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Estado de Minas PANDEMIA

Vacinação, máscaras e isolamento: as diferenças entre Queiroga e Bolsonaro

O ministro da Saúde e o chefe do Executivo discordam em diversos posicionamentos


31/03/2021 17:39 - atualizado 31/03/2021 18:11

Marcelo Queiroga é médico e adota posicionamentos embasados cientificamente. Já Bolsonaro prefere seguir a onda negacionista(foto: PR/Reprodução)
Marcelo Queiroga é médico e adota posicionamentos embasados cientificamente. Já Bolsonaro prefere seguir a onda negacionista (foto: PR/Reprodução)
Depois que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez uma aparição sem utilizar máscara, logo em seguida do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pedir o uso da proteção, apoiadores e opositores do governo levantaram a pauta sobre a diferença do discurso do médico e do chefe do Executivo. 

Durante a pandemia de COVID-19, o presidente adotou inúmeras medidas negacionistas. Desde negar a existência do vírus, recusar vacinas, não usar máscara, até provocar aglomerações.  

Queiroga assumiu o cargo de ministro da Saúde na semana passada. Segundo ele, a pasta agora preza pelo objetivo de reforçar as ações de enfrentamento à pandemia da COVID-19, ampliando a vacinação em todo país e levando assistência aos estados e municípios.

O médico também almeja a reestruturação de setores importantes da saúde pública, com melhorias no atendimento aos pacientes da atenção primária.

Queiroga substituiu o ex-ministro Eduardo Pazuello no pior momento da pandemia, com recordes sucessivos de mortes e contaminações.

Pondo em vista a diferença dos discursos, o jornal Estado de Minas separou três tópicos envolvendo a pandemia de COVID-19. Esses são: vacinação, uso de máscaras e o isolamento social. Em apenas um ponto, o ministro e o presidente pensam da mesma forma. Mesmo assim, com certas diferenças.

Veja diferenças nos discursos

 

Vacinação
 

Bolsonaro
 

Em diversos momentos, Bolsonaro se mostrou contra a vacina. Ele chegou a negar a compra de imunizantes, comemorar a paralisação de estudos, brigar e alfinetar o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), pela compra de vacinas, e afirmar que não tomaria os imunizantes. 

“Ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina. Eu não vou tomar. Eu já tive o vírus. Já tenho anticorpos. Para que tomar vacina de novo?”, disse o presidente durante um pronunciamento. “Se tomar e virar um jacaré é problema seu. Se virar um super-homem, se nascer barba em mulher ou homem falar fino, ela [Pfizer] não tem nada com isso”, completa.
 
Agora, com a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao cenário político e com o recorde de óbitos por dia causado pela pandemia, Bolsonaro e seus apoiadores trocam o discurso e transformam o negacionismo em campanha pró-vacina.
 
Em uma tentativa de reconstrução de sua narrativa, para ganhar apoio e conseguir enfrentar com maestria a eleição de 2022, Bolsonaro troca a política do “não fique em casa” e “retomada da economia” para a do “nossa arma é a vacina”. 
 

Queiroga

Marcelo Queiroga vem usando seu tempo para negociar mais vacinas. Nesta terça-feira (31/03), o ministro fez duas reuniões com representantes dos Estados Unidos em busca de ajuda para "ampliar a vacinação a curto prazo". Ele pediu uma antecipação de 20 milhões de doses da vacina da Pfizer, que seriam devolvidas aos americanos no futuro.

"Nós já conseguimos triplicar o número de doses aplicadas por dia. De 300 mil, estamos quase chegando a 1 milhão. Mas a capacidade de vacinação do Brasil é enorme. Com um aporte maior de vacinas, podemos dar uma resposta à população brasileira e diminuir a pressão no sistema de saúde", afirmou Queiroga.
 
No sábado (27/03), ele anunciou que o governo federal irá distribuir 11 milhões de doses de vacinas contra a COVID nesta semana.
 
Três dias depois de sua posse, Queiroga também anunciou que a vacina desenvolvida pela faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP) solicitou à Anvisa autorização para testes em voluntários.
 

