NORTE DE MINAS

Diagnóstico equivocado pode ter deixado poodle Chimbinha cego e sem pata

O cachorro, que vive em Montes Claros com sua tutora, passou por cirurgias para retiradas de tumores não autorizadas pela tutora no último ano

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Chimbinha, um cachorro da raça poodle, de aproximadamente 9 anos, teve uma das patas amputadas e ficou cego após um suposto erro veterinário. Há quase um ano, seus tutores aguarda uma reparação pelo ocorrido na Justiça de Minas Gerais. A defesa de Isabel Leandra afirma que o animal passou por procedimentos desnecessários e não autorizados, além de um diagnóstico equivocado de câncer. 

Em maio de 2024, Chimbinha, que vive em Montes Claros, no Norte de Minas, foi levado pela sua tutora ao hospital veterinário da cidade, após o cão ter pulado na cama e começado a mancar.

Durante a consulta, o médico veterinário teria identificado alguns nódulos no corpo do cachorro, um debaixo da pata esquerda e outro no peito, logo abaixo do pescoço. Após alguns dias, os resultados dos exames foram apresentados à tutora e o médico informou que Chimbinha tinha um câncer agressivo e seria necessário buscar um especialista em oncologia. 

O cão passou por outra consulta em que o especialista sugeriu um procedimento chamado “criocirurgia”, justificando que tal procedimento impediria que o câncer voltasse e se espalhasse pelo corpo do animal. A intervenção seria realizada apenas debaixo da pata esquerda.

O poodle Chimbinha antes das cirurgias
O poodle Chimbinha antes das cirurgias Divulgação / Isabel Leandra

A piora de Chimbinha 

A advogada Kelly Bianchini, porta-voz da tutora do animal, explica que, após o procedimento, Chimbinha apresentava um “corte enorme no pescoço”, seu olho direito não abria, a coxa esquerda e debaixo de uma das patas dianteiras apresentavam muitos pontos, e a pata traseira esquerda estava inchada.

Segundo a advogada, os médicos veterinários alegaram à tutora que “precisaram realizar alguns procedimentos para salvar Chimbinha, já que tinha vários nódulos de câncer pelo corpo”. 

Ela ainda relata que, ao longo dos dias, o cão piorou, sofrendo com dores. Após uma semana, Isabel recebeu o resultado de uma biópsia de Chimbinha, que constava a retirada de quatro nódulos. Segundo a defesa da mulher, a tutora teria autorizado a retirada de apenas dois nódulos e que “todos os nódulos eram de gordura, não havendo, então, câncer no animal conforme havia sido erroneamente diagnosticado”, diz a advogada.

Isabel levou Chimbinha a Belo Horizonte, em busca de um maior auxílio. “A população precisa ser alertada a sempre ouvir uma segunda, terceira opinião antes de submeter seus pets a qualquer tipo de cirurgia. Eu infelizmente confiei, não tive essa orientação e hoje meu filho está cego e aleijado, com vários problemas e eu estou destruída psicologicamente e financeiramente. Agora estou endividada, com depressão e saúde acabada. Chimbinha nunca foi um 'animal/cachorro', ele é meu filho amado e por ele vou lutar até meu último suspiro", relata a tutora.

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Mesmo com a procura de ajuda na capital, a pata esquerda do animal teve que ser amputada, além do cão ter perdido a visão do seu olho direito.

“Com relação ao olho, Chimbinha tinha uma verruga na cabeça e, também sem autorização da tutora, os veterinários do hospital realizaram procedimento que supostamente deu causa à necrose na região frontal temporal, com perda da pálpebra superior e lesão em 50% da área da córnea. Para tratamento dessa ferida foi necessário submeter Chimbinha a uma enucleação do globo ocular direito, conforme relatório e laudo médico veterinário emitido em 02/06/2024, por profissional em Belo Horizonte”, destaca a advogada. 

A clínica foi procurada pela reportagem, mas os responsáveis não foram localizados. O espaço segue aberto.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice

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