Com a chegada do verão, intensifica-se um fenômeno que já se consolidou nas principais capitais do país: a busca por procedimentos estéticos rápidos, discretos e capazes de entregar resultados quase imediatos, sem afastar o paciente da rotina.

Enquanto as cirurgias plásticas mantêm uma demanda constante, os tratamentos minimamente invasivos, como bioestimuladores de colágeno, ultrassom microfocado e o chamado botox preventivo, despontam como protagonistas da temporada 2024/2025, impulsionados por um público que valoriza naturalidade, sofisticação e recuperação acelerada.

Essa movimentação acompanha uma tendência global. O mercado de estética não cirúrgica cresce de forma expressiva ano após ano. Estimativas recentes apontam que esse segmento movimentou aproximadamente US$ 7,28 bilhões em 2024, enquanto projeções mais amplas calculam cifras próximas a US$ 21 bilhões no mesmo período, números que evidenciam a força e a centralidade das tecnologias minimamente invasivas na estética contemporânea.

Outro dado que chama atenção é o perfil do consumidor. Cerca de um terço dos procedimentos é realizado por pessoas entre 25 e 34 anos; outros 29% concentram-se na faixa dos 35 aos 44. A presença masculina também cresce: homens já representam cerca de 28% dos pacientes, ante 21% registrados em 2020, sinalizando uma mudança cultural robusta na relação deles com o autocuidado.

A prevenção, aliás, tornou-se um eixo fundamental desse novo comportamento. Estima-se que 28% dos pacientes buscam intervenções com o propósito explícito de retardar o envelhecimento antes do aparecimento de rugas profundas, um reflexo direto da valorização de rotinas de manutenção e bem-estar, hoje parte do estilo de vida de uma geração conectada, informada e exigente.

“Entre os procedimentos em maior evidência estão os bioestimuladores de colágeno, substâncias capazes de ativar a produção natural de colágeno na pele, conferindo firmeza e refinamento da textura sem gerar volumes artificiais”, ressalta o cirurgião plástico Eduardo Sucupira, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e do Colégio Brasileiro de Cirurgiões.

Para Eduardo, tecnologias de energia, como o ultrassom microfocado (HIFU), consolidam-se como alternativas de efeito lifting sem cortes, atuando em camadas profundas e permitindo retorno imediato às atividades.

“Já o botox preventivo vem ganhando adeptos entre adultos jovens de 20 a 30 anos, que procuram suavizar a ação muscular responsável pela formação das rugas dinâmicas, preservando a expressão natural e prolongando a juventude sem exageros” pondera o médico.

No verão, essa demanda se intensifica. A proximidade das férias, das festas e dos eventos sociais eleva a procura por intervenções sutis, capazes de conferir frescor à aparência sem sinais visíveis ou período de recuperação. Em centros urbanos onde estética, bem-estar e vida social se entrelaçam, como Rio de Janeiro, São Paulo e várias capitais nordestinas, esses procedimentos são bastante procurados.

Assim, mais do que uma tendência, a estética “sem bisturi” se afirma como um componente essencial do estilo de vida contemporâneo: intervenções de alta precisão, que preservam a identidade facial, estimulam resultados graduais e oferecem segurança.

“Trata-se de um movimento que reflete tanto a vertiginosa evolução tecnológica do setor quanto uma transformação cultural mais ampla, marcada pela valorização da naturalidade, da longevidade estética e de um autocuidado cada vez mais sofisticado”, diz o especialista.

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