Temporada de Casamento às Cegas Brasil

Terceira temporada de Casamento às Cegas Brasil

Reprodução/Instagram

Para a construção de um relacionamento saudável e duradouro é importante que além do amor, existam outras condições, como o respeito, a confiança e a segurança. Porém, como em toda relação, muitas vezes a insegurança toma conta, causando desgastes desnecessários que acabam por ocasionar em crises entre os casais. Recentemente, foram ao ar na Netflix os episódios finais da terceira temporada de Casamento às Cegas, reality show que consiste em um experimento que busca formar casais sem focar na aparência física, em que a relação começa por meio da comunicação à distância sendo separados por uma parede. Os casais se encontram pela primeira vez somente após firmar um compromisso. A versão brasileira do programa fez sucesso entre os internautas e trouxe à tona diversas questões e debates na internet, principalmente sobre como as diferenças e falta de inteligência emocional podem impactar dentro de um relacionamento.

"A inteligência emocional nada mais é que reconhecer, gerenciar e compreender tanto as nossas emoções, quanto a dos outros. É aprender a lidar com as emoções de uma forma mais saudável, controlar impulsos e ter a habilidade de contornar os problemas de forma mais efetiva", explica a especialista em mindset Thais Galassi. "Analisando o reality conseguimos mensurar a importância de discussões levantadas pelos participantes que acontecem na vida real. Assim, é possível ver de fora como as relações poderiam ser melhor aproveitadas ao adquirir as ferramentas emocionais certas e investir no autoconhecimento", complementa.

Assim como nos casamentos que acontecem fora do reality, dentro do programa, situações como ciúmes, desconfianças e brigas banais afetam os casais e tornam o ambiente desfavorável para as relações, como foi o caso do casal Ágata e Renan, em uma das cenas expostas pela transmissão, em que a noiva se sentiu desconfortável ao encontrar recado de uma ex-namorada do parceiro em um quadro no quarto do antigo solteiro cobiçado. A situação despertou insegurança por parte da parceira, que passou a cobrar certas explicações e profundidade no relacionamento.

Thais Galassi lista os principais pilares da inteligência emocional e como usá-los dentro de um relacionamento:

Autoconsciência

É a capacidade de reconhecer e compreender as emoções, identificando os sentimentos no momento que as coisas acontecem, principalmente nos desafios. "É nesse momento que ficamos cientes das nossas forças, das nossas fraquezas, dos nossos valores, das nossas necessidades emocionais. A autoconsciência é a base da inteligência emocional, como um raio-x interno, para que cada pessoa comece a entender como ela funciona e se relaciona com as outras pessoas, melhorando a qualidade de vida, a comunicação e a tomada de decisões", comenta a mentora. "É o momento em que os casais do reality show começam a viver juntos e se conhecer, além de conhecer o outro".

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Autogerenciamento

É a habilidade de lidar com as emoções de forma mais saudável, controlando impulsos, gerenciando o estresse, se adaptando a mudanças e desenvolvendo habilidades como o otimismo, a motivação e a auto resiliência. "Neste pilar a pessoa vai utilizar técnicas de relaxamento e de respiração, como meditação, para ajudar a controlar o estresse e regular as emoções", pontua, Galassi. A especialista também dá ênfase na importância do autocontrole para aprender a lidar melhor com os problemas e desafios. "Antes de reagir impulsivamente às situações emocionais, é ideal respirar e pensar antes de responder e gerar um descontrole na situação", ressalta. O casal Maria e Menandro, por exemplo, teve uma discussão em um dos episódios. O parceiro, para não perder a razão, decidiu tomar um banho e respirar, respeitando o espaço de ambos para que as informações fossem processadas e o autocontrole restabelecido.

Consciência social

Compreender e reconhecer as emoções do outro é fundamental. "Quando se tem essa consciência, significa que desenvolveu a capacidade de empatia, de se colocar no lugar do outro e compreender suas perspectivas e sentimentos, além de perceber e interpretar as pistas emocionais não verbais, como as expressões faciais e a linguagem corporal", discorre a instrutora de inteligência emocional. Ser empático traz inúmeros benefícios ao relacionamento. "Principalmente para aprender a lidar com os sentimentos da outra pessoa sem julgá-la e reconhecer que somos seres humanos imperfeitos", acrescenta Galassi.

Habilidade de relacionamento

Aqui se dá a capacidade de estabelecer relacionamentos saudáveis e satisfatórios com as outras pessoas, se comunicando de uma forma melhor para resolver conflitos de maneira mais construtiva. "A partir do momento que praticamos a comunicação eficaz, quando nos expressamos de uma forma clara, assertiva e respeitosa, acabamos desenvolvendo habilidades para resolver os problemas e conseguimos buscar soluções mais satisfatórias, tanto para nós quanto para o nosso parceiro", comenta Thais. A especialista também explica sobre a importância da resolução de conflitos construtivos. "Desentendimentos em relacionamentos são inevitáveis, sempre irão existir as divergências, mas a ideia da inteligência emocional é ajudar a lidar com isso de uma maneira mais saudável, liberando os sentimentos de tensão e raiva e trazendo o equilíbrio, mostrando nossas necessidades aos parceiros sem reagir de uma forma agressiva", conta.

Ao fim desta edição, todos os casais de Casamento às Cegas encontraram o caminho da inteligência emocional e selaram a união matrimonial. A inteligência emocional também abre portas para a construção da intimidade e confiança, muitas vezes perdidas em casais que já tiveram um passado mais turbulento.

"A vulnerabilidade é necessária para construir intimidade. Quando temos um relacionamento a dois isso é muito importante. As pessoas muitas vezes têm medo de demonstrar a esse lado, mas é isso que vai trazer a conexão e a confiança para o relacionamento, além de criar um vínculo mais afetivo", aponta Thais.