PSD não ajuda Simões, e o Novo reclama de gastos
Pré-campanha de Simões a governador é bancada pelo Novo, apesar de ele ter trocado o partido pelo PSD; altos custos já geram insatisfação interna
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Além da identidade, o partido Novo, ex de Mateus Simões, agora no PSD, reivindica a vaga de vice-governador muito mais por conta dos investimentos feitos na pré-campanha dele. Simões já adiantou que o Novo indicará o/a vice a pedido do governador Zema (Novo). Quem está bancando a pré-campanha a governador dele é o Novo, sozinho. Simões trocou o Novo pelo PSD, que tem um dos maiores fundos partidários do país, mas até agora não abriu os cofres.
Como vice-governador, Simões tem as vantagens do cargo para viajar por todo o estado, mas quem está bancando os contratos milionários é o Novo, que já reclama dos altos gastos. Um deles é o do marqueteiro, Renato Pereira, que, por R$ 6 milhões, faz a pré-campanha a governador dele e a presidencial de Zema. Os resultados de ambos os projetos deixam desanimados os dirigentes do Novo.
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Zema não decola e fica abaixo de governadores de estados menores, como Ronaldo Caiado, de Goiás. Esse tem, por outro lado, mais entregas que o mineiro, daí a dificuldade. Zema ficou mais conhecido por comer banana com casca do que por alguma realização. Como ele, Simões empacou nos poucos pontos percentuais, apesar da excessiva exposição e das forças políticas que tem agregado.
O PSD do presidente nacional, Gilberto Kassab, não esconde de ninguém que seu projeto é eleger deputados federais e chegar à maior bancada federal para ter poder político no Congresso. Basta uma clicada nas páginas da Justiça Eleitoral para confirmar que o PSD nada gastou com pré-candidatos presidencial e a governador.
O Novo reclama sem razão, afinal, nunca teve despesas para eleição. Na primeira delas, que elegeu Zema, em 2018, contou com o contexto da Operação Lava Jato, que demonizou a política e favoreceu os apolíticos. Na reeleição dele, foi favorecido pela falta de oposição e a campanha desorganizada do concorrente Alexandre Kalil (ex-PSD) em 2022. Para 2026, Simões continua como único pré-candidato e, igualmente, não tem oposição organizada.
Direção da Copasa já é privada
O Conselho de Administração (CA) da estatal já é, no momento, composto por uma turma privatista. Há tempos, o estado sinaliza essa bandeira para o mercado. Vamos aos nomes: Guilherme Augusto Duarte de Faria é ex-presidente da Copasa. Foi acusado de vendas suspeitas de ações não comunicadas ao mercado. Saiu da presidência da Copasa e ficou no Conselho. Ex-secretário Gustavo de Oliveira Barbosa deixou a Fazenda estadual e está no CA. Márcia Fragoso Soares tem larga experiência privatista na Arteris. Foi para a Copasa e atuou como diretora técnica de meio ambiente. Depois, migrou para o Conselho. E Hamilton Amadeo é da Aegea, empresa referência no setor privado de saneamento básico no Brasil.
A diretoria executiva tem como membros: Adriano Rudek de Moura, diretor financeiro e de relações com investidores. Atuou na privatização da Copel (Companhia Paranaense de Energia), quando foi denunciado pela Assembleia Legislativa do Paraná. Laura Petri Geraldino é diretora de Operações. Recém-chegada à Copasa, é egressa da Casal (Companhia de Saneamento de Alagoas), que foi privatizada em 2020. Pablo Ferraço Andreão, diretor de Engenharia e Meio Ambiente, se apresenta como integrante do Conselho de Administração da Cesan, Viasolo Ambiental-MG, BRK Goiás, BRK Recife e Saneatins. Todas já privatizadas.
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Cleyson Jacomini de Sousa está como diretor de Clientes, Comunicação e Sustentabilidade. Atuou na Copasa e nas empresas Águas do Rio, Águas de Teresina e Aegea. Por último, Fernando Passalio de Avelar, diretor-presidente, foi secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.
