Próximo voo com deportados dos EUA chega a Fortaleza neste sábado (21/6)
A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo divulgou, nesta quarta (18/6), o novo formato de acolhimento
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Siga noUm novo formato de acolhimento de brasileiros deportados dos Estados Unidos foi anunciado nesta quarta-feira (18/6). A informação foi confirmada pela ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Macaé Evaristo, em Belo Horizonte. O comunicado trata das operações de acolhimento, já que o próximo voo com repatriados chega neste sábado (21/6), em Fortaleza. O destino final dos brasileiros só será informado após o processo de triagem, conforme informado pelo ministério.
A logística de recepção será organizada pelo MDHC em parceria com outros ministérios e com a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e os governos dos estados do Ceará e Minas Gerais.
O anúncio da ministra inclui a atualização do fluxo de repatriados em território nacional, que não contará mais com o apoio dos voos da Força Aérea Brasileira (FAB). Segundo ela, a atual estrutura de acolhimento será mantida, assim como o Posto Humanizado no aeroporto de Confins para atender aos repatriados.
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Quando chegarem, os repatriados serão recebidos por uma estrutura de acolhimento que inclui alimentação, kits de higiene e apoio psicossocial. Além disso, nesse atendimento, as pessoas que precisarem são encaminhadas para outros órgãos, como a Defensoria Pública da União (DPU), o Ministério das Relações Exteriores, o Sistema Único de Saúde (SUS). Em casos de acolhimento especializado, destinados a PCDs, população LGBTQIA+ e idosos, os atendimentos são direcionados dentro do próprio MDHC.
Cada indivíduo será acolhido pela equipe do governo federal, que vai realizar a triagem e a destinação final dos brasileiros em voos comerciais e transportes rodoviários com apoio da ANTT e de empresas parceiras. Segundo o órgão, só é possível saber o número de deportados na noite anterior ao voo. Além disso, o destino após o pouso em Fortaleza, depende do processo de triagem, que ocorre após a chegada.
O Brasil recebeu 892 pessoas repatriadas em dez operações. O primeiro voo depois da posse do presidente Donald Trump ocorreu em em 25 de janeiro, com 158 passageiros e teve como destino a capital mineira. A aeronave fez um pouso técnico em Manaus e seguiu para Confins. Os brasileiros chegaram ao país acorrentados e algemados.
Já o segundo ocorreu no dia 7 de fevereiro, depois em 21 de fevereiro, 15 e 28 de março, 11 e 25 de abril, 9 e 24 de maio e 7 de junho sob a coordenação de diferentes órgãos federais.
Minas Gerais foi o estado que mais recebeu repatriados, seguido de Rondônia, São Paulo, Goiás e Pará. Grande parte dos indivíduos morou por períodos curtos nos Estados Unidos, especialmente nos estados de Massachusetts, Texas, Flórida e Nova Jersey — regiões que concentram grupos de brasileiros migrantes.
Perfil dos repatriados
Conforme divulgado pelo MDHC, a maioria dos repatriados que chegaram ao Brasil, eram homens, com idades entre 18 e 39 anos.
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No retorno, eles expressaram o desejo de se reinserir no país, entrar no mercado de trabalho ou voltar a estudar. Mais de 80% das pessoas trabalhavam mais de oito horas por dia em contextos muitas vezes precários.
Maus-tratos em voo
Em fevereiro, os imigrantes deportados que chegaram a Confins, em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB), relataram abusos e comportamento violento de autoridades norte-americanas em voo anterior fretado pelo governo dos EUA, que saiu da Luisiana e pousou em Fortaleza.
Segundo relatos, os brasileiros viajaram com algemas nos pés e nas mãos. Os deportados ainda relataram falta de ar e pessoas passando mal, inclusive mulheres e crianças, além de dificuldades na permissão para ir ao banheiro e conseguir se alimentar ou beber água.
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Além disso, houve uma tensão na aeronave devido ao fato de que, segundo os brasileiros, houve agressões por parte dos agentes americanos durante o voo de repatriação.