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Estado de Minas PROCEDIMENTOS ADIADOS

Pandemia suspendeu 1 milhão de cirurgias não urgentes no SUS

Queda média nos procedimentos cirúrgicos no ano passado é estimada em 59,8%


16/04/2021 08:08 - atualizado 16/04/2021 09:02

Paciente de COVID-19 segura terço em leito de hospital no Pará(foto: TARSO SARRAF / AFP)
Paciente de COVID-19 segura terço em leito de hospital no Pará (foto: TARSO SARRAF / AFP)


A pandemia de covid-19 provocou a suspensão de pelo menos 1 milhão de cirurgias eletivas (não urgentes) no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2020.

O número consta de levantamento da Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde (Abraidi). O setor estima que, considerados os setores público e privado, a queda média nos procedimentos cirúrgicos no ano passado tenha sido de 59,8%. Em algumas regiões, o recuo teria chegado a 90%.

O levantamento, feito com empresários do setor, constatou queda de 50,8% no faturamento das empresas de produtos para saúde em 2020. O motivo foi a redução nos procedimentos cirúrgicos. O trabalho estava previsto para ser apresentado ontem no fórum do setor. As empresas fornecem próteses, implantes, stents, marca-passos, entre outros dispositivos usados em cirurgias.

"Fomos afetados com a pandemia muito mais do que outros segmentos", afirma o presidente da Abraidi, Sérgio Rocha, com base nos dados levantados. O objetivo da redução nas cirurgias eletivas foi liberar recursos, pessoal e instalações para enfrentar a covid-19.

Especialistas estimam que nos próximos meses pode haver demanda explosiva por procedimentos. Ao mesmo tempo, a pandemia se prolonga.

A combinação dos dois processos poderá pressionar ainda mais um sistema de saúde já quase colapsado, segundo ele. "Embora cirurgias eletivas não sejam urgentes, têm um tempo para acontecer, a condição dos pacientes pode se agravar."

Medo

Esse é o receio do trabalhador rural Celso Moura dos Santos, de 58 anos, morador de Araçoiaba da Serra (SP). Ele estava com uma cirurgia de artoplastia - procedimento para corrigir a articulação - no joelho esquerdo, marcada para o dia 15 de março, em Votorantim. "Uma semana antes, ligaram do hospital avisando que a cirurgia não seria realizada por causa da pandemia. Vou ter de esperar mais tempo", conta ele, que aguarda há mais de um ano.

"O pior é que está cada vez mais difícil fazer as tarefas", diz ele, que já não consegue mais dirigir o trator. Como a doença é degenerativa, ele teme que as condições piorem. "Com a pandemia, os serviços também são poucos e, na minha condição, fica difícil encontrar quem me pegue para trabalhar."

Já a aposentada Maria Aparecida Santos, de 69 anos, deu entrada em um hospital de Sorocaba com quadro de dores intensas no abdome. O diagnóstico, segundo a família, foi de pancreatite aguda provocada pelo acúmulo de pedras nos rins e na vesícula. "A decisão médica foi pela cirurgia para a retirada dos cálculos (pedras) e ela ficou internada com esse objetivo, mas aí entrou a questão da pandemia", afirma o neto, Matheus Oliveira, de 20 anos. "Os médicos disseram que, se as dores voltarem, ela deve ser levada ao hospital para nova avaliação, mas só operam se for urgência."

Para 86% dos empresários do setor, a retomada deverá começar só no fim do segundo semestre ou em 2022. "Quando a maioria da população estiver vacinada, provavelmente no fim deste ano", prevê Sérgio Rocha.

O que é um lockdown?

Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.


Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.


Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas



 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.


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