cidade bem agitada”, comenta.
 

Novas cidades entram  na lista

Com 130 mil habitantes, Vespasiano confirmou ontem dois casos de COVID-19. De acordo com a administração municipal, os primeiros registros foram confirmados nos bairros Novo Horizonte e Vila Esportiva. Ao todo, foram notificados 733 casos suspeitos, segundo o último boletim epidemiológico. Deste número, 548 encontram-se em investigação, aguardando resultado de exames. Outros 183 foram descartados.
 
A cidade criou um comitê extraordinário para discutir e deliberar as ações no combate ao coronavírus. O município suspendeu as atividades escolares das redes pública municipal e privada, seguindo orientação do governo do estado. A prefeitura suspendeu, também, os alvarás de funcionamento dos estabelecimentos comerciais que não são considerados essenciais, para evitar o convívio social. Para barrar a aglomeração de pessoas, foi realizada a vacinação dos idosos e dos profissionais da saúde contra a gripe em sistema drive-thru e, segundo a prefeitura, um grupo de mais de 10 profissionais, entre médicos e enfermeiros realizam o monitoramento, via telefone, dos pacientes suspeitos de COVID-19, para saber da evolução dos casos.
 
Nas últimas 24 horas, a cidade de Mateus Leme também passou integrar a lista de casos confirmados na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). De acordo com a administração municipal, trata-se de um homem de 68 anos. Ele teve o início dos sintomas em 24 de abril e foi submetido ao teste em 13 de maio, com resultado positivo. O paciente – diabético e hipertenso – está internado em tratamento. De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela cidade, há 159 casos suspeitos, dois óbitos em investigação e 14 pacientes em monitoramento domiciliar. O caso confirmado ainda não constava ontem no boletim da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.
 

O que é o coronavírus?

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.

Como a COVID-19 é transmitida?

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia


Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

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