Zema, Simões, Cleitinho e deputados recebem diplomas por vitórias nas urnas
Com protesto contra a venda do metrô de BH do lado de fora, vencedores da eleição mineira deste ano tiveram os triunfos ratificados pela Justiça Eleitoral
O governador mineiro, Romeu Zema (Novo), e o vice-governador eleito, Mateus Simões (Novo), receberam, nesta segunda-feira (19/12), os diplomas que ratificam a vitória nas urnas, em 2 de outubro. A cerimônia de entrega dos certificados, organizada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), contemplou, ainda, o senador eleito Cleitinho Azevedo (venceu pelo PSC, mas se mudou para o Republicanos) e os dois suplentes dele, bem como 49 dos 53 representantes de Minas Gerais na Câmara dos Deputados e 74 dos 77 novos integrantes da Assembleia Legislativa. A solenidade encerrou o processo eleitoral no estado.
Zema foi o primeiro a ser diplomado na cerimônia, ocorrida na Sala Minas Gerais, sede da Orquestra Filarmônica estadual, em Belo Horizonte. Depois, Simões recebeu o documento. A diplomação de Cleitinho e seus reservas - Alex Diniz e Wander de Sousa - marcou a segunda parte do evento. Do lado de fora, houve protesto contra a privatização do metrô da capital mineira.
Em outro momento, os deputados federais eleitos foram chamados ao palco e, em ordem alfabética, receberam os diplomas. Por fim, os parlamentares estaduais da nova composição da Assembleia tiveram os triunfos eleitorais reconhecidos. (Leia, no fim deste texto, a relação de deputados federais e estaduais eleitos por Minas).
Nomes de peso, os deputados federais André Janones (Avante) e Aécio Neves (PSDB) não compareceram. Luis Tibé (Avante) e o ex-jogador de vôlei Maurício Souza (PL) também não participaram. Ana Pimentel (PT), eleita para o primeiro mandato em Brasília (DF), não pôde ser diplomada por estar com suspeita de COVID-19.
Entre os deputados estaduais, duas baixas se explicam pelos trabalhos relativos à Copa do Mundo do Catar: Mário Henrique Caixa (PV) e João Vítor Xavier (Cidadania) conciliam as atividades legislativas com os trabalhos à frente dos microfones da Rádio Itatiaia e, até ontem, estavam no país asiático para a cobertura jornalística do torneio vencido pela Argentina. Ausente, ainda, Gustavo Santana (PL).
A formalidade que marcou a cerimônia foi deixada de lado durante alguns instantes, quando o deputado estadual Sargento Rodrigues (PL) colocou, à frente do diploma que recebeu, um cartaz com a frase “Bolsonaro, nosso legítimo presidente”, em menção a Jair Bolsonaro (PL). Em resposta, houve gritos a favor de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com direito a uma placa levantada na plateia a favor do petista.
A posse de Zema para o segundo mandato à frente do estado ocorre em 1° de janeiro. Mateus Simões será elevado ao posto de vice-governador na mesma data, em substituição a Paulo Brant (PSDB). Cleitinho e os deputados federais e estaduais assumem os cargos em 1° de fevereiro.
A trilha sonora da cerimônia ficou por conta do Quarteto de Cordas da Orquestra Sinfônica da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).
Zema foi o único dos diplomados a falar durante o evento. Ele disse estar imerso e envolvido em sentimentos como “responsabilidade” e “gratidão”. O governador pediu, ainda, vigilância contra potenciais "abusos autocráticos".
“Chego com a experiência de quem enfrentou, na prática, o que é chefiar um estado do tamanho de Minas Gerais”, garantiu.
“A diplomação é o reconhecimento de que cumprimos o dever de transparência e isonomia, para disputar uma eleição limpa, seguindo todas as regras estipuladas pela legislação e sem causar desequilíbrio aos demais candidatos”, emendou, ressaltando o fato de a diplomação ser o ato que reconhece, formalmente, o resultado expresso pela população nas urnas.
O desembargador Maurício Soares, presidente do TRE-MG, comemorou o trabalho desempenhado pela corte ao longo do período eleitoral. “A Justiça Eleitoral trabalhou duro para garantir que a votação ocorresse de forma segura e transparente”, assinalou. “Mais do que uma simples solenidade, é uma cerimônia que celebra a vitória do princípio democrático”.
O governador Romeu Zema e seu vice, Mateus Simões, recebem os diplomas após vencerem eleição pelo governo de Minas no 1º turno (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Megafone e faixas contra a venda do metrô
Do lado de fora da Sala Minas Gerais, trabalhadores do metrô belo-horizontino protestaram contra a privatização das linhas do trem urbano. O leilão, marcado para o próximo dia 22, na Bolsa de Valores de São Paulo, é visto pelo governo Zema e pela atual administração federal como saída para modernizar o modal e tirar do papel a linha 2, prevista para ligar o bairro Calafate à região do Barreiro.
“É possível fazer a expansão pública do metrô, ao contrário do que o governador tem dito”, criticou, com o auxílio de um megafone, o metroviário Pedro Vieira, da diretoria do Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro-MG). “A privatização não atinge só os trabalhadores do metrô. A população também paga o preço”, bradou o sindicalista.
O PT acionou a Justiça para impedir o leilão, mas não teve a liminar aceita. Mateus Simões, por sua vez, disse manter a crença na venda da linha férrea ainda neste ano. “Sabemos que a transição (para o governo Lula) preferia adiar o processo (de venda do metrô), sim, mas para o belo-horizontino é importante que ele aconteça agora”.
A empresa que arrematar o metrô de BH terá de investir R$ 3,7 bilhões, segundo os termos da concorrência. É daí que vão sair as cifras necessárias para bancar a expansão.
“Nós estamos há 25 anos sem extensão de nenhum metro linear no nosso metrô. Enquanto isso, São Paulo e Salvador avançaram. Está na hora de Minas Gerais também avançar, não só nesse tema, mas também no tema rodoviário. Nossa pauta com o governo federal é extensa e vai ser tratada com muito cuidado e atenção”, completou Simões.
Deputados federais eleitos por Minas (em ordem alfabética)