Nikolas reage à denúncia do MPE e fala em 'perseguição com a direita'
Parlamentar é acusado, ao lado de outros políticos do PL, de campanha de desinformação contra o ex-prefeito Fuad Noman durante as eleições de 2024
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Siga noO deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) se manifestou nessa terça-feira (8/7) sobre a denúncia apresentada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) que pode cassar os seus direitos políticos. Em nota, o parlamentar alegou ser vítima de perseguição política.
A denúncia do MPE acusa Nikolas e outros aliados de "campanha sistemática de desinformação" contra ex-prefeito de Belo Horizonte Fuad Noman, que morreu em março deste ano, durante a disputa do segundo turno das eleições municipais de 2024.
Em sua defesa, Nikolas Ferreira questionou os motivos da ação do MPE e se comparou a políticos envolvidos em escândalos de corrupção, afirmando que a denúncia tem viés ideológico.
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"Estão querendo cassar os meus direitos políticos por que fiz rachadinha? Por que coloquei dinheiro na cueca? Por que quebrei estatais? Não! Estão querendo me deixar inelegível porque denunciei um livro pornográfico do antigo prefeito de Belo Horizonte. Uai, não posso falar e denunciar mais não? É muita coincidência que só parlamentares de direita são perseguidos neste país", comentou Nikolas Ferreira.
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A denúncia do MPE
A denúncia do MPE, apresentada nessa terça-feira, mira não apenas Nikolas, mas também o deputado estadual Bruno Engler, a ex-candidata a vice-prefeita Coronel Cláudia e a deputada estadual Delegada Sheila, todos do PL. Caso sejam condenados, eles também podem perder seus direitos políticos.
Para o órgão, os parlamentares sabiam que as informações que divulgavam nas redes sociais e na propaganda eleitoral eram falsas. O objetivo seria reverter a vantagem de Fuad Noman na corrida eleitoral, associando-o falsamente à prática de pedofilia.
O candidato a vereador Victor Lucchesi (PL), investigado na mesma ação, firmou um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) com o Ministério Público e não foi denunciado.
O livro e a campanha
O centro da polêmica é o livro de ficção "Cobiça", publicado por Fuad Noman em 2020. A obra, que relata memórias de uma personagem no interior de Minas, contém passagens que descrevem o estupro de jovens.
Em um dos trechos, uma menina de 12 anos é violentada pelo padrasto. Essas passagens foram usadas pelos adversários para acusar Noman de escrever pornografia e fazer apologia à pedofilia. A campanha incluiu vídeos, propagandas em rádio e publicações nas redes sociais. Os políticos também acusaram o então prefeito de expor crianças a material impróprio em um festival de quadrinhos apoiado pela prefeitura.
Durante um debate eleitoral, o deputado Bruno Engler chegou a confrontar Fuad, afirmando que ele era "autor do livro 'erótico, pornográfico, que na página 159 descreve o estupro coletivo de uma criança de 12 anos de idade", perguntou.
"Mais uma fake news. Esse é o rei da fake news. Ele não leu o livro, se ele tivesse lido não falava essa bobagem que está falando. Lá tem uma denúncia de um caso de uma ofensa a uma criança. (...) O senhor deveria ler a Bíblia. Livro é pra quem gosta, quem não gosta, não lê".
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À época, a própria Justiça Eleitoral reconheceu as afirmações como falsos e ordenou a remoção do conteúdo da internet. Segundo a peça, o deputado Nikolas Ferreira teria se recusado a cumprir a decisão e remover as publicações de suas redes.