
A jornalista Kaísa Romagnoli controla o celular da filha, Kethelyn, de 13, desde os 8 ano, tanto o tempo de tela quando o acesso de conteúdos e jogos
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Aplicativo de controle
E como tudo foi às claras, Kaísa assegura que Kethelyn entendeu: "A cumplicidade de comunicar à minha filha que o controle é para a sua segurança a fez entender. Sempre procuro instruí-la e ela sabe os riscos da internet hoje em dia, sabe o que pode acontecer."

Psicóloga clínica Cynthia Dias Pinto Coelho lembra que é importante conversar e ouvir os filhos, conhecer os tipos de páginas digitais que eles acessam, saber sobre o seu comportamento
Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press"A convivência familiar foi perdendo espaço para os eletrônicos e o diálogo diminuiu de intensidade e profundidade, com cada um inserido em seu próprio mundo digital. Por causa disso, muitos detalhes que chamariam a atenção no comportamento de uma criança ou adolescente em casa ou no seu círculo de amizade acabam passando despercebidos pelos pais, que só descobrem que algo estava muito errado com o seu filho/a quando uma tragédia como essa acontece."
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De acordo com a psicóloga, diante de comportamentos assim a família deve procurar ajuda profissional do psicólogo e do psiquiatra, para receber as orientações necessárias para o seu manejo e para iniciar um acompanhamento de saúde mental.
Conversar e ouvir os filhos
Dizer 'não' e saber lidar com a frustração
Cynthia conta que são os “nãos” que a criança e o adolescente recebem que irão prepara-lo para lidar com a frustração de forma adequada, resiliente e saudável: "Muitos pais tem sérias dificuldades em colocar limites para seus filhos, achando que ao permitir tudo farão seus filhos mais felizes. Mas pelo contrário, é a colocação do limite que o auxilia a viver de forma equilibrada e sensata, achando outras formas de lidar com uma questão quando se depara com um limite trazido em sua vida hoje e também no futuro, em seu ambiente de trabalho, em suas relações afetivas, em um problema de saúde, dentre outros".No entanto, a psicóloga ressalta que nem todo problema é fruto apenas de questões ligadas à educação recebida: "Crianças e adolescentes também sofrem com psicopatologias e transtornos mentais, que necessitam de tratamento psicológico e psiquiátrico, podendo, inclusive, necessitar do uso de medicação. O diagnóstico adequado e o tratamento correto são fundamentais".
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Recomendações da OMS
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- Crianças de 0 a 2 anos: não devem ter qualquer exposição
- Crianças de 2 a 6 anos: 1 hora por dia
- Crianças de 6 a 10 anos: 2 horas por dia
- Crianças acima dos 11 anos: até 3 horas por dia
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