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Estado de Minas PANDEMIA

COVID-19: pela primeira vez, PBH divulga número de moradores em situação de rua diagnosticados

Executivo municipal acolhe pessoas que fazem parte dessa parcela da população, que apresentam sintomas gripais, no Sesc Venda Nova


24/06/2020 19:39

Desde abril, moradores em situação de rua da capital com sintomas da COVID-19 estão sendo instalados no Sesc Venda (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Desde abril, moradores em situação de rua da capital com sintomas da COVID-19 estão sendo instalados no Sesc Venda (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

 

Uma das maiores preocupações no início da pandemia do novo coronavírus se voltava à população em situação de rua. Até esta quarta-feira (24), 182 pessoas nessa condição e com confirmação ou suspeita de COVID-19 foram acolhidas pela Prefeitura de Belo Horizonte no Sesc Venda Nova, localizado na região de mesmo nome, no Bairro Novo Letícia.

 

O número foi apresentado nesta quarta de maneira inédita pelo Executivo municipal. Os dados estão no boletim epidemiológico da Secretaria municipal de Saúde.

 

Conforme o levantamento, apenas 25 (13,7%) das 182 pessoas acolhidas no Sesc continuam nas dependências da estrutura localizada em Venda Nova.

 

Outros 107 já tiveram alta e 44 saíram para acompanhamento por outros serviços. Seis foram encaminhados ao serviço de urgência de saúde por conta de complicações em seus quadros clínicos.

 

De acordo com a prefeitura, dos 182 moradores em situação de rua auxiliados pelo Sesc, 33 receberam diagnóstico positivo para a infecção causada pelo novo coronavírus. O equivalente a 18,1% do contingente total.

 

Quando começou a oferecer o serviço, em 6 de abril, a prefeitura informou que disponibilizaria no Sesc Venda Nova 300 vagas para acolhimento de moradores em situação de rua sintomáticos.

 

Portanto, desde então, pouco mais de 60% da oferta na estrutura foi demandada, mesmo considerando que todos os 182 pacientes frequentaram o Sesc ao mesmo tempo, o que dificilmente ocorreu.

 

O serviço é oferecido de forma compartilhada entre as áreas de saúde e assistência social da prefeitura.

 

Cabe ao Sesc a disponibilização de estrutura física, hospedagem, enxovais e capas de colchão. O investimento é de R$ 3 milhões.

 

O protocolo da prefeitura para proteger essas pessoas na pandemia é básico: o morador em situação de rua que apresentar suspeita é encaminhado à unidade básica de saúde mais próxima, ou pronto-socorro.

 

Se os sintomas significarem necessidade de quarentena domiciliar, o Sesc Venda Nova entra na jogada e recebe essas pessoas.

 

Recomendações e crítica

 

O especialista André Luiz de Freitas Dias, coordenador do Projeto Polos de Cidadania, vinculado à Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no entanto, criticou a solução encontrada pela prefeitura em entrevista concedida ao Estado de Minas em abril. 

 

“São 300 vagas e a prefeitura já nos disse que podem chegar a 1 mil. O ideal é que, pela própria natureza da pandemia, não se concentre muitas pessoas em um único ponto. É necessário você distribuir a população nos diferentes espaços geográficos”, pontua.

 

A parceria entre o Sesc e a prefeitura aconteceu depois que o Executivo municipal recebeu uma recomendação jurídica das defensorias públicas de Minas Gerais e da União e dos ministérios públicos do Trabalho e Federal.

 

As autoridades pediam ao governo a criação de um Plano de Contingência Emergencial Intersetorial para proteger essa parcela da população.

 

Solicitavam, ainda, a intensificação das políticas de enfrentamento às drogas durante a pandemia.

 

Sobretudo, pela possibilidade de compartilhamento de seringas e cachimbos pelos moradores em situação de rua, o que seria ponto chave para a proliferação do novo coronavírus.


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