O silêncio que tomou conta de Zema (Novo), pré-candidato presidencial, e de seu vice, Mateus Simões (PSD), pré-candidato a governador, confirma a delicada situação do projeto de ambos. Como aliados de Bolsonaro, por estratégia eleitoral, os dois estão sendo empurrados a apoiar a futura candidatura presidencial de Flávio (PL), o filho 01 do ex-presidente. Se não o fizerem, serão rejeitados pelo bolsonarismo.
O cenário mudou bastante. Vejam os desdobramentos. A pré-candidatura de Flávio empolgou a extrema direita e, no lançamento, matou a pré-candidatura presidencial de Tarcísio de Freitas (governador de São Paulo). Deve disputar a reeleição. O segundo a rever seu projeto será Zema. Daí, o silêncio constrangedor.
Um dos aliados de Zema, o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, já entendeu o dilema e está aconselhando a ser candidato a vice, que, nesse caso, só poderá ser na chapa do outro Flávio. Tudo pelo bolsonarismo raiz, que tem como único projeto tirar o pai da cadeia.
Outro desdobramento atingiu os governadores da direita, Ronaldo Caiado (União), de Goiás, e Ratinho Jr. do PSD do Paraná. A partir de agora, têm um desafio de não ser engolidos pelas mudanças. Se ambos não se entenderem, vão jogar o filho de Bolsonaro no segundo turno e facilitar a vida e a reeleição de Lula (PT).
Os dois já estão conversando. Em vez de direita, deverão tentar ocupar o campo do centro, com viés de direita, para construir uma terceira força presidencial. Ao contrário de Zema, que tem o pior desempenho entre os governadores de seu campo, Caiado e Ratinho são muito bem avaliados nos estados que governam por conta das entregas e realizações.
Vice anunciado
Zema queimou na largada, quando se deixou vender para o país como candidato a vice. Foi lançado por Tarcísio e por outros e nada disse, como sinal de satisfação até porque seu desempenho nas pesquisas caiu bastante.
Em janeiro deste ano, ele tinha o conhecimento e apoio de 15% nas intenções de voto; 62% não o conheciam e 23% o rejeitavam. Em dezembro, após toda a pirotecnia, encerra o ano com 14% de conhecimento e de intenções de voto; 51% de desconhecimento e a rejeição subiu para 35%. São 35% que dizem que o conhecem e que não votariam nele. Os dados foram divulgados, na terça (16), pelo instituto mineiro Quaest, um dos mais badalados do país.
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A estratégia do marqueteiro não deu certo. Buscou consolidar a posição de maior antipetista do mundo, dialogar cada vez mais com o bolsonarismo e passou a fazer piruetas como soltar rojões contra o PT. Ainda comeu banana com cascas, contratou influenciadores digitais para viralizar na internet. Os mineiros descobriram outro Zema. Os dados sinalizam que, na largada, os mineiros que o conheciam não estão dando apoio O partido dele, o Novo, já está reclamando do alto custo do marqueteiro de 6 milhões sem entregar resultados.
Marília desolada em Contagem
A prefeita de Contagem e pré-candidata ao Senado, Marília Campos (PT), voltou desolada, desanimada para sua cidade, que é o seu porto seguro. Com o aval das bancadas estadual e federal do PT, ela participou de reunião do diretório do partido, no sábado, e saiu de lá sem o apoio formal ao seu projeto. Rachado como sempre, a direção adiou a decisão.
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Dividendos natalinos
No dia em que teve sua privatização autorizada por 53 deputados contra 19, nessa quarta (17), a Copasa anunciou que irá pagar dividendos aos acionistas no valor de R$ 338 milhões. O argumento de sua venda sempre foi o de que não tinha recursos para investir.
