Música

Humberto Gessinger faz shows em BH com sucessos do Engenheiros do Hawaii

Gaúcho se apresenta no fim de semana no BeFly, com ingressos esgotados, para comemorar seus 40 anos de carreira. Ele volta a descartar o retorno da banda

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Humberto Gessinger nunca foi muito ligado a efemérides. “Acho que é pelo fato de meu aniversário ser em 24 de dezembro, data que sempre passou – e vai passar – batida por causa do Natal, né?”, brinca o músico, de 61 anos.

Porém, o cantor e compositor gaúcho se lembra com clareza da primeira vez que subiu ao palco, em 11 de janeiro de 1985. “Era um show despretensioso na Faculdade de Arquitetura”, conta, referindo-se à escola vinculada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.


“Era a estreia do Rock in Rio e todo mundo só falava disso. Então, para divulgar o show, a gente brincou que faria algo muito maior.”

Passadas quatro décadas, Gessinger cedeu à efeméride. Montou a turnê “Acústicos Engenheiros do Hawaii”, que celebra seus 40 anos de carreira e 20 anos de lançamento do álbum “Acústico Engenheiros do Hawaii”. De quebra, incorporou ao repertório canções de outro disco desplugado do Engenheiros, o “Acústico Novos horizontes” (2007), que trazia oito faixas inéditas, além da seleção de hits da banda.


A estreia da nova turnê ocorreu justamente no aniversário de 40 anos de carreira, em 11 de janeiro, em Porto Alegre. No fim de semana, ele desembarca em BH para apresentações, com ingressos já esgotados, nesta sexta e sábado (17 e 18/1), no BeFly Hall. Estará acompanhado pelo violonista e vocalista Felipe Rotta, o baterista Rafa Bisogno (bateria), o baixista Nando Peters e o acordeonista Paulinho Goulart.


“O grande barato (de manter a carreira por tanto tempo) é nunca perder o coração de ouvinte, de fã”, avalia ele. “Poxa, ser fã é um negócio tão generoso. É um talento tão bacana quanto ser músico. É tão bonito a pessoa que dedica algum tempo a escutar uma música, a ler um livro. Tento manter isso em mim.”

MPB e rock progressivo

Com esse “coração de fã”, Gessinger pavimentou sua trajetória, da época do Engenheiros do Hawaii à carreira solo na música. Entusiasta do rock progressivo e da MPB – “Chico, Caetano e Gil, claro!”, diz, mas também Zé Ramalho, Alceu Valença e Belchior, além dos mineiros do Clube da Esquina –, tudo o que ele construiu é resultado do conjunto dessas influências.


“Outro dia, estava no ensaio e comecei a perceber que a maneira como ajeito a correia do violão e o banquinho do piano me lembram músicos de quem sou muito fã, que também fazem isso”, revela. “É claro que tu tens uma chama e uma energia que são tuas, mas ela é alimentada por gente que faz música de maneira generosa e abre os caminhos para ti.”


O repertório do novo show não se limita aos acústicos do Engenheiros. Traz inéditas de Gessinger, como “Sem piada nem textão” e “Paraíbah”, esta última parceria singular com Chico César.


A colaboração nasceu depois de o gaúcho se referir ao colega paraibano em um podcast. Chico ouviu e lhe mandou dois poemas. “Fiz a letra com base nesses dois poemas e mandei para ele, que, no dia seguinte, véspera de Natal do ano passado, me mandou a música pronta”, conta. “A música externa o sonho de um Brasil diverso e generoso, juntando o Sul com o Nordeste”, resume.


No show, releituras de hits do Engenheiros são o mais perto que Gessinger chega da formação original da banda, que passou por diversas configurações. Está descartado o reencontro com o guitarrista Augusto Licks e o baterista Carlos Maltz, aventado pela imprensa depois da turnê dessa dupla apresentando hits do grupo.


“Chico César diz que o amor é revolucionário, mas acho que o amor também é conservador. Quando tu ama, tu quer que as coisas congelem e aquilo dure para sempre, mas não dura”, comenta Gessinger.


“Com meus ídolos que se separaram, também fico nessa curiosidade e expectativa. Mas é diferente para quem está do lado de cá do balcão. O que me deixa meio hesitante em falar sobre isso é que, quando falo do passado, corro o risco de ficar comparando formações diferentes. Isso é muito deselegante”, diz.


Além disso, ele pondera que há a possibilidade de um revival mal-sucedido. “É perigoso tu voltar no tempo e acabar destruindo o que tu construiu. Noto isso com vários artistas que fizeram algum tipo de retorno e depois ficaram menores do que eram”, conclui.


HUMBERTO GESSINGER


Show “Acústicos Engenheiros do Hawaii”. Nesta sexta e sábado (17 e 18/1), às 22h, no BeFly Hall (Av. Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi). Ingressos esgotados.

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