
Altas temperaturas: verão requer cuidados vasculares; entenda
No calor, os desconfortos não são apenas estéticos, mas envolvem também fortes dores e inchaço
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Siga noCerca de 38% da população brasileira apresenta varizes nas pernas, um dos problemas vasculares mais conhecidos, segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). A condição é um risco ainda maior entre idosos e pessoas com hábitos inadequados, especialmente quando as temperaturas atingem níveis extremos.
O cirurgião vascular Josualdo Euzebio Silva explica que as temperaturas geram alterações significativas no organismo. A primeira delas é a desidratação, que é potencializada naqueles que ingerem pouca água e, consequentemente, perdem muito líquido no calor, ocasionando um balanço negativo. “A hidratação ajuda muito a prevenir complicações cardiovasculares, lembrando que os idosos ingerem menos água normalmente e apresentam maior facilidade para desidratação. O grupo mais vulnerável é geralmente a partir dos 50 a 60 anos. Então, é importante dar atenção a este público no verão”, ressalta.
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Outra mudança causada pelo calor é a vasodilatação, que pode provocar queda de pressão, tontura e desmaio. Se a pessoa já tiver uma doença coronariana importante, pode levar a um infarto do miocárdio. Alguns dos sintomas da dilatação dos vasos são:
- Queda de pressão
- Sensação de fraqueza
- Visão escurecida ao se levantar rapidamente
Os hábitos também são afetados no verão. Exercícios físicos, por exemplo, devem ser realizados em horários de menor incidência solar, ou seja, no início da manhã ou no final do dia.
Para além da estética
No calor, os desconfortos não são apenas estéticos, mas envolvem também fortes dores, inchaço e a sensação de cansaço, sobretudo ao final de um longo dia. Indivíduos com mais de 60 anos são os mais afetados, com cerca de 70% apresentando varizes. O calor dificulta a regulação da temperatura e do fluxo sanguíneo nesse grupo, provocando queixas de mal-estar, tontura, dores nas pernas e quedas.
A recomendação médica, principalmente para os grupos de risco, como aqueles com predisposição genética ou hábitos inadequados, como tabagismo e consumo de álcool, é realizar consultas periódicas para evitar o agravamento de doenças pré-existentes.
As orientações médicas podem incluir o uso de medicamentos ou meias de compressão, muito utilizadas por quem tem varizes, insuficiência venosa ou realiza longos deslocamentos, pois favorecem a circulação sanguínea. Embora as meias sejam consideradas incômodas no calor, fazem parte do tratamento e não devem ser negligenciadas.
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Vale destacar que o calor não provoca varizes, mas aumenta o desconforto nas pernas de quem já tem a condição.
Verão = viagem
Quem pretende viajar e passará um longo período em deslocamento dentro de um transporte também deve ter atenção. Além do uso de meias – indicadas pelo médico –, é recomendável optar por roupas leves e folgadas, sapatos confortáveis e, sempre que possível, levantar-se para se esticar e movimentar.
“Hoje, existem meias que não esquentam tanto e não causam tanto desconforto. Fazer atividades físicas também ajuda: o simples movimento de uma caminhada melhora o retorno venoso e previne complicações”, recomenda Josualdo.
Além da hidratação, é importante lembrar da proteção da pele. Usar protetor solar é essencial, pois a exposição ao sol aumenta o risco de lesões na pele, como câncer. Quem vai realizar atividades ao ar livre deve evitar horários de sol intenso para prevenir insolação e outros problemas.
Outro alerta é para pacientes com trombose venosa, uma condição que pode ser agravada em viagens longas. “Se você vai viajar de carro ou ônibus, é ideal parar a cada duas horas para se movimentar um pouco. No avião, andar pode ser difícil, mas movimentar as pernas já ajuda”, explica o especialista.
Dependendo do caso, o uso de medicamentos específicos pode ser necessário para garantir uma viagem tranquila e evitar surpresas ao chegar ao destino.
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