COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR

Por que shoppings agora investem mais em comida do que em lojas?

Entenda a estratégia por trás da transformação dos shoppings em centros de experiência gastronômica para competir com o crescimento do e-commerce

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A recente aposta em complexos gastronômicos sofisticados dentro dos shoppings brasileiros não é um caso isolado, mas um reflexo claro da transformação que redefine o varejo no país. 

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O que antes era um espaço voltado quase exclusivamente às compras agora se reinventa para competir com a conveniência do e-commerce, e usa a comida como principal isca para atrair o público.

A lógica é simples: enquanto um produto pode ser adquirido com poucos cliques, a experiência de uma refeição em um ambiente agradável e bem projetado não pode ser replicada online. 

Os centros comerciais entenderam que precisam oferecer motivos para que as pessoas saiam de casa, e a gastronomia se tornou a âncora dessa nova estratégia. Assim, a alimentação deixou de ser apenas um serviço de apoio e passou a ocupar o centro da experiência de lazer e convivência.

Segundo dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o setor movimentou cerca de R$ 198,4 bilhões em 2024, registrando alta de 1,9% em relação a 2023 - crescimento menor que o do PIB brasileiro, que deve superar 3%.

Ainda assim, o número mostra a resiliência do modelo, que atrai mais de 400 milhões de visitantes por ano. A meta dos empreendimentos, segundo a Abrasce, é clara: transformar os shoppings em destinos de lazer, onde a compra é uma consequência da visita, e não o motivo principal.

De praças de alimentação a polos gastronômicos

A transformação é visível tanto na arquitetura quanto na curadoria de marcas. As tradicionais praças de alimentação, marcadas por redes de fast-food e espaços funcionais, estão dando lugar a boulevards gastronômicos, com ambientes abertos, áreas verdes e restaurantes assinados por chefs renomados.

De acordo com o Censo Abrasce 2024-2025, o segmento de alimentação representava 19,1% do número de lojas no ano passado. Em 2023, essa fatia era de 17,5%. Já o setor de conveniência e serviços cresceu de 9,8% para 10,4%, enquanto lazer e entretenimento passaram de 2,2% para 2,4%. 

Atualmente, 95% dos shoppings contam com praça de alimentação, 82% têm operações gastronômicas distribuídas pelos corredores e 31% já investem em boulevards dedicados à alta gastronomia.

O mix de opções também mudou. Agora é comum encontrar bares com drinks autorais, cafés especiais e empórios gourmet, além de restaurantes que atendem a diferentes momentos do dia - do almoço de negócios ao jantar em família.

 

Belo Horizonte adota o novo modelo

Na capital mineira, o movimento ganha força com empreendimentos que apostam na experiência gastronômica como diferencial competitivo.

O recém inaugurado Botânico Shopping, foi projetado com o propósito de unir gastronomia, lazer e contato com a natureza. Localizado no bairro Belvedere, região Centro-Sul, o empreendimento reúne restaurantes de alto padrão, espaços abertos e ambientação inspirada em parques urbanos.

A proposta é oferecer uma experiência de consumo pautada pelo bem-estar e pela convivência,  uma tendência que aproxima o shopping de um parque gastronômico.

Botânico Shopping abrange restaurantes para todos os gostos e necessidades
Botânico Shopping abrange restaurantes para todos os gostos e necessidades Jair Amaral/EM/D.A Press

O BH Shopping, também no Belvedere, reforça essa nova visão. Com mais de 40 anos de história, o centro comercial passou por um processo de modernização e hoje abriga um dos rooftops mais sofisticados da cidade, com restaurantes como Ninneto, Pobre Juan e Cozinha de Fogo Wäls.

O projeto prioriza experiências completas, com vista panorâmica e ambientes voltados para o convívio social.

Já o Shopping Del Rey, na região da Pampulha, inaugurou recentemente seu primeiro espaço ao ar livre, que conecta gastronomia, lazer e natureza em um mesmo ambiente. O local conta com jardins, playground, fonte interativa, mobiliário de descanso e espaços “instagramáveis”. 

A área recebe grandes marcas como Coco Bambu, Madero, Jerônimo, Cozinha de Fogo Wäls e Outback Steakhouse, reforçando a ideia de que comer fora se tornou uma das principais formas de entretenimento urbano.

Estratégia de permanência e convivência

Mais do que atrair público, a estratégia busca aumentar o tempo de permanência dentro dos shoppings. Um visitante que vai para um almoço ou jantar pode acabar passeando pelos corredores, olhando vitrines e realizando compras por impulso - movimento que beneficia todo o ecossistema de lojistas.

Além disso, a mudança nos hábitos de consumo também ajuda a explicar essa virada. O avanço do home office e o comportamento da geração Z, que valoriza experiências coletivas e ambientes instagramáveis, estão entre os fatores que estimulam a busca por espaços multifuncionais, que misturam gastronomia, lazer e bem-estar.

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Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.

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