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Estado de Minas EFEITOS DA PANDEMIA

Mineira que mora no Peru há 18 anos fica retida por falta de voos ao Brasil

Rotas liberadas no Peru não contemplam o Brasil devido ao tempo da viagem, o que impede volta de Márcia Pereira para cuidar da mãe idosa, vítima de acidente


21/10/2020 06:00 - atualizado 21/10/2020 13:09

Com os filhos, mineira já havia tentado viajar ao Brasil, sem sucesso (foto: Arquivo pessoal )
Com os filhos, mineira já havia tentado viajar ao Brasil, sem sucesso (foto: Arquivo pessoal )


A despeito dos sinais de relativo controle em outros países, a pandemia da COVID-19 ainda provoca bloqueios no trânsito de pessoas até entre nações próximas do Brasil. Há 18 anos morando em Lima, no Peru, a mineira Cláudia Márcia Pereira, de 57 anos, luta para voltar à terra natal para cuidar de Jesuína, a mãe de 89, que sofreu um acidente recentemente e depende de vizinhos e de uma empregada para viver. “Minha mãe sofreu uma queda, fraturou a costela e perfurou o pulmão. Ela mora em Santa Bárbara (Região Central de Minas Gerais), e precisou da ajuda de vizinhos para ser socorrida”, diz a filha. 

Segundo Cláudia Pereira, o aeroporto de Lima está fechado para voos com duração maior que quatro horas. No caso do Brasil, o transporte, ainda que direto, leva quatro horas e meia, o que impede a marcação de viagens. “Costumava ir ao Brasil quatro vezes por ano. Neste ano, não fui ainda. Perdi o aniversário de 1 ano do meu único sobrinho. Agora, surge esse problema com a minha mãe”, contou a dona de casa. 

Mesmo com o impedimento, alguns voos que têm maior duração estão sendo realizados uma vez por mês, de acordo com a mineira. O problema é que essas viagens humanitárias contemplam pessoas que estão estudando, se mudando ou enfrentam algum problema de saúde. 

Gilmar Caixeta, de 62 anos, também passou pelo mesmo problema, com a esposa Cristina. Eles vivem no Peru e queriam retornar ao Brasil para passar um período com os quatro filhos e os quatro netos, que vivem em Monte Carmelo, no Alto Paranaíba. O engenheiro perdeu a paciência de esperar a liberação dos voos e veio de carro para o Brasil. 
 
Gilmar e Cristina decidiram vir de carro até a fronteira com o Brasil, onde pegaram um voo para Brasília. Da capital, vieira de carro até Monte Carmelo(foto: Arquivo pessoal)
Gilmar e Cristina decidiram vir de carro até a fronteira com o Brasil, onde pegaram um voo para Brasília. Da capital, vieira de carro até Monte Carmelo (foto: Arquivo pessoal)
 

“Precisei entrar em contato com a Embaixada (do Brasil em Lima) e fizemos testes para comprovar que estávamos bem de saúde. Então, aluguei um carro e vim até a fronteira com o Acre. Lá, combinei com um motorista conhecido para nos buscar e levar até Rio Branco, onde peguei um voo para Brasília. De lá, aluguei outro veículo e vim dirigindo até Monte Carmelo”, conta o mineiro. A viagem começou na madrugada de 11 de agosto e só terminou na noite do dia 15 do mesmo mês. Agora, ele espera a liberação dos voos Brasil-Peru para retornar ao país onde trabalha para uma empresa sediada na Suíça.     

Segundo balanço da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, o Peru é o nono país no ranking de casos confirmados da virose em todo o mundo – o quarto maior da América Latina, perdendo para Brasil, Argentina e Colômbia, apesar de ter população menor que os vizinhos. São 870.876 diagnósticos da doença respiratória.  Quanto ao número de mortes, a universidade computa 33.820, também o nono maior registro consolidado do planeta, atrás apenas do Brasil e do México na América Latina. 

“Atualmente, a gente não pode sair de casa entre 23h e 5h. Aos domingos, não podemos usar o carro. Houve períodos da pandemia em que não se podia sair de casa entre 18h e 5h, só em caso de urgência”, diz Cláudia Pereira sobre a situação do Peru. Ela reconhece que o presidente Martín Vizcarra, que assumiu o governo após a renúncia de Pedro Pablo Kuczynski em 2018, fez esforços para frear a disseminação da COVID-19. Por outro lado, lamenta as dificuldades financeiras dos peruanos. 

Informal


“Muita gente aqui não tem condição de ter geladeira. Então, isso faz com que o movimento nos mercados seja muito maior. As pessoas têm o costume de se alimentar com comida fresca comprada dos ambulantes. Isso acelerou a transmissão. O comércio informal é realmente gigantesco”, diz a mineira. Segundo ela, os auxílios financeiros concedidos pelo governo,  como no Brasil, também geraram grandes aglomerações nas proximidades dos bancos. 

Só neste mês o Peru reabriu a visitação a museus e sítios arqueológicos, a principal fonte do turismo local. Os banhos de sol e de mar nas praias, contudo, continuam proibidos. Nas orlas, a população pode praticar exercícios físicos, porém sob monitoramento da polícia para evitar aglomerações. O uso da máscara é obrigatório em todos os espaços públicos. 

A reportagem fez contato com o Ministério das Relações Exteriores para obter um posicionamento sobre os brasileiros que estão no Peru e desejam retornar. Contudo, o Itamaraty não se posicionou até o fechamento desta edição. 

O que é o coronavírus


Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 é transmitida? 

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?


Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus. 

Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência

Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:

 



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