
Homenageada na Mostra de Tiradentes, Bruna Linzmeyer fala sobre projetos
Atriz aproveita mostra para passear por Tiradentes e atender fãs
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Siga noAtriz homenageada da 28ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes, Bruna Linzmeyer está plenamente integrada ao cotidiano da cidade histórica mineira nestes dias de realização do festival, que vai até o próximo sábado (1º/2). Passeia pelas ruas e praças, conversa e tira fotos com as pessoas e dia sim, dia não, marca presença em algum dos muitos eventos que lhe prestam tributo, como a Mostra Homenagem, que exibe, ao longo do período de realização do evento, oito filmes em que atua.
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Nesse sábado (25/1), ela esteve no centro do debate "O percurso da atriz Bruna Linzmeyer", ao lado das cineastas Mayara Santana e Clari Ribeiro, que a dirigiu no curta "Se eu tô aqui é por mistério". A conversa girou em torno de seu percurso artístico, desde que saiu de sua cidade natal, Corupá, no interior de Santa Catarina, aos 16 anos, para tentar a carreira de modelo e estudar teatro em São Paulo.
O texto de apresentação da homenagem à atriz destaca que, diferente de outras gerações em que o cinema e televisão, mundos diferentes, se sucediam um ao outro na carreira de atores e atrizes, a de Bruna pertence a esses dois mundos concomitantemente. Ela é tanto uma figura popular da televisão quanto uma artista que trafega por diferentes projetos de cinema, aportando mais recentemente no jovem cinema independente brasileiro.
Aponta ainda que, para além dos longas, sua filmografia chama a atenção por uma substantiva presença de filmes de curta-metragem, coisa rara para uma atriz já consagrada. Ela atuou em "Alfazema", de Sabrina Fidalgo (2019), "Uma paciência selvagem me trouxe até aqui", de Eri Sarmet (2021, eleito melhor curta da Mostra Foco da 25ª Mostra de Cinema de Tiradentes) e "Se eu tô aqui é por mistério", de Clari Ribeiro (2024, selecionado para a 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes).
Em entrevista ao Estado de Minas, Bruna fala dos pilares que sustentam suas escolhas no que diz respeito a embarcar ou não em projetos audiovisuais para os quais é convidada. "A primeira coisa é a personagem, que tem que ser instigante, diferente do que eu já fiz, com elementos novos, porque sou uma atriz que gosta de pesquisa, de construção", diz. Ela destaca que também é importante ter clareza do que o filme quer "contar para o mundo".
"Outro pilar tão importante quanto esses dois primeiros são as pessoas com quem vou trabalhar. Tem que ser gente que eu admiro ou afetos que fui construindo ao longo da carreira, por meio de outros filmes; gente que me faz pensar a vida", diz. Coordenadora geral da Mostra de Cinema de Tiradentes, Raquel Hallak diz que Bruna foi a escolhida para a homenagem desta 28ª edição por carregar a marca do papel do ator na contemporaneidade, que não se restringe mais à mera representação do personagem.
A atriz destaca que, a seu ver, o mais importante do papel do autor é o entendimento do ofício, algo que se faz manualmente e cotidianamente, com um olhar curioso para o mundo e para as pessoas. "A pesquisa para um personagem não é só na pré-produção; é a pesquisa de uma vida, de como me relaciono. A coisa mais preciosa nesse trabalho de atuação é a relação, porque é um trabalho de investigação do outro e de si mesmo, da forma como meu corpo reage, do que me atravessa e do que me emociona", diz.
Ela aponta que essa percepção diligente de si e do entorno é o que lhe dá repertório para a construção dos personagens. "Acredito num trabalho que seja criativo, para além da simples atuação. Somos autores da cena enquanto a estamos fazendo. Isso não é só interpretação, porque não se limita ao tempo de duração da cena", ressalta. No momento, Bruna está com alguns novos trabalhos no prelo e outros que começam a engrenar.
Nos próximos meses, o público poderá conferir seu trabalho na série "Máscaras de oxigênio não cairão automaticamente", que Marcelo Gomes e Carol Minêm dirigiram para o canal Max, e no longa "Bate e volta Copacabana", de Juliana Antunes. "Também estou no primeiro longa de ficção da Cíntia Domit Bittar, 'Virtuosas', que é um terror feminista que vamos começar a rodar este ano e também filmo, agora em fevereiro, o primeiro trabalho de ficção da Mayara Santana, de Recife", diz.
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Ela acrescenta que também vai, pela primeira vez, estar não só à frente como também atrás das câmeras. "Estou escrevendo meu primeiro longa de ficção, em que vou atuar e dirigir. Tem sido um processo bem intenso, mas isso é mais para frente, por enquanto estou só na fase do roteiro", adianta.