Uso de máscaras

 

Bolsonaro
 

Bolsonaro começou a utilizar máscaras com mais frequência há pouco tempo(foto: Agência Brasil/Reprodução)
Bolsonaro começou a utilizar máscaras com mais frequência há pouco tempo (foto: Agência Brasil/Reprodução)
Bolsonaro não costuma utilizar máscaras. No momento em que o Brasil atravessa fase dramática na pandemia de COVID-19, amargando recorde de mortos em 24 horas, e com governos estaduais e municipais tendo de lidar com o estrangulamento do sistema de saúde, o presidente provocou aglomerações em diversas oportunidades.
 
Em visita a estados, Bolsonaro abraça, beija, tira fotos e cumprimenta apoiadores sem o equipamento de proteção.
 
Nesta quarta-feira, mesmo após o esforço do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de implantar e incentivar o uso de máscaras em todo o Brasil, o presidente voltou a fazer aparições sem o equipamento de proteção. 
 

Queiroga
 

Marcelo Queiroga é a favor do uso de máscaras e já participou de solenidade utilizando duas(foto: Anderson Riedel/PR)
Marcelo Queiroga é a favor do uso de máscaras e já participou de solenidade utilizando duas (foto: Anderson Riedel/PR)
Durante a coletiva de imprensa feita para o anúncio da nova vacina do governo federal, realizada na sexta-feira (26/03), o ministro da Saúde pediu que os brasileiros não abram mão do uso de máscaras de proteção. 
 
“Na época da Copa do Mundo, a nação se une e se chama 'pátria de chuteiras'. Agora é pátria de máscara. É o pedido que eu faço a cada um dos brasileiros”, pontuou o ministro.
O médico utilizava duas máscaras de proteção durante a conversa com os jornalistas. 
 
Nesta quarta-feira, Queiroga discursou a favor da proteção. "Sabemos que, nos grandes feriados, há possibilidade de aglomeração desnecessária. As pessoas devem observar o uso de máscara e guardar o distanciamento entre si para que a doença não se transmita", pontuou.
 
Segundo o ministro da Saúde, se os brasileiros fizerem essas ações de maneira efetiva, será mais fácil conseguir melhores resultados. 

 
Isolamento Social 
 

Bolsonaro

 
Jair Bolsonaro é contra o isolamento social. Em todos os discursos feitos pelo presidente, no último mês, ele citou a ineficácia da ação e criticou governadores e prefeitos por aderirem ao lockdown. 
 
Segundo Bolsonaro, "parece que não tem outra doença no Brasil, só Covid". Em justificativa ao seu discurso contra a política do "fica em casa", o presidente apontou que acredita que vamos todos conviver com o vírus "a vida toda".

Mais cedo, ele voltou a criticar governadores e prefeitos. Tínhamos e temos dois inimigos, o vírus e o desemprego. É uma realidade. Não é ficando em casa que vamos solucionar este problema", afirmou o presidente.
 
Segundo Bolsonaro, seu “apelo” é que a “política de lockdown seja revista”. “Isso cabe, na ponta da linha, aos governadores e aos prefeitos. Porque só assim podemos voltar à normalidade. O Brasil tem que voltar a trabalhar.”
 

Queiroga
 

Apesar de ser contra as medidas mais duras de isolamento social, assim como o presidente, o médico cardiologista fez um discurso pedindo a adesão e desincentivando aglomerações durante o feriadão. 
 
“No feriado não pode haver aglomerações desnecessárias. É importante usar máscara, manter o isolamento. É importante fazer isso. Medidas extremas não são desejadas. Então vamos fazer isso", disse o ministro da Saúde.
 
Segundo o ministro da Saúde, se os brasileiros fizerem essas ações de maneira efetiva, será mais fácil conseguir melhores resultados.
 

O que é o coronavírus

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.


transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.


A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê

Principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia
  • Em casos graves, as vítimas apresentam:
  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal
  • Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.


Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:

 
 


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