crianças brincando

Brincar fora das telas estimula a criatividade e imaginação. Se isso ocorre em espaços coletivos, promovem a socialização e a chance de desenvolver empatia, trabalho em equipe, resolução de conflitos e comunicação

Andrii Rakov/Freepik


Com os avanços das novas tecnologias, tablets, smartphones e computadores são parte integrante da infância moderna. Embora jogos e vídeos com visuais e sons envolventes possam oferecer algum aprendizado e entretenimento, tornam-se prejudiciais quando deixam de ser apenas ferramentas de apoio. Brincar vai muito além de uma tela, é um convite ao mundo real e nos prepara para a vida.

Segundo o psicólogo Lev Vygotsky (1896-1934), o ato de brincar é a atividade que melhor permite o desenvolvimento da inteligência e da personalidade da criança, isto é, as funções psíquicas superiores, como a atenção, a memória, a linguagem, o pensamento e as ideias e sentimentos morais. Para além do crescimento individual, as brincadeiras proporcionam oportunidades valiosas para a construção de habilidades sociais.


“Brincar fora das telas estimula a criatividade e imaginação. Se isso ocorre em espaços coletivos, promovem a socialização e a chance de desenvolver empatia, trabalho em equipe, resolução de conflitos e comunicação. Encoraja as crianças a explorarem sua curiosidade natural e a se conectarem mais profundamente com o mundo ao seu redor”, comenta Gabriela Leão, proprietária da Aloha Festas Divertidas, que participa da Casacor Brasília com uma brinquedoteca funcional.

De acordo com ela, em brinquedoteca é possível que as crianças explorem sua imaginação e desenvolvam sua criatividade. No caso da Aloha, os cenários, especialmente criados para os pequenos, replicam ambientes do dia-a-dia, estimulando a curiosidade das crianças. Gabriela destaca que as oficinas proporcionam um contexto enriquecedor, aprimorando ainda mais a experiência oferecida. “A oficina de jardinagem, por exemplo, além da experiência sensorial e o contato com a natureza, a criança também aprende sobre alimentação saudável”, pontua.

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A psicóloga Lana Caetano esclarece que as atividades lúdicas podem atuar como um meio de aliviar emoções e contribuir para o desenvolvimento da autonomia. “Brincar também é uma válvula de escape onde a criança pode elaborar questões psicológicas. A recreação apresenta situações em que ela terá autonomia de escolher os riscos que quer correr, gerenciá-los e a aprender com eles. Assim, será um adulto mais confiante e resiliente, capaz de lidar com as adversidades da vida”, explica Lana.

As brincadeiras vão além do mero entretenimento, são tão importantes no desenvolvimento saudável de um indivíduo que são citadas na Declaração Universal dos Direitos das Crianças. O documento lembra que é papel da sociedade e das autoridades públicas assegurar o exercício desse direito.