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Estado de Minas COVID-19

Por que é preciso esperar 4 semanas após vacinação para fazer mamografia?

Especialistas explicam o porquê, e destacam a importância de que pacientes em controle mantenham os exames em dia. Entenda


07/07/2021 15:35 - atualizado 07/07/2021 16:07

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

A vacina contra COVID-19 é como uma dose de esperança para cada pessoa que a recebe em meio ao caos de saúde pública no Brasil. Porém, é muito importante que as pessoas mantenham a rotina de saúde em dia, incluindo exames de rastreamento, cuidados e tratamentos, com atenção ao intervalo de tempo após a imunização. É o caso da mamografia.

Conforme recomendação da Sociedade Brasileira de Mamografia (SBM), é preciso que as mulheres esperem em torno de quatro semanas após a vacinação para se submeter ao exame. 

Segundo o mastologista Henrique Lima Couto, isso não significa que a mulher deva deixar de realizar a mamografia, mas respeitar o intervalo necessário entre a vacinação para não prejudicar o diagnóstico mamário. “A recomendação é que exames de mamografia sejam realizados antes da primeira dose da vacina ou duas a quatro semanas depois da aplicação da segunda dose”, comenta. Mas, por que é necessário esperar? 

Justamente porque a vacina pode causar uma reação adversa chamada linfonodopatia na axila. “Os linfonodos são pequenos nódulos que temos espalhados pelo corpo. Eles são comuns na área cervical, axilas e na região da virilha. Mas, nós temos linfonodos em vários outros locais. Qual a importância disso? Os linfonodos são filtros do nosso organismo. Então, quando eles se deparam com algo que eles consideram agressivo ou que pode causar algum mal para o organismo, eles tentam segurar e produzem anticorpos. Quando eles começam a produzir esses anticorpos, eles aumentam de volume.” 

“É o que popularmente chamamos de íngua. Quando a gente tem alguma ferida, algum machucado ou lesão nas pernas, a gente tem esses linfonodos maiores na virilha, que são as ínguas da virilha. Esses linfonodos aumentam quando estão frente a um processo inflamatório e infeccioso, mas também aumentam quando estão frente ao câncer. Então, qual a nossa preocupação? Primeiro, é diferenciar se o linfonodo está aumentado porque estamos diante de um processo inflamatório/infeccioso ou se estamos diante de um linfonodo aumentado por câncer”, comenta a radiologista Tereza Cristina Oliveira. 

Mas, por que as vacinas causam essa reação? Conforme a especialista, algumas vacinas são capazes de acionar esses linfonodos. Não são todas, mas, algumas conseguem acionar esses linfonodos, que, então, aumentam de volume. E como normalmente o imunizante é aplicado no braço, o que vai responder é a axila, os linfonodos axilares.

“E determinadas vacinas, por exemplo, como a de sarampo, varíola, influenza, que são aquelas vacinas que têm respostas imunológicas mais fortes podem fazer com que esses linfonodos aumentem na região das axilas.” 
 
(foto: Viver Comunicação/Divulgação)
(foto: Viver Comunicação/Divulgação)

Antes de mais nada, é muito importante que a gente conheça o histórico vacinal da mulher, porque, se ela tomou a vacina há poucos dias, é bem possível de ela ter, principalmente se a mama estiver normal, esses linfonodos aumentados em razão da reação vacinal.

Tereza Cristina Oliveira, radiologista

 

“E a vacina contra COVID-19 tem uma resposta imune forte. Então, assim, tomou a vacina para COVID-19, os estudos mostram que entre dois, três dias ou quatro dias depois, pode se ter um aumento desses linfonodos na região das axilas. E qual o problema disso? A princípio, nenhum", diz.

Segundo a especialista, os linfonodos aumentam porque estão acionados por uma coisa altamente imunogênica, que aciona o nosso sistema imunológico e eles vão ficar maiores. O problema é que, ao se fazer uma mamografia neste período, os linfonodos aumentados na axila serão vistos.

E aí a preocupação será: trata-se de um câncer de mama, uma metástase ou apenas íngua? E aí a paciente terá que se submeter a uma série de exames para excluir diagnósticos. “Antes de mais nada, é muito importante que a gente conheça o histórico vacinal da mulher, porque, se ela tomou a vacina há poucos dias, é bem possível de ela ter, principalmente se a mama estiver normal, esses linfonodos aumentados em razão da reação vacinal.” 

RECOMENDAÇÃO 


Nesse cenário de possível confusão diagnóstica, a recomendação já é clara: “Se tem linfonodos na axila e não temos nada constatado na mama, fazemos a pergunta: ‘tomou vacina de COVID-19 recente?’. Se sim, vamos pensar que esse aumento de linfonodos é por causa da vacina. E o que vamos fazer? Vamos classificar esses linfonodos na categoria 3, que é uma categoria de observação. E quatro a 12 semanas após a segunda dose do imunizante, a gente vai repetir os exames para ver se o inchaço desapareceu.” 

“Se desapareceu, ótimo, era relacionado à vacina. Se não, ela vai ter que ser investigada por meio de biópsia de acordo com a recomendação médica”, afirma Tereza. Além disso, a indicação é que mulheres que não têm sintoma ou sinal de câncer de mama aparente e estão apenas em rastreamento aguardem o período de recuperação, ou seja, em torno de duas ou quatro semanas após a segunda dose da vacina para realizar a mamografia. 
 
(foto: Viver Comunicação/Divulgação)
(foto: Viver Comunicação/Divulgação)

Na elucidação de um problema, na situação diagnóstica, o exame deve ser mantido e é importante que a mulher informe que foi vacinada contra COVID-19 para que o médico tenha essa informação e não crie um falso alerta. As mulheres devem fazer mamografia com frequência, e o que encontramos foi uma redução de até 70% ou 80% das mamografias no país no SUS com a pandemia.

Henrique Lima Couto, mastologista

 

E é apenas aguardar mesmo, pois, de acordo com Henrique Lima Couto, a linfonodopatia causada por vacinação não precisa ser tratada. “Essa é uma reação esperada que basta aguardar um tempo para que se resolva, por isso o intervalo de até quatro semanas para fazer as mamografias”, pontua o médico. 

Para além da mamografia, a ultrassonografia também pode ter resultados diferentes em razão desse inchaço nos linfonodos, haja vista que ambos são exames de imagem. Porém, no caso da biópsia, método de detecção invasivo, ele não pode ser confundido com uma neoplasia. 

MULHERES EM TRATAMENTO... 


Ao contrário das mulheres em rastreamento, aquelas com suspeita, conforme recomendação, devem seguir com exames e repeti-los posteriormente em caso de dúvida. E isso é muito importante, pois, uma vez em tratamento ou em busca de diagnóstico, a doença não espera e, portanto, a mulher também não deve, e nem pode esperar. 

“Na elucidação de um problema, na situação diagnóstica, o exame deve ser mantido e é importante que a mulher informe que ela foi vacinada contra COVID-19 para que o médico tenha essa informação e não crie um falso alerta. As mulheres devem fazer mamografia com frequência, e o que encontramos foi uma redução de até 70% ou 80% das mamografias no país no SUS com a pandemia. Então, na pandemia, você deve manter os cuidados de saúde e o rastreamento deve ser mantido apesar da pandemia”, comenta Henrique Lima Couto.

*Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram 
 

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