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Estado de Minas COMEMORAÇÃO

Vai um queijinho aí? Segunda,16, é dia de festejar o Queijo Minas Artesanal

Produção de queijo artesanal gera renda para ao menos 30 mil famílias no estado. Juntas, elas produzem cerca de 85 mil toneladas do produto ao ano


13/05/2022 17:41 - atualizado 16/05/2022 14:41

Mão com uma faca cortando um Queijo Minas Artesanal
Cerca de 40% da produção total de queijos no Brasil têm origem em Minas (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

O “saber fazer” do Queijo Minas Artesanal não é somente um destaque econômico para o estado, mas também vale ouro para muitas famílas, por isso, ganhou até mesmo uma “data de aniversário”.

Nesta segunda-feira, 16 de maio, será comemorado o Dia dos Queijos Artesanais de Minas Gerais. A data foi instituída há quase cinco anos pela Lei Estadual 22.506, sancionada em 2017.


De acordo com o Sindicato da Indústria de Laticínios de Minas Gerais (Silemg), do volume de 1,2 milhão de toneladas de queijo produzidas no Brasil, em 2020, cerca de 40% do total tem Minas Gerais como origem. As exportações brasileiras do produto, no mesmo ano, alcançaram a receita de US$ 76 milhões.

Levantamento feito pelo Sistema Safra Agroindústria da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado Minas Gerais (Emater-MG) demonstra a importância da atividade para o estado. Segundo dados de 2021, do total de estabelecimentos agroindustriais de leite e derivados no estado, 92,6% pertencem à agricultura familiar.


O Queijo Minas Artesanal é feito de leite de vaca cru, sem pasteurização e costuma seguir processos tradicionais de confecção, em pequenas propriedades. “Foi o primeiro queijo a ser caracterizado no estado. O leite cru tem de ser produzido, exclusivamente, na propriedade de origem do queijo. Utiliza pingo, coalho, salga a seco e passa por processo de maturação, adquirindo uma casca lisa e amarelada”, explica a coordenadora técnica estadual da Emater-MG , Maria Edinice Soares.

 

O ato de registrar demonstra a importância desse tipo de queijo, além da homenagem a uma tradição milenar em Minas Gerais. A valorização dos queijos artesanais tem relação com os aspectos gastronômico, econômico, social e cultural. As variadas receitas de queijos artesanais costumam seguir tradições históricas passadas de geração a geração por famílias de produtores rurais.


De acordo com dados da Emater, a produção de queijo artesanal gera renda para pelo menos 30 mil famílias em todas as regiões produtoras do estado. Juntas, essas famílias produzem cerca de 85 mil toneladas do produto ao ano. Mais de 9 mil famílias são produtoras comente do queijo minas artesanal.


O dia e o mês escolhidos para os queijos artesanais mineiros remetem ao registro feito em 2008, do Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas nas regiões do Serro, da Serra da Canastra e do Salitre.

Naquele ano, o jeito de produzir a iguaria foi lançado na categoria Saberes, pelo Conselho Consultivo do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), tendo sido o quarto bem registrado no Livro de Registro dos Saberes. Um dos queijos artesanais feitos no estado, o Queijo Minas Artesanal (QMA), é reconhecido também como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro pelo Iphan.

 

Queijo Minas Artesanal é Família 

Queijo Canastra
Queijos do tipo Canastra produzidos pela família de Maria Aparecida (foto: Queijaria J&C/Divulgação)

 

 

A Queijaria J&C de Maria Aparecida de Freitas Pereira, do marido Jadir da Costa Pereira e do filho Paulo Ricardo Pereira, considera que a valorização do produto é essencial para o registro da história não só do queijo, mas de muitas famílias. "Fazendo o registro e valorizando deste produto, penso que as gerações futuras, terão interesse em produzir o queijo, bem como manter a cultura viva", explica Maria Aparecida. 

 

A queijaria familiar é produtora do queijo Canastra, e argumenta que o queijo do tipo artesanal representa muito bem a história de Minas Gerais " nossa região tem o perfil para a produção de queijos, por isso podemos produzir o queijo minas artesanal, ou seja, fazemos parte da história de Minas Gerais, porque o queijo é produzido aqui na Serra da Canastra há muitos anos atrás, isso por si só já nos difere de outras regiões", ela conclui. Maria Aparecida conta também que a Rota do Queijo auxilia muito na venda e divulgação dos produtos da família, no qual os guias turísticos da região levam os turistas pra conhecer as cachoeiras e também as queijarias. 

 

 

Novas regiões produtoras de Queijo Minas Artesanal

Catas Altas, Barão de Cocais, Santa Bárbara, Rio Piracicaba, Bom Jesus do Amparo e Caeté. Esses seis municípios mineiros foram reconhecidos, em 19 de abril, como a mais nova região de Queijo Artesanal de Minas. Nomeada de “Entre Serras da Piedade ao Caraça”, a região teve identificadas pela Emater-MG características únicas no “saber fazer” de queijo. Estima-se que atualmente, 1,4 mil queijos sejam produzidos no local por mês.


Em março, governo de Minas reconheceu a região de Diamantina como produtora de QMA. Com a oficialização dessas novas áreas produtoras, Minas Gerais totaliza agora tem 10 microrregiões caracterizadas. São elas: Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serras da Ibitipoca, Serra do Salitre, Serro e Triângulo Mineiro.

Segundo informações do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), além do reconhecimento da tradição, os produtores dessa região podem usar o selo da microrregião produtora na embalagem. 


Retornos da produção de Queijo Minas Artesanal


Com o aumento da produção desse tipo de queijo, as regiões credenciadas podem ter um aumento turístico, o que trará bons retornos financeiros.

O presidente da Associação de Produtores de Queijo da Região de Diamantina (Aprodia), Leandro Pereira de Assis, disse que vai agregar mais valor ainda ao produto, porque será mais procurado no mercado. "Também vai ser mais um atrativo para o turismo, pois estamos montando rotas de vivência nas propriedades rurais produtoras, aqui da região de Diamantina.”


O que o presidente chama de “rotas de vivência” são passeios esquematizados para os turistas visitarem as fazendas produtoras de queijo e acompanhar a produção, podendo, inclusive, participar ativamente das etapas. “E no final da produção, todos podem degustar o queijo fresco que ajudaram a fazer e também um queijo maturado de 40 dias, que oferecemos para todos", explica Leandro.


Além do crescimento dentro do estado e do Brasil, o queijo artesanal mineiro já ultrapassou as fronteiras com louvor. Na edição de 2021 do Araxá International Cheese Awards, os queijos artesanais de Minas Gerais faturaram 69 medalhas, entre ouro, prata e bronze. Foi o estado brasileiro com o maior número de premiações, seguido por São Paulo, com 16 medalhas. Mais de 800 queijos mineiros participaram da competição. 

Outros tipos artesanais

 

Segundo a Emater-MG, além das 10 microrregiões produtoras do Queijo Minas Artesanal, o estado tem outras cinco regiões caracterizadas. Isso significa que passaram por estudo que identificou e definiu o tipo de queijo. Essas regiões produzem os seguintes queijos artesanais: Cabacinha, Serra Geral, Vale do Suaçuí, Alagoa, Mantiqueira de Minas.

Cada um deles tem características peculiares, como o sabor, por exemplo, que sofre a influência do clima e da pastagem predominante. A origem e manejo do rebanho e até o perfil do produtor também são determinantes no tipo de queijo de cada lugar.

 

*Estagiária sob supervisão


 


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