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Estado de Minas COLUNA DO JAECI

Exclusivo: a verdade sobre a saída de Sampaoli

Problemas com renovação de contrato levaram a um impasse com o presidente do Atlético, Sérgio Coelho


24/02/2021 11:30 - atualizado 24/02/2021 13:35

(foto: AFP / Douglas MAGNO)
(foto: AFP / Douglas MAGNO)
Jorge Sampaoli queria continuar no Atlético e tocar seu projeto. Estava satisfeito no clube e tinha a ideia de seguir a determinação dos mandatários e aproveitar alguns jovens da base, mesclando com os jogadores que ele contratou. Tanto assim que indicou a contratação de Hulk e Nacho Fernández, pois contava com os dois para a Libertadores, e aprovou a contratação de Dodô como lateral-esquerdo reserva de Arana.

Então por que ele pediu demissão e resolveu não dar prosseguimento ao projeto? Porque o presidente Sérgio Coelho anunciou que queria renovar com ele até 2022. Fez um contrato e apresentou a Sampaoli. Porém, o treinador levou o contrato, leu, e fez algumas mudanças, que fizeram o presidente recuar. A minuta do contrato chegou a ser confeccionada, mas o presidente, quando percebeu que Sampaoli não estava de acordo com tudo o que fora proposto, mudando algumas condições, resolveu travar o contrato, e isso irritou o argentino.

Aí quem não aceitou foi o presidente, que foi cozinhando o treinador em 'banho maria', para ele pedir demissão. Sampaoli resolveu apostar no clube até o jogo contra o Bahia, quando ainda havia chances de título. Ele entendia que, sendo campeão, faria o presidente Sérgio Coelho aceitar tudo o que ele mudou no novo contrato. Porém, o frustrante empate, no Mineirão, jogou uma pá de cal nele e na torcida.

Diante das mudanças em determinadas cláusulas, impostas por Sampaoli, Coelho percebeu que poderia ficar refém do treinador, e não havia mais clima para ele continuar. A proposta do Olympique de Marselha veio a calhar. Mesmo sabendo que não terá tanto dinheiro para contratar, resolveu voltar ao Velho Mundo, com a esperança de realizar um bom trabalho e despertar o interesse de algum clube grande.

Sampaoli até estava mais humilde, dando satisfação aos dirigentes e se reunindo com eles quase todos os dias, coisa que jamais fez com a gestão passada. Porém, isso também o incomodava, pois ele não gosta de dar satisfação ao empregador. Sérgio Coelho é empresário e não abre mão da hierarquia. "O dia em que um funcionário meu não respeitar a hierarquia na minha empresa, ele está fora. No Atlético não é diferente. Aqui tem comando e é preciso que cada um saiba o seu lugar e a sua função. Quando assumi, a primeira coisa que fiz foi me reunir com o treinador e mostrar a ele como a engrenagem ia funcionar. Não tive problemas com o Sampaoli nesse aspecto."

O presidente tem em mente que o Atlético precisa ser um time formador de grandes jogadores, como no passado, e vendedor, como são Flamengo, Santos e São Paulo. Esse era outro ponto difícil de contornar com Sampaoli. Ele só trabalha exigindo contratações, e como o presidente fechou a torneira, buscando os jogadores citados e mais dois que chegarão, um zagueiro e um volante, isso deixou Sampaoli irritado. O argentino tem o hábito de contratar jogadores, como fez com Mariano, Vargas, Sasha, Marrony, mas, entendeu que eles não se encaixaram naquilo que desejava, e, praticamente os encostou.

Foi assim também no Santos, quando contratou Uribe, o próprio Sasha e outros jogadores que não deram o retorno esperado. Curiosamente, Sasha se recuperou com ele na Vila Belmiro, e foi o artilheiro do time com 14 gols na temporada de 2019. Mariano, por exemplo, contratado com salário alto, foi encostado, mesmo quando ele precisou de um lateral para substituir Guga. Optou por jogar com três zagueiros. As derrotas para Goiás e Vasco, e o empate com o Bahia, fizeram Sérgio Coelho perceber que não havia necessidade de renovação, já que o contrato de Sampaoli estava vigente até 2021. Entretanto, o treinador percebeu o desgaste com as derrotas, a perda do título e a não aceitação das mudanças que fez no contrato novo.

Essas incoerências incomodaram o novo presidente e sua equipe. Coelho entendia que Sampaoli deveria ter um time base, e que mudasse uma peça ou outra, o que é normal. Ele jamais escalou qualquer jogador, mas se sentia no direito de dar uma opinião sobre A ou B, o que é normal num mandatário. Sampaoli não aceita isso, e percebeu que seria difícil continuar. Ainda assim, estava disposto a melhorar seu gênio e suas atitudes, tornando-se mais acessível.

Porém, Sampaoli percebeu que os olhos do presidente já não brilhavam como no dia em que lhe propôs a renovação até 2022. Aí entendeu que não havia mais clima para continuar, e resolveu pedir o boné, quando percebeu que o presidente não o mandaria embora. Forçou uma barra para não pagar a multa, tanto que só comunicou aos dirigentes sua saída na segunda-feira. Até então, tudo era especulação, pois de sua boca ninguém ouviu ele dizer que sairia ou que iria para a França.

Não lhe restou outra opção, a não ser pagar a multa rescisória. A carta de despedida foi até elegante para o 'padrão' Sampaoli. Mas, no fundo, ele foi embora frustrado por não dar continuidade ao que pensava, pois, garantia ao seu fiel escudeiro, Gabriel Andreata, um dos poucos em quem ele confia, que seria campeão no Atlético. Quem sabe em outra oportunidade.....  

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