O que pensa a direita mineira sobre opção de Bolsonaro por Flávio
Líderes da ala conservadora da política estadual falam em manutenção de "valores e princípios" de Bolsonaro, a partir do filho
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O anúncio de que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi escolhido pelo pai, Jair Bolsonaro (PL), para disputar a presidência da República nas eleições do ano que vem foi saudado pelos aliados do ex-presidente em Minas Gerais, entre eles o governador Romeu Zema (Novo), também pré-candidato ao Palácio do Planalto, e parlamentares do partido no estado.
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Em postagem nas redes sociais, Zema afirmou que a decisão “é justa e democrática” e “fortalece o campo da direita”. "Quando anunciei minha pré-candidatura ao presidente Bolsonaro, ele foi claro: múltiplas candidaturas no primeiro turno ajudam a somar forças no segundo. Então, faz todo sentido o Flávio apresentar seu nome à presidência", escreveu. Disse ainda que o foco da direita em 2026 é “tirar o PT do poder”. “Contem comigo até o fim para isso”, declarou.
A pré-candidatura de Flávio Bolsonaro, um dos quatro filhos do ex-presidente com mandato eletivo, foi anunciada na semana passada, após o senador visitar o pai na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde o líder da direita cumpre sua pena de 27 anos de prisão após condenação no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, abolição violenta do Estado, dano contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
A decisão também foi comemorada pelo presidente do PL em Minas, deputado federal Domingos Sávio, indicado pelo ex-presidente para ser o candidato ao Senado. “O Flávio é maduro, preparado, uma pessoa sensata e, acima de tudo, não traz só o DNA do presidente Bolsonaro, traz a garra, traz os valores, traz os princípios”, afirmou em suas redes sociais. O dirigente da legenda no estado também disse que o ideal seria ter Bolsonaro de volta à presidência, mas “a perseguição, a maldade” o tirou da disputa e era necessário a definição de um candidato.
Nikolas e Engler
Para o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) a escolha de Flávio Bolsonaro não se limita à disputa eleitoral: representa um movimento político voltado à “pacificação nacional” e à retomada de debates como a anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro.
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A primeira manifestação de Nikolas ocorreu ainda na sexta-feira, quando publicou no X (antigo Twitter) que a decisão de Bolsonaro teria um significado maior do que a sucessão presidencial. “Bolsonaro escolheu Flávio para a próxima disputa. Alguns olham apenas a eleição… Mas quem sente o Brasil sabe que há algo maior em jogo. Essa decisão carrega um pedido urgente de pacificação nacional”, escreveu.
Nikolas reforçou que o país “não aguenta mais viver dividido”, citando famílias “destruídas” e “inocentes atrás das grades”, em referência aos apoiadores bolsonaristas presos após os ataques de 8 de janeiro. “Hoje, mais do que nunca, estamos falando em libertar quem nunca deveria ter perdido a liberdade”, completou.
Na manhã de ontem, o parlamentar voltou ao tema, dizendo que a movimentação de Flávio será “decisiva” para a aprovação da anistia no Congresso. “Exatamente o que escrevi ontem (5/12)... A movimentação do Flávio é decisiva para a anistia. Restam duas semanas. Trabalharemos e lutaremos por isso. Eleições são um segundo passo”, afirmou.
Usando uma camiseta com a estampa de duas armas cruzadas, o deputado estadual Bruno Engler (PL), que nas eleições passadas foi candidato à Prefeitura de Belo Horizonte com o apoio de Bolsonaro, declarou estar ao lado de Flávio, ressaltando que o senador “carrega exatamente os mesmos valores e princípios que seu pai e tem todo o preparo para assumir a Presidência da República”. “Conte com todo o meu apoio Flávio, vou trabalhar incansavelmente para que em 2027 nós voltemos a ter um Bolsonaro no Palácio do Planalto e voltemos a colocar o nosso país em ordem”, afirmou.
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Também cotado como candidato ao Senado na disputa do ano que vem, o deputado estadual Caporezzo (PL) defendeu a candidatura de Flávio à presidência em 2026, sob argumento de que ele tem experiência política e capacidade de articulação, além de representar “os valores de seu pai”. “É um nome que o sistema não quer, porque o desejo que existe hoje é de riscar o nome Bolsonaro”.
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Segundo ele, o governo Bolsonaro foi o único a cortar impostos, impulsionar a economia, combater a corrupção e respeitar o pacto federativo, por isso é importante ter de volta no poder um representante da família Bolsonaro. “O primeiro governo na história sem nenhum escândalo de corrupção foi o governo do presidente Bolsonaro, tanto que ele não é acusado de corrupto. E é esse o nome que querem riscar da política nacional? O nome do Bolsonaro? Isso é algo inaceitável. Então, eu tenho certeza que um motivo hoje de esperança para o Brasil é o nome do senador Flávio Bolsonaro”, afirmou.