Ciclone extratropical: veja regiões de Minas que podem ser afetadas
De acordo com o Climatempo, o fenômeno meteorológico está se formando no Sul do país e deve impactar o Sudeste com ventos fortes e áreas de instabilidade
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Um ciclone extratropical, em formação no Sul do país, deve se deslocar a partir desta segunda-feira (8/12) e influenciar no tempo da Região Sudeste, já na madrugada de terça (9/12), segundo o Instituto Climatempo. O fenômeno meteorológico não atuará diretamente nos estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais), de acordo com o instituto. Porém, seus efeitos como ventos fortes e áreas de instabilidade de forte intensidade podem trazer temporais para algumas regiões mineiras.
O Climatempo informa que podem acontecer mudanças bruscas no padrão atmosférico e a chegada de uma nova frente fria para a região. O Centro-Sul e o Leste de Minas devem ser as localidades mais atingidas por rajadas de vento moderadas a fortes, entre terça e quarta-feira (10/12), especialmente durante a passagem da frente fria.
Segundo o instituto, a velocidade dos ventos pode causar queda de galhos e árvores, destelhamentos localizados, interrupções temporárias no fornecimento de energia e transtornos operacionais em áreas portuárias e na navegação costeira.
A frente fria que se forma associada ao ciclone deve avançar rapidamente e provocar áreas de instabilidade, com risco de chuva forte, acompanhadas de raios, rajadas de vento e queda de granizo. As condições são propícias a causar alagamentos, enxurradas e transtornos.
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Norte de Minas
Neste início de dezembro, o Norte de Minas voltou a contar com chuvas intensas depois de mais de seis meses de seca, o que motivou a decretação de situação de emergência nos 96 municípios. Os temporais causaram transtornos e inundações em Montes Claros, cidade-polo da região, onde, em intervalo de seis dias, entre segunda-feira (1°/12) e sábado (6/12), foram registrados 184,9 milímetros. O volume se aproxima da média histórica na cidade para o mês de dezembro, que é de 200,7 milímetros.
Mas as chuvas fortes dos últimos dias também provocaram estragos em outros municípios da região, que permanecem em situação de emergência ainda por causa da estiagem prolongada, como São Francisco e Berizal.
O meteorologista Ruibran dos Reis, do Climatempo, explica que as chuvas intensas ocorridas no Norte de Minas, nos últimos dias, foram provocadas por uma frente fria que atingiu todo o semiárido mineiro, abrangendo além da Região Norte, a Nordeste, a Leste e a Noroeste do estado.
A chuvarada é decorrente da chamada Zona de Convergência do Atlântico Sul (Zaca), formada no Sudeste do país. “Normalmente, quando se forma a Zaca, temos uma sequência de dias com chuvas”, explica o meteorologista.
Ruibran ressalta que a média das precipitações na maioria dos municípios do Norte de Minas, nos primeiros sete dias de dezembro, variou entre 140 e 170 milímetros. “Trata-se de um volume de chuvas bastante significativo”, assinala.
Ainda segundo ele, uma nova frente fria deve chegar a Minas Gerais nesta terça-feira, acarretando maior concentração de chuvas no Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste do estado. Na Região Norte, a previsão é de uma “trégua” nesta semana, porém, a tendência é que as chuvas fortes retornem à região a partir de 22 de dezembro.
Estragos
Em Montes Claros, de acordo com a Secretaria Municipal de Defesa Civil, em um único dia, na sexta-feira (5/12), foram registrados 67,9 milímetros de chuva. Os temporais continuaram no sábado (6/12), quando caíram 43 milímetros, totalizando 110,9 milímetros de chuvas na cidade em apenas dois dias.
Na sexta-feira, as equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros fizeram vistorias sobre problemas causados pelos temporais em diferentes partes da cidade. Segundo a Defesa Civil, as áreas mais atingidas foram os bairros Sagrada Família, Independência, Santa Laura, São José, Interlagos, Centro, Raul Lourenço, Vila Áurea e Jardim Panorama II.
A praça em frente à Igreja Nossa Senhora Rosa Mística, no Bairro Jardim São Luiz, foi invadida pela água, e uma missa no templo foi cancelada. Ainda na sexta-feira, a Rua Espírito Santo, atrás do Parque Municipal Sagarana, no Bairro Ibituruna, na mesma região da cidade, também foi invadida pela água.
Uma mulher precisou ser resgatada pela Defesa Civil depois que o veículo dela ficou no meio da inundação. O trânsito na via foi interrompido. Também ocorreu um alagamento na Escola Estadual Secundino Tavares, no Bairro Jardim Panorama II. Um muro da escola foi danificado. Equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros fizeram uma vistoria no local, e não houve necessidade de evacuação do educandário.
Na noite de sábado e madrugada de domingo, a lagoa do Parque Municipal Milton Prates, na Região Sul do município, transbordou. A água invadiu a Avenida Crisóstomo Corinto Freire, provocando a interdição de trânsito na via que dá acesso aos bairros Morada do Parque e Morada da Serra.
Na tarde de domingo, devido aos temporais, o asfalto da rua Basílio de Paula, perto da esquina com a Avenida Deputado Esteves Rodrigues, no Bairro Vila Brasília, rompeu. O trânsito na via foi interditado pela Defesa Civil.
Em São Francisco, as chuvas intensas do último fim de semana provocaram alagamentos em cerca de 15 residências dos bairros Sagrada Família e São José. Os temporais também culminaram em danos no asfalto de ruas e derrubaram muros. “A gente estava esperando a chuva, mas não com tanta intensidade como ela veio”, afirma o superintendente de Defesa Civil Municipal de São Francisco, Romenig Barbosa Martins.
Ele afirma que mais de 100 famílias estão sendo abastecidas por caminhões-pipas na zona rural do município. O atendimento às famílias está sendo prejudicado, devido à dificuldade de acesso, pois as estradas vicinais foram danificadas pela chuvarada.
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No último sábado, os temporais também causaram alagamentos em Berizal, outra cidade do Norte de Minas que teve decretado estado de emergência por causa da seca que castigou o município ao longo de mais de seis meses neste ano.