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CENTRO-OESTE

Com greve de ônibus, usuários buscam alternativas em Divinópolis

Prefeitura afirma que paralisação é ilegal e aciona a Justiça. Motoristas reivindicam adoção de piso salarial de R$ 4 mil

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A greve dos funcionários do transporte público de Divinópolis, no Centro-Oeste mineiro, iniciada na manhã desta segunda-feira (10/3), gerou transtornos para a população. A paralisação, confirmada em assembleia na madrugada de hoje, atinge 100% do serviço, deixando a cidade sem ônibus. A principal reivindicação da categoria é a adoção de um piso salarial de R$ 4 mil.

A suspensão temporária da greve havia sido anunciada na última sexta-feira (7/3) após uma reunião entre o prefeito Gleidson Azevedo (Novo), representantes do consórcio TransOeste e do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Divinópolis (Sinttrodiv).

Na ocasião, foi apresentada uma proposta de reajuste salarial de 15%, o que representaria um ganho real de quase 10%, considerando a inflação acumulada de 4,77%. No entanto, ainda na madrugada desta segunda, os trabalhadores decidiram manter a paralisação, pegando de surpresa tanto a administração municipal quanto os usuários do transporte público.

"O sindicato tinha convocado assembleia para hoje às 9h e às 15h, mas essa proposta foi divulgada no grupo dos trabalhadores e eles, por sua vez, rejeitaram a proposta, eles não concordaram e comunicaram ao sindicato que iriam parar hoje, às 2h", esclarece o presidente do Sinttrodiv, Erivaldo Adami.

Em nota, a Prefeitura de Divinópolis, por meio da Secretaria de Trânsito, Transporte e Segurança Pública (Settrans) afirmou ter sido surpreendida pela paralisação total do serviço.

"Reconhecemos o direito dos motoristas de reivindicar melhores condições de trabalho. No entanto, na reunião realizada na última sexta-feira, a Diretoria do sindicato afirmou que não haveria paralisação nesta data e que uma nova assembleia seria realizada para apresentar a proposta aos trabalhadores", declarou a administração municipal.

A prefeitura também informou que o presidente do Sinttrodiv chegou a gravar um vídeo ao lado do prefeito anunciando a suspensão temporária da greve. Diante do descumprimento do acordo, o município acionou a Justiça nesta segunda-feira (10/3) com um pedido de liminar para o retorno imediato do transporte público, alegando que a paralisação é ilegal por não manter 30% do serviço operando, como determina a legislação para serviços essenciais.

"Estamos fazendo a notificação do consórcio, de todas as linhas que não rodaram hoje para aplicar a punição que o contrato prevê, que é de multa. Estamos também estudando a viabilidade, se teria possibilidade de um decreto ou projeto de lei para o transporte alternativo", explicou o assessor especial do gabinete do prefeito, Fernando Henrique Costa de Oliveira.

Greve altera rotina dos trabalhadores

A ausência total de ônibus nas ruas afetou diretamente a rotina de quem vive ou trabalha em Divinópolis. Muitos trabalhadores tiveram que buscar alternativas como caronas, aplicativos de transporte e até mesmo percursos a pé. No entanto, as tarifas dos transportes por aplicativo dispararam devido à alta demanda e a espera por um veículo ultrapassou 40 minutos em alguns pontos da cidade.

Maria Aparecida da Silva, de 53 anos, auxiliar de serviços gerais e moradora do Bairro São José, relatou a dificuldade que enfrentou para chegar ao trabalho. "Saí de casa às 5h30 e fui para o ponto de ônibus. Quando vi que não tinha nenhum circulando, tentei um Uber, mas o preço estava absurdo e mesmo assim demorava muito. Acabei indo a pé até o Centro", contou.

João Carlos Oliveira, vendedor em um shopping popular na região central, também precisou improvisar. "Sem ônibus, tive que pedir carona com um amigo. Ajudei na gasolina, não tive escolha. Agora é torcer para que resolvam tudo", disse.

Já Thais Rodrigues Silva de Almeida Ramos, de 29 anos, moradora do Bairro Vila Romana, não conseguiu sequer ir ao trabalho. Ela precisa pegar dois ônibus para chegar à empresa de fundição onde trabalha, no Centro Industrial, mas ficou sem opções.

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"O Uber estava muito caro, entre R$ 65 e R$ 70, praticamente o valor de um dia de trabalho. Acabei faltando e agora fico preocupada se vão descontar do meu salário", lamentou.

O consórcio TransOeste informou que, por enquanto, não irá se posicionar sobre o assunto.

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