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Estado de Minas IMUNIZAÇÃO

Vacinação dos trabalhadores da saúde de 18 a 39 anos tem fila quilométrica

A reportagem do EM esteve no ponto de imunização da Faculdade Ciências Médicas e flagrou uma fila de pessoas com mais de 2 KM na manhã desta quarta-feira (5/5)


05/05/2021 11:41 - atualizado 05/05/2021 12:24

Debaixo de sol, trabalhadores da saúde acima de 18 anos aguardam para ser vacinados na Faculdade de Ciência Médicas, no Centro de BH(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Debaixo de sol, trabalhadores da saúde acima de 18 anos aguardam para ser vacinados na Faculdade de Ciência Médicas, no Centro de BH (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Primeiro dia da vacinação anti-COVID-19 para os trabalhadores da saúde com idade de 18 a 39 anos em Belo Horizonte começou já com intenso movimento nesta manhã de quarta-feira (5/5). Na Faculdade Ciências Médicas, localizada no Centro da cidade, a reportagem do Estado de Minas flagrou uma fila de pessoas que se estendia por mais de 2 quilômetros, entre a porta da unidade até o Hospital João XXIII, na Avenida Professor Alfredo Balena.

A expectativa de todos era só uma. Receber, finalmente, a primeira dose do imunizante contra o novo coronavírus. Há mais de um ano, muitos profissionais da área são expostos a extremo risco de contaminação para cuidar e atender, mesmo que indiretamente, os pacientes infectados que surgem todos os dias. Além do medo diário de serem infectados e de transmitir para entes queridos, a intensa carga de trabalho corrobora para a exaustão mental e física vivenciada atualmente pela categoria.

Segundo uma pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em março de 2021, 80% dos médicos, profissionais de enfermagem, agentes comunitários e outros trabalhadores da rede pública informaram que sentem impactos negativos na saúde mental causados pela pandemia.

Laura Regiane, de 39 anos, recebeu a primeira dose do imunizante da Astrazeneca nesta quarta-feira (5/5)(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Laura Regiane, de 39 anos, recebeu a primeira dose do imunizante da Astrazeneca nesta quarta-feira (5/5) (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Laura Regiane Monteiro Maia, de 36 anos, trabalha com atendimento ao público na administração de uma clínica oftalmológica em BH. Durante o atual contexo pandêmico, uma de suas maiores preocupações era continuar atuando no local sem estar protegida com a vacina. “Agora chegou para nós, graças a Deus. É muito gratificante, dá um pouquinho de satisfação, mas sabemos que temos que continuar tomando todos os cuidados. Torço agora para que a vacina chegue para o resto da população, porque, infelizmente, estamos perdendo muitas vidas", lamenta.

A profissional da saúde foi uma das pessoas imunizadas na Faculdade Ciências Médicas, local que, nesta quarta-feira, teve um grande fluxo de pessoas antes mesmo do horário programado para o início da vacinação. Até o momento de publicação desta matéria, a fila percorria um trajeto de mais de 2 quilômetros de extensão. Para piorar, o sol da tarde chegou e debaixo dele, sem ter onde sentar, os trabalhadores da saúde aguardavam sua vez.

Fila se estendeu por mais de 2 quilômetros; profissionais aguardavam mais de 4 horas para serem atendidos(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Fila se estendeu por mais de 2 quilômetros; profissionais aguardavam mais de 4 horas para serem atendidos (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Mesmo há quatro horas na fila, a consultora Gabrielle Carvalho de Freitas, de 22 anos, é otimista. Em entrevista ao EM, ela contou que, no fim, as dificuldades enfrentadas para garantir a imunização valem a pena. “Quando cheguei aqui já estava perto do Hospital João XXIII. É um pouco cansativo, corremos um pouco de risco por causa da aglomeração da fila, mas fora isso está tudo certo. É por uma boa causa. Foi excelente receber a notícia que ia abranger a vacina para os trabalhadores da saúde acima de 18 anos”, disse a estudante de enfermagem.

Conforme orientação da PBH, centros de saúde funcionam de 7h30 às 16h30, e os postos drive thru, de 8h às 16h30. No entanto, a ansiedade de algumas pessoas foi tanta que meia hora antes do começo oficial da campanha no centro acadêmico, os primeiros grupos já formavam uma fila no local para garantir a imunização. Segundo apuração do Estado de Minas, somente cerca de 3 horas depois eles conseguiram receber a dose.

De acordo com Rafael Duarte, vice-diretor da Faculdade Ciências Médicas, devido ao número de profissionais da área que fazem parte da faixa etária da campanha hoje, o volume visto já era esperado. Porém, garante que a equipe de funcionários da unidade está preparada para recebê-los.

“Sabemos que temos um público muito grande hoje com os profissionais da saúde acima de 18 anos. Infelizmente, essa fila acontece, não sei exatamente qual o tamanho dela, mas a notícia é que ao longo do dia com certeza isso irá diminuir. A expectativa da Prefeitura é vacinar um grande número de pessoas neste momento”, informou o professor.

Henrique Magioni, de 27 anos, garante que vai continuar tomando cuidados preventivos da COVID-19, mesmo após vacinado(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Henrique Magioni, de 27 anos, garante que vai continuar tomando cuidados preventivos da COVID-19, mesmo após vacinado (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Apesar de não atuarem na linha de frente do comabate à COVID-19, trabalhadores que operam indiretamente nas unidades de saúde também sentem os impactos da pandemia na rotina de trabalho.  É o que diz Henrique Magioni Soares, de 27 anos, analista de TI no hospital particular Unimed. No momento trabalha de forma remota, mas disse continuar com sentimentos de insegurança em razão da gravidade do vírus, principalmente com a imunização no Brasil ainda caminhando a passos lentos até agora. 

“Conforme a pandemia continua e muitas pessoas ainda estão sendo contaminadas, vou continuar com os cuidados de prevenção. Não é porque fui vacinado que não vou transmitir o vírus. Por isso, vou manter as medidas para não contaminar nenhuma pessoa”, afirma Henrique.

Campanha para o grupo vai até quinta-feira (6/5)


A vacinação da primeira dose dos trabalhadores da saúde de 18 a 39 anos, com os imunizantes fabricados pela AstraZeneca e Pfizer, ocorre apenas para aqueles que fizeram o cadastro no site da prefeitura de BH até a última quarta-feira (28/4). O profissional não pode ter apresentado sintomas da COVID-19 nos últimos 30 dias nem ter tomado qualquer outra vacina no mesmo período.

Todos os pontos de imunização disponibilizados pela prefeitura recebem o grupo até esta quinta-feira (6/5). Endereços dos pontos para pedestres e veículos podem ser conferidos no portal do Executivo muncipal.

Entre os comprovantes necessários, a prefeitura pede que o trabalhador leve documento de identificação com foto, registro no conselho profissional e documento que comprove a veiculação ativa do trabalhador com serviço de saúde localizado em Belo Horizonte, podendo ser carteira de trabalho, contrato de trabalho, contracheque, entre outros. Toda documentação necessária também está no portal da PBH.
 

O que é um lockdown?

Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.


Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.


Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas


 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.


Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:

 


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