Zema sobre Lula: 'Veio posar como o pai dos pobres'
Governador mineiro disse que o presidente vive "desconectado da realidade". Zema também criticou a condução econômica do terceiro mandato de Lula
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Siga noO governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), voltou a criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Desta vez, o chefe do Executivo mineiro disse que o petista vive "desconectado da realidade". Em um vídeo publicado em suas redes sociais, nesta quinta-feira (13/3), Zema afirmou que Lula se esqueceu do "desastre" que foi o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2015 e 2016.
“Eu estive com o presidente Lula ontem e fiquei assustado. Parece que ele está em modo avião desconectado da realidade. Ele veio aqui em Minas de certa maneira se posar como pai dos pobres e dizer que só ele e Getúlio [Vargas] é que trabalharam pelos mais necessitados. Esse filme nós brasileiros já vimos e não gostamos”, disse o governador.
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"Eu sei que a prosperidade é uma conquista de cada um de nós e não a dádiva do governo, nem do presidente, nem de ninguém. E ele falou isso com uma plateia cheia de trabalhadores, de gestores, gente que sabe muito bem que para melhorar de vida é preciso ralar muito e não depender de favorecimento", completou.
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Possível candidato à Presidência da República nas eleições de 2026, Zema tem reforçado suas críticas a gestão federal nos últimos meses.
Zema também atacou a condução econômica do governo Lula 3, associando-a à crise de 2015 e 2016, que marcou o segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
“Esse presidente em modo avião talvez seja o motivo de ele não se lembrar do desastre que foi o governo do PT para o Brasil em 2015 e 2016. O governo que provocou a maior crise, a maior recessão da história, que arruinou a vida de muita gente, provocou três milhões de desempregados”, afirmou.
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Segundo ele, a gestão petista segue uma “receita” de aumento de gastos públicos que pode levar a novos problemas econômicos. “Aquela crise lá atrás foi criada com a mesma receita que está seguindo agora. Gastança, irresponsabilidade fiscal e a economia crescendo com anabolizante”, declarou.
Troca de farpas em Minas
Na última terça-feira (11/3), Lula e Zema estiveram juntos em um evento em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para a inauguração do centro de desenvolvimento de produtos de mobilidade híbrida-flex na Setellantis. Entre autoelogios e indiretas, o encontro foi marcado por ataques mútuos.
Zema abriu seu discurso exaltando a própria gestão e comparando-a com a de seu antecessor, Fernando Pimentel (PT), sem citá-lo diretamente. Ele também destacou a redução no número de secretarias na sua administração.
“Eu quero dizer que o que nós estamos fazendo no governo de Minas é o que qualquer empresa faz, (contrata) gente competente. Todo meu secretariado foi escolhido, foi selecionado igual a Fiat contrata. Apesar de sermos o segundo estado mais populoso do Brasil, nós somos o que tem o menor número de secretarias: 12. Para time ganhar campeonato não precisa colocar 20, 30 jogadores em campo não, precisa de 11 craques. É o que nós temos feito aqui e eu agradeço a minha equipe. Meu secretariado assumiu um estado desacreditado, que qualquer um teria recusado, e eu fico muito satisfeito de estarmos hoje com um estado que voltou a ter credibilidade, que voltou a dar orgulho para os mineiros”, afirmou Zema.
Uma das principais críticas de Zema aos governos petistas é justamente o que ele considera um excesso de pastas e cargos na estrutura do Executivo. Para ele, Lula incha a máquina pública com aliados, proporcionando gastos desnecessários.
Lula respondeu ironizando a fala sobre ministérios e defendeu um governo voltado para o social.
“Eu tenho sorte, muita sorte de ter uma equipe extraordinária como essa. O importante não é discutir se você tem 1 ou 10 ministros, o importante é discutir a qualidade das pessoas que você tem, dos compromissos que as pessoas têm. Eu não quero só um cara formado em filosofia, um cara formado em engenharia. Eu quero pessoas que tenham, antes de tudo, sensibilidade do coração para entender a sociedade brasileira, para saber como é que vivem as pessoas, como é que vivem as pessoas empregadas, como é que vive uma pessoa que está na rua”, afirmou Lula.
A troca de farpas continuou em uma segunda agenda, em Ouro Branco, onde Lula desafiou Zema a apresentar os investimentos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Minas.
"Pode perguntar para o Aécio Neves, que foi governador por 8 anos, o Zema é governador há 6 anos. Ele governou 4 anos com Bolsonaro, o Zema, no próximo discurso que fizer, quero que ele traga pra mim quanto que o Bolsonaro colocou no estado de Minas Gerais", disse Lula. Segundo ele, "nunca antes na história do Brasil teve um presidente da República que fez a quantidade de investimento que estamos fazendo em Minas Gerais”.
Em seu discurso antes de Lula, Zema afirmou que seu antecessor, Pimentel, deixou o estado falido. "Todos os indicadores de políticas públicas avançaram muito nos últimos seis anos, apesar das grandes dificuldades do estado que estava falido em 2019, quando assumi”, disse.
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Mais tarde, em áudio enviado à imprensa, Zema ainda rebateu declarações do petista sobre o crescimento do PIB brasileiro em 2024, de 3,4%. O governador classificou o avanço como artificial e voltou a comparar a política econômica do governo federal à que levou à recessão de 2015 e 2016. “A inflação só aumenta, a taxa de juros sobe, e com certeza teremos grandes efeitos colaterais daqui por diante”, afirmou